Prólogo

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Bruna

  Ando até a cozinha devagar sentindo meu corpo todo dolorido, é sempre assim meu pai enche a cara de cachaça e vem descontar em mim, desde que minha mãe faleceu ele se tornou um viciado, isso já faz 6 anos. São 6 anos da minha vida apanhando e sofrendo as mais diversas humilhações, já não bastava apanhar em casa, ainda sofria muito bullyng na escola por causa do meu peso, dou graças por já ter terminado o ensino médio, mas não significa que os bullyng acabaram, apenas diminuiu um pouco e consigo evitar mais agora.

  Procuro algumas frutas e bolachas e coloco na mochila, pego duas garrafinhas de água e coloco também, tenho que sair com a Lia o mais rápido possível dessa casa, antes que ela também seja a próxima vítima, nesses seis anos consegui a proteger, mas ontem ele tentou bater nela, entrei na frente e por isso apanhei o dobro. O que eu poderia fazer? Lia só tem seis anos e é apenas uma criança, sempre irei protege-la, nem que para isso eu precise apanhar em seu lugar. Vou para o quarto que divido com ela e destranco a porta, sempre a deixo trancada para ele não conseguir a machucar quando eu estiver na cozinha, termino de pegar a mala e coloco a mochila nas costas.

— Mamãe, vamos embora? — A Lia pergunta enquanto pego em sua mão e saímos rápido da casa. Como minha mãe faleceu em seu parto, ela aprendeu a me chamar de mãe, sempre mostro foto da nossa mãe para ela que possa entender que nossa mãe nos amava muito.

— Sim meu amor, vamos mudar de casinha. — Ela apenas confirma e fica calada, apresso nossos passos e logo chego na rodoviária. Fico indecisa em qual passagem escolher, preciso de um lugar longe para ele não nos encontrar, quando souber que não terá mais alguém para bater e o sustenta-lo irá ficar uma fera, desde muito nova sempre trabalhei, aprendi logo cedo a cozinhar e graças ao um livro de receitas que era de mamãe consegui fazer deliciosos doces e vender, meu pai ao ver que estava lucrando bem com os doces, tomava todo o dinheiro e comprava em bebidas, comecei a esconder um pouco dos lucros para conseguirmos ir embora.

— Está em dúvida minha filha? — Uma senhora me tira dos meus pensamentos, ela está atrás de mim esperando a sua vez.

— Não sei qual passagem comprar, preciso ir para um lugar longe daqui. —Digo só isso não falando mais nada.

— Esta aqui é ótima então, moro lá e estou retornando para casa, estava visitando minha irmã aqui nessa cidade. — Fala apontando para uma passagem, tem um cartaz em nossa frente com todos os destinos anotados neles e os valores, assim os passageiros já decidem para onde querem ir e o valor. A agradeço e resolvo seguir seu conselho, não tenho outra opção melhor. Compro as duas passagens e pego na mão de Lia entrando no ônibus, o cobrador coloca nossa mala no maleiro do ônibus, a mochila decidi levar no colo caso Lia sinta fome. A senhora também entra no ônibus e se senta no banco ao lado do nosso, só que do outro lado do corredor, o motorista assim que vê que todos já estamos dentro embarca rumo ao nosso destino.

  Me sinto sonolenta e resolvo enfim descansar um pouco as vistas, tem dias que não durmo direito. Abraço a Lia e deixo o cansaço me levar. Acordo assustada ao sentir alguém tocar meu braço, abro os olhos e vejo a mesma senhora de mais cedo me tocando.

— Desculpe assusta-la, mas já chegamos querida. — Fala carinhosa e a agradeço por me acordar, levanto pegando a mochila e a mão da Lia e saio pra fora do ônibus esperando o motorista retirar minha mala. Trouxe poucas coisas, não tínhamos muito e também não poderia trazer muito, ia nos atrasar carregando muito peso. Pego a mala e vejo a senhora vir até mim.

— Não nos apresentamos ainda, me chamo Maria e essa cidade aqui se chama Seattle. — Fala apontando ao redor.

— Me chamo Bruna e essa aqui é minha irmã Lia. — Nos apresento também.

— Vocês tem algum lugar para ir? — Apenas nego com a cabeça. — Venham comigo até meu estabelecimento, assim que guardar minhas coisa a ajudo procurar um lugar. — Sei que pode parecer loucura confiar em uma estranha, mas não tenho alternativa, não conheço nada da cidade. Seguimos a pé e reparo melhor na cidade, é muito pequena e cercada por arredores verdes, uma típica cidade do interior, vou observando tudo e mesmo sendo pequena é muito bonita, tem alguns estabelecimentos aqui e vejo algumas pessoas nos encarando, chegamos em frente a uma padaria e a senhora abre a porta a destrancando com uma chave, entramos e ela pede para me sentar enquanto guarda suas coisas, reparo no lugar e é bastante bonito aqui, uma padaria pequena e bem aconchegante. Logo ela volta e vem até mim.

— Tem uma pensão bem aqui perto, vamos vou te levar até lá.

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Prólogo postado, tenho um pequeno aviso aqui, a história não haverá hot, sei que algumas pessoas gostam, mas não escrevo com hot.

A cidade Seattle é fictícia, apenas peguei um nome legal de cidade no Google, mas a que descrevo aqui é apenas da minha imaginação, tanto quanto o restante da história.




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