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03 de Dezembro de 1964
Charles

Após essa recente troca de olhares me deito pensando o que foi tudo isso.

Por que esse cara que eu nunca vi direito tem mexido tanto comigo.

Tudo se sucede com um sono pesado, faz tempo que não durmo tão bem igual essa noite.

Na manhã seguinte acordo totalmente disposto e muito bem descansado, não sei porque essa noite foi tão boa, talvez seja por que sonhei com o dia da festa, o dia que o conheci.

Tenho pensado que tudo que tenho sentido esses dias tem sido tão profundo, tão intenso, sinto como se eu tivesse me apaixonado por ele, sendo que ele nem deve se lembrar daquele momento.

Afasto esses pensamentos pronto para começar um novo dia, somente eu pois Lance ainda dorme mesmo já tendo dado a hora de acordar faz uns minutos.

O ajudo a acordar e nos preparamos para mais um dia, além disso aproveitei para perguntar-lhe se lembra de ter falado comigo durante a noite, ele diz que não lembra, então sim ele deve ser mesmo sonâmbulo.

Começamos os dias como ontem, mas para a surpresa de todos hoje teria uma demonstração da força-aérea para ver os soldados interessados em fazer parte, bom eu não estou.

Nos dirigimos ao local onde aconteceria, parei ao lado de Lance no início mas alguns minutos depois ele já não estava mais ao meu lado, resolvi ficar onde estava mesmo e não ir atrás dele.

Foram ditas algumas palavras, explicando tudo o que iria acontecer e onde os soldados interessados deveraim ir após a demonstração para tentar entrar para a força-aérea, quando os aviões estavam para decolar um leve zumbido começou no meu ouvido acabei não dando muita bola para isso pois achei que fosse algo normal, e bom eu estava muito errado.

Assim que os aviões decolam o zumbido aumenta e aumenta, fecho forte os olhos com o forte som, quando de repente algo que eu não esperava acontece.

Alguém atrás de mim tampou meus ouvidos, coloquei minhas mãos por cima das desse homem tentando me virar para ver quem era mas não consegui por causa das mesmas mãos pressionadas em minha cabeça.

Somente depois disso fiquei mais calmo, o barulho sumiu, e o calor de suas mãos era reconfortante, e também foi aí que percebi que além de ter seu toque eu também estava segurando suas mãos.

Será que é o homem que vi ontem?

Após o fim da demonstração, a qual eu fiquei o tempo inteiro com ele, ele me solta e imediatamente me viro para ver seu rosto mas ele já tinha me dado as costas saído de perto de mim.

Por que ele é assim? Quem é ele?

Decido não insistir nele no momento e vou cumprimentar o piloto da performance, sendo ele o cabo da aeronáutica, George Russell.

— Olá senhor, foi tudo incrível. — digo assim que me aproximo dele.

— Não me chame de senhor assim pareço velho, e aliás eu acho que te conheço. — ele fala sorrindo olhando para mim como se me perguntasse se lembro.

— Acho que não. — realmente não lembro de conhecê-lo.

— Como se chama?

— Charles Leclerc.

— Espera, Leclerc? Sou amigo da sua família acho que nos conhecemos quando crianças. — ele fala animado colocando uma de suas mãos em meu ombro.

— Estou começando a lembrar, é mesmo muita coincidência.

𝑶 𝑰𝒎𝒑𝒐𝒔𝒔𝒊𝒗𝒆𝒍 | CharlosOnde histórias criam vida. Descubra agora