Uma Vida para Duas

vir para ficar.

Pov's Meredith.

  quando o ar se fez necessário quebramos aquele  beijo cheio de saudade e angustia, era incrível o poder que Addison conseguia ter sobre  mim com apenas um  beijo, nossa história estava confusa, coisas demais aconteceram, havia muito o que conversar, o que  avaliar, mas  de uma  coisa eu tinha certeza, ela era minha, e disso eu não abriria mão, estar ali diante dela me fez  ver, que toda a raiva que eu estava sentindo vinha de um lugar de amor, de  medo até, medo de  nunca  mais poder ter  aquilo, de tê-la  entre  meus  braços, de sentir  o calor do seu corpo  o sabor de seus  beijos.

   Ficamos ali paradas  ofegantes  nos encarando, com tanto a  dizer  mas sem  nenhuma ideia  e por onde  começar, eu tinha tanto a dizer, e sabia que ela também,  foram  meses  de um afastamento  cruel, eu sabia que ela queria saber de tudo e  eu  havia  feito registros  meticulosos de tudo para ela, mas  estar  ali com ela  fez  com que tudo  sumisse  da minha  mente, quando eu estava  com ela e só  com ela meu lado  mulher  surgia com uma visceralidade  sem tamanho, eu queria acabar com essa distancia  incomoda e tomar  para  mim, fazê-la a  minha mulher. Ataquei  novamente seus  lábios e ela não resistiu,  creio que  tomada pelo mesmo  imediatismo que me acometia, novamente  um  beijo  volúpia carregado de  desejo,   minhas  mão  vagavam  por  sua  pele  cálida, e a sua  excitação tão evidente roçando em  minha  perna  me dizia que para ela aquele reencontro era tão ardente quanto  para  mim,  de pronto ela  se  separou de  mim,  em um ato  tão abrupto que me assustou, será que eu estava lendo errado  os  sinais, e ela  estava com  raiva? será que tudo que movia  suas  ações era  o desejo?, Addie  passou  por mim e  foi até a porta, o  medo que ela passasse  por aquela porta  era aterrorizante, mas  ela não o fez, ela apenas a trancou e  voltou  para  mim,  só então  me dei conta de  que  medidas previsíveis à ser tomadas,  não erámos mais duas  meninas apaixonadas escondidas em  nossa  ninho de amor, erámos  agora duas mulheres  cheias de responsabilidades, e  uma dessas  responsabilidades era a empresa em que estávamos agora  mesmo, em  pleno  horário de expediente.

  - Fica  calma  eu  não  vou embora só precisava garantir  a nossa privacidade.- era incrível  como ela  podia me  ler  sem que uma palavras sequer  precisasse ser dita.

   - Fiquei  com  medo. -Havia  muita coisa não dita entre nós  a honestidade agora era o único caminho.

   -Medo de que?- Ela  veio até  mim,  levantou  meu  rosto  me  fazendo  fitar seus olhos.

   -Medo  de  que o que vimemos, ou  melhor deixamos de  viver  tenha sido demais, há tanto que  falar eu...- Me   virei  de  costas, não  mais conseguindo conter as  lágrimas, não queria  que ela  me  visse  chorar.- Eu vim aqui disposta a gritar com  você, jogar  na sua  cara um abandono  que  suspostamente  foi decisão sua,  queria  ver a mulher que você  havia se  tornado,  a mulher que  foi  capaz de virar as costas  para   nossa  filha  e  para mim, mas ai eu cheguei aqui e  dou de  cara com você, com a  minha  Addie  e todas  a pedras que  eu trouxe  caíram  das minhas mãos.

  -E isso é ruim?-Ela perguntou  me  abraçando, minhas  costa  agora  colada em  seu peito e  seu aroma novamente  nublando meu  sentidos.

  -Não...- Falei fechando os olhos senti ela  me  virar em seus  braços, ainda  com os  olhos  fechados  eu podia sentir a proximidade  de  seu rosto, sentia o calor de  sua respiração. -Só  que eu  me  lembro Addie... Lembro da tortura que foi passar  cada  dia  longe de você, eu entendo agora  o que houve, mas  isso  não apaga o que  vivi,  que  dei a  luz  sozinha,  que mesmo depois da  morte  do meu pai  você não  veio  até  mim,  eu sei  que  pode  parecer  infantilidade  mas  eu  não poso  controlar  o que  sinto, e quando  te vi  se afastando eu senti medo .- Nesse  momento depois  de falar  tudo que eu estava sentindo  finalmente  abri  meus  olhos,  e  quando  o fiz  vi as  lágrimas  que  minhas  palavras  haviam  causado.