Capítulo 17

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Agora, depois de sua conversa com o professor Lupin, Harry se sente mal por ter brigado com Hermione, e no fim foi só por causa de uma vassoura. Foi egoísta e infantil ele percebe agora descartar sua melhor amiga e as preocupações dela tão facilmente.

Talvez o professor Black esteja certo, Harry não está acostumado com pessoas tentando ajudá-lo ou cuidar dele, quem dirá se preocupando com ele. Por isso ele lidou tão mal quando teve a firebolt confiscada pela profª McGonagall, também pelo fato de ele ter treinado e jogado com vassouras antigas da escola, as mesmas que as crianças do primeiro ano usavam quando estão aprendendo a voar.

Parando para pensar agora, bem era óbvio que havia algo de errado com ele ter sido presenteado com uma vassoura tão boa do absolutamente nada, mas foi exatamente o que aconteceu em seu primeiro ano quando ele entrou para o time, então ele tem certeza de que merece um pouco de crédito. Só um pouco.

Então pedir desculpas para Hermione foi mais fácil para ele do que para Ron que ainda estava mal humorado, mesmo depois do professor ter explicado a lógica de Hermione para os dois.

Parte da birra e hesitação de Ron a se desculpar com não tem tanto haver com a firebolt, se ao menos o próprio ruivo percebesse isso. Não, todos na torre da Grifinória sabem que Ron está completamente revoltado com Hermione por causa de algo muito menor.

O incidente que aconteceu na manhã seguinte ao Natal, quando Harry e Ron já não estavam falando muito com a amiga, deu mais força a Ron para mal olhar na cara de Hermione.

Neville, que havia ficado no castelo nesse ano, tinha acabado de voltar para o quarto quando tudo aconteceu. Ron e Harry estavam discutindo sobre quem poderia ter mandado a vassoura de presente, mas nenhuma das alternativas parecia correta. Nem mesmo quando Ron sugeriu que poderia ter sido o sr. Lupin.

Harry estava levemente distraído quando ouviu Ron gritar:

— Não deixe isso entrar — ele se levantou abruptamente da cama, saltando para agarrar Perebas que estava apenas existindo em cima do malão ao pé da cama de Weasley.

Harry se virou para ver a razão desse rompante, quando notou uma coisa alaranjada marchando atrás de Neville. O próprio garoto de cabelos escuros olhou espantado pelo felino, quando Bichento passou por entre suas pernas.

O gato parecia mais mal humorado do que o normal com uma espécie de colar de lantejoulas no pescoço.

— O que ele tá fazendo aqui?

—Acho que ele me seguiu da sala comunal — Neville disse timidamente.

O gato não deu atenção a ninguém, no entanto, olhando ao redor como se estivesse pensando por onde começaria a explorar a sala nova. Bom, isso até seus olhos alcançarem a Ron ou mais precisamente o rato em suas mãos.

— Alguém tire o daqui — Ron disse irritado.

Neville olhou para Harry e depois para o ruivo. Hesitando ele deu alguns passos até o felino. Bichento se movia com calma para frente, como se estivesse fingindo indiferença ao saltar sobre a cama de Seamus.

— Harry — Ron chamou.

Antes que alguém pudesse reagir, no momento que Neville parecia pronto para saltar sobre o gato — o que na opinião de Harry não daria muito certo —, e com Ron olhando diretamente para Harry em busca de ajuda, Bichento saltou sobre o malão e então o peito de Ron.

Ron gritou. Perebas tentou escalar até o ombro do ruivo e fugir pelas costas de Ron. Bichentos se pendurou usando as garras na camisa de Weasley, e Harry tem certeza que um pouco daquelas garras atingiram a pele de seu amigo.

O Prisioneiro de Azkaban: Regulus Black, O Mestre de Poções (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora