Me chamo Luna, tenho 16 anos, e vou compartilhar um pouco da minha infância desafiadora. Minha mãe, Fabíula, é uma mulher bela, de cabelos claros e personalidade marcante, e meu pai, Leonardo, um homem forte, moreno de olhos claros. Casaram-se após se conhecerem na adolescência. Minha mãe teve meu irmão Luciano na primeira gestação e, três anos depois, engravidou de mim.
Naquela época, enfrentamos várias dificuldades. Meu pai afirma que minha mãe partiu quando eu tinha 6 meses, acusando-a de traição, enquanto ela dizia que buscou uma vida melhor com um amigo. A verdade é complexa, e eu não sei em quem acreditar.
Fui deixada com minha avó, a pessoa que mais amo. Minha mãe voltou para me buscar quando eu tinha 1 ano, e passamos a morar na casa da minha tia Cristina, também muito importante para mim. Minha mãe conheceu Henrique, meu ex-padrasto, que tinha uma filha chamada Bia. Nos tornamos grandes amigas e fomos felizes morando juntos até o nascimento da minha segunda irmã, Alice.
Após o nascimento de Alice, as coisas mudaram. O tratamento de minha mãe para comigo se alterou, e isso me magoava profundamente. Minha infância não foi fácil, e, à medida que crescia, percebia o tratamento diferenciado com minha irmã. Apesar de me esforçar para agradar, nunca obtinha sucesso, e a preferência por Alice era evidente.
Não consigo culpá-la; afinal, minha pequena irmã era perfeita, mimada por todos. Mesmo assim, amo-a, incapaz de sentir raiva. Diante dessa situação, aos 6 anos, minha avó me levou para morar com ela, na esperança de uma melhoria que, infelizmente, não se concretizou como esperado.
Quando comecei a frequentar a escola, a adaptação foi difícil. Enfrentei desafios tanto no aprendizado quanto na busca por amizades, tornando-me uma pessoa solitária. Sofria com zombarias na escola, sendo constantemente lembrada de que fui abandonada pela própria mãe aos 6 meses. Minhas primas esfregavam essa verdade na minha cara.Na escola, os apelidos como "corcunda" e "quatro olhos" eram frequentes, mas, apesar de tudo, não perdi minha alegria. Naquela época, era magra, sem boa postura, cabelo armado e problemas de visão que me levaram a usar óculos, piorando a situação. Do 1º ao 5º ano, ir para a escola era meu pior pesadelo. A professora chamava meu pai várias vezes devido ao meu comportamento retraído, sempre de cabeça baixa, evitando perguntas.
Meu pai casou novamente com Thais, uma mulher jovem, bonita, de longos cabelos pretos e olhar marcante. Apesar das minhas dúvidas iniciais, ela era até legal e me ajudava quando precisava. No início, não entendia bem sua presença, mas aos poucos percebi que ela não queria ocupar um lugar que não era dela. Eu não era perfeita e fazia de tudo para provocá-la.
Minha jornada estava apenas começando, mas já aprendia que a vida não é justa, e a resiliência se tornaria minha maior aliada nos desafios que estavam por vir.
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Relatos de uma adolescente
NouvellesO medo de enfrentar novos desafios não pode te parar, e sim te dar força para ser superados.