Capítulo 7: Renascimento

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Na casa do meu pai, a dinâmica não era como eu esperava. Não me entendia bem com Thais, como antes. Brigávamos constantemente devido à minha teimosia, mas, no fundo, eu a amava; só não conseguia demonstrar. Não estava em uma boa fase e acabava descontando em quem não merecia. Doeu muito retornar para lá novamente. Pensar em voltar para aquela escola era meu pior pesadelo; carregava muita mágoa dentro de mim, algo que não me fazia bem, mas não conseguia me livrar.

Estávamos no meio de uma pandemia, e a escola estava fechada. Assim, ficamos estudando em casa, e minha relação com Ravi fortaleceu-se por passarmos mais tempo juntos. Meu pai privava-o de muitas coisas, assim como fazia comigo, mas, dessa vez, ele tinha meu apoio para tudo que precisasse. Seu amor puro e ingênuo era o de uma criança que precisava viver sua infância, e eu faria de tudo para que ele experimentasse isso verdadeiramente.

Thais era uma pessoa boa, mas minha teimosia me deixava cega. Não queria aceitar que tinha voltado, e foi muito difícil lidar com isso. Precisava de alguém que me entendesse de verdade, mas, por mais que Thais tentasse, ela não conseguia. Não a culpo por isso; afinal, como alguém entenderia? Eu era uma garota cheia de inseguranças, totalmente confusa, e acabava sofrendo, o que refletia em quem estava ao meu redor. Isso acabou com minha amizade com Thais, embora não fosse minha culpa nem dela; era apenas da minha mente.

Aos 14 anos, decidi me batizar, entregando minha vida totalmente nas mãos de Deus. Recebi muitas críticas por isso, disseram que era jovem demais, que deveria aproveitar mais o mundo. No entanto, sabia que era a escolha certa, a melhor decisão da minha vida. O dia do meu batismo foi o melhor da minha vida. Naquele momento, tive a certeza de que não estava sozinha, mesmo enfrentando dificuldades.

Aquele ano não foi fácil; tive que me despedir de pessoas queridas, mas também foi marcado como um ano de aprendizado. Hoje, posso compreender que nem sempre ficamos perto das pessoas que amamos, mas elas sempre estarão em nossas memórias e em nossos corações. Devemos aceitar a vontade de Deus, pois Ele sabe o que faz, mesmo que seja doloroso.

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