Capítulo 7

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Bruna

   Fico tensa mas decido contar minha história para Theo, conto desde quando Lia nasceu e as agressões que nosso pai fazia, até quando conheci a Senhora Maria e cheguei aqui, assim que termino vejo suas feições bravas e uma veia grossa no pescoço indicando sua raiva.

— Maldito, se ele se aproximar de vocês denovo eu o mato. — diz dando um tapa na mesa fazendo com que eu arregale os olhos. — desculpe princesa, só fiquei com raiva. — pega em minha mão e deixa um beijo dela, parece que estou sonhando, nem nos meus mais doces sonhos imaginaria que o Theo sentisse algo por mim.

— Tu..tudo bem. — gaguejo me sentindo tímida com seu olhar. Escuto o barulho do telefone tocar e o Theo se levanta para atender.

— Oi..ah sim, bença mãe.—escuto sua fala e percebo que foi sua mãe que ligou, vejo a feição dele ir para raiva e preocupação ao mesmo tempo. — como ela está?... Não, ainda não encontramos o lugar....maldito — esbraveja apertando o telefone com força, acho que o assunto é sério. — mãe, passe para o pai — Ele fica em silêncio alguns segundos e confesso que estou nervosa, seja lá o que esteja acontecendo, deve ser muito importante para deixar o Theo assim. — Pai, não encontramos um lugar ainda, mas arrume as coisas de vocês, irei agora mesmo com o Nicolas para aí resolver essa história com o sujeitinho e buscar vocês... ficarão aqui em casa, tem um quarto disponível no andar de cima para o Senhor e a mamãe, e irei dormir mais o Nicolas para que a Luiza possa ficar no meu quarto....claro que não vai incomodar pai, vocês são minha família, não ficarei tranquilo até saber que estão todos bem, principalmente a Luiza.— Ele conversa mais um pouco e se despede desligando o telefone.

— É muito grave? — quando vejo as palavras já saíram da minha boca e fico com vontade de me estapear por ser intrometida.

— Sim docinho.— Acho fofo o apelido que ele colocou em mim, Theo se senta ao meu lado e suspira.— Luiza é minha irmã e nasceu com uma condição especial, uma de suas pernas é um pouco mais curta que a outra a fazendo mancar, isso nunca foi um empecilho para ela, mas apartir do momento que foi crescendo ela foi enfrentando algumas situações difícil, está a deixando muito deprimida ao ponto de não sair de casa mais. — mesmo não conhecendo a moça me compadeço de sua situação, sei como é escutar comentários ruins sobre seu corpo, o bullyng pode ser cruel, leva um pedaço de você deixando apenas cicatrizes e feridas. — ela está terminando o ensino médio e ontem foi seu último dia de aula, teve um infeliz que resolveu fazer uma barbaridade com ela, despejou tinta sobre sua cabeça e disse coisas orrendas para ela, irei para lá hoje mesmo resolver isso, esse moleque vai pagar pelo o que fez, irei o ensinar como virar homem. — diz com a feição severa e acho bem feito para esse tal menino, que pague pela as maldades que fez. — meus pais vai ficar aqui conosco, tudo bem para você? — Pergunta me olhando e sorrio.

— Por mim tudo bem, a pensão é sua. — digo e pego em sua mão. — Vou tentar ajudar sua irmã também, não a conheço mas sei como é sofrer bullyng. — graças a Lia eu consegui ainda ficar de pé, mas sofri muito na escola também, mas meu sofrimento nada se compara ao dessa moça.

— Obrigado querida. — me dá um selinho e fico surpresa com sua atitude.— irei chamar o Nicolas agora, não quero deixar você e Lia aqui só com esses homens, vou chamar dona Maria para te fazer companhia. — diz preocupado.

— Não precisa Theo, nada irá nos acontecer. — digo o tranquilizando.

— Só ficarei mais tranquilo se souber que vocês estão seguras. — Nicolas aparece na cozinha e Theo explica o que aconteceu, logo os dois se vão para arrumar suas coisas, Theo volta um tempo depois vindo até mim.— já vamos partir, não se esqueça de trancar a porta do andar de cima quando vocês forem dormir, só demorarei um dia lá.

— Tudo bem, tomem cuidado nas estradas. — Ele acena e se aproxima de mim me puxando para seu peito, ergo a cabeça e encaro seu rosto, fico na ponta dos pés e mesmo tímida lhe dou três selinhos, Theo não se contentando apenas com o selinho aprofunda o beijo, nos separamos quando escuto um pigarreio.

— Lia e eu ainda estamos aqui. — Nicolas fala divertido, Theo se distancia e vai se despedir de Lia também.

— Princesa, vou precisar fazer uma rápida viagem e você irá ficar aqui com sua mamãe, tudo bem?— Theo pergunta agachado e Lia acena a cabeça concordando, vejo ele a abraçar e beijar sua cabeça, acabo ficando emocionada com a cena que vejo, meu pai nunca tratou Lia assim.

  Os acompanho até lá fora e vejo eles partir em alta velocidade deixando apenas um rastro de poeira para trás, entro denovo para a pensão e resolvo fazer a janta, quando termino escuto baterem na porta, vou atender e vejo a senhora Maria com uma pequena bolsa.

— Oi querida, Theo me pediu para ficar aqui com vocês. — diz entrando na pensão.— onde posso deixar essa bolsa?

— Oi Maria, por aqui. — subo para o andar de cima e a levo para o quarto que sei que está desocupado. Descemos as escadas e chamo os moradores para comer.

Me sento a mesa após colocar comida para Lia e eu, como só um pouco, estou preocupada com os rapazes viajando essas horas da noite que acabo perdendo o apetite. Termino de comer e levanto indo a pia lavar as louças, termino e após esta tudo organizado subimos para o andar de cima, tranco a porta do corredor e vou para o meu quarto após da um boa noite para a senhora Maria. Coloco um pijama na Lia e outro em mim e nos deitamos, demoro um pouco para pegar no sono, meus pensamentos estão em Theo, fico relembrando o nosso beijo, eu gostei bastante e estou doida para beijar mais.

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