Capítulo 28

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— Precisamos conversar antes de falar com Dumbledore — Regulus falou.

Sirius lhe lançou um olhar cético, que continua tão irritante quanto era quando eles eram crianças, mas ele se sentou de qualquer forma.

Regulus se sentou na outra poltrona, o silêncio se estendeu entre eles, Regulus sabia que deveria começar essa conversa e que ela era inevitável.

— Pensei que você estava morto — Sirius disse, uma mistura de acusação e mágoa em seu tom.

Regulus não pode reclamar disso, ele realmente sumiu por quase um ano e nunca deixou claro o que aconteceu a ele, apenas Dumbledore sabe tudo o que aconteceu. Ele foi dado como morto por muito tempo e quando voltou Sirius já estava na prisão.

— Muitas coisas aconteceram, com nós dois, imagino — Regulus respondeu com um suspiro, ele precisava de uma bebida.

Infelizmente sua bebida acabou, pelo menos toda aquela que ele tinha ali em Hogwarts, e chamar Monstro para uma bebida não parecia uma boa ideia.

Não só porque ele precisava com certeza estar sóbrio para essa conversa, como Monstro e Sirius não morriam de amores um pelo outro e a noite passada com o jantar já foi uma discussão estúpida e inútil que ele não queria ter uma repetição.

— Você estava certo — Regulus admitiu, algo que pensou em fazer milhões de vezes desde que começou a questionar os pensamentos e ideias de sua família — sobre tudo. Talvez não tudo, mas grande parte.

— O que aconteceu com você? — Sirius perguntou mais baixo.

— Você sabe que eu me tornei um Comensal.

Por mais que ele tivesse planejado essa conversa, a repetido e mudado mil vezes em sua mente, as coisas não ficavam mais fáceis encarando seu irmão e ver o olhar de decepção em seu rosto.

Repassar todas suas decisões terríveis e consequências ainda piores, assassinatos, torturas, o seu questionamento quanto a tudo o que conhecia, até finalmente chegar naquele fatídico dia em 1979.

— Eu acordei quase três semanas depois, aqui em Hogwarts, na enfermaria — ele revelou — mas não consegui realmente me recuperar por muito tempo. Sinto muito que você pensou que eu morri.

— Sente muito? — Sirius disse alterado — eu pensei que você tinha morrido, e nem ao menos sabia como. Você tem ideia de quantos cenários terríveis passaram pela minha mente, a imagem de você agonizando e morrendo sozinho?

— Quase aconteceu — ele murmurou recebendo um olhar assustado de Sirius — Quando eu descobri o meio de destruir ele, eu estava bem em fazer o que fosse necessário, mesmo que isso fosse morrer.

— Como pode dizer isso? Como você pode pensar isso?

— Você tinha ido embora — Regulus disse desviando o olhar — eu estava naquela casa, preso com os nossos pais e então servindo aquele lunático, vendo ele torturar os seus 'fiéis servos' quando algo não saia como planejado, ou quando o grupinho de Dumbledore ou os aurores atrapalhavam as coisas. Eu nem sabia se conhecia a maioria daquelas pessoas mas não podia confiar em ninguém, nem em meu próprio sangue, Bella já estava cada vez mais próxima dele do que do próprio marido, e Narcissa está casada com Lucius e nós dois sabemos que não grandes diferenças entre ele e Pettigrew se excluirmos o dinheiro e a aparência. Eu não podia contar com ninguém.

— Poderia ter contado comigo.

— E você acreditaria? Depois de tudo o que eu fiz, tudo o que eu falei para você enquanto nós ainda nos víamos pela escola? — Regulus engoliu em seco — eu fiz o que foi necessário para parar aquele desgraçado, sinto muito que não foi o bastante.

O Prisioneiro de Azkaban: Regulus Black, O Mestre de Poções (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora