Capítulo 9

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Bruna

  Termino de organizar a cozinha e dou inicio no almoço para esperar a família do Theo, dona Maria foi para sua casa cedo, como ela precisa abrir a padaria não pôde ficar até Theo retornar, sou muito grata a ela, confesso que na hora não tinha pensado muito em ficar sozinha aqui com Lia, mas quando ela chegou imaginei que se não tivesse vindo ia morrer de medo, não que alguma vez algum desses homens já tenha me falado algo ruim, mas por causa do meu pai sempre fico com um pé atrás agora.

  Tampo a panela do arroz e abaixo o fogo, termino de cortar a carne e tempero, pico quatro dentes de alho e coloco na panela, espero dourar despejando a carne, pego um garfo e confiro se as batatas que estava cozinhando estão boas, vejo que já estão cozidas e desligo o fogo, faço um purê com elas, tempero o feijão e quando já está tudo pronto pego algumas acerolas que peguei no quintal e faço um suco com elas, escuto a porta da pensão abrir e a voz da Lia em seguida.

— Theo. — ela fala feliz e me viro vendo o homem a pegar no colo abraçando.

— Oi minha princesa. — cheira seus cabelos e depois a coloca no chão. — Cadê sua mãe? — Pergunta curioso e começo a caminhar até ele que quando me ver sorri. — Oi querida. — pega em minha cintura me puxando para si e tomando minha boca em um beijo desesperado, me afastado sentindo minhas pernas bambas. — senti saudades. — confessa baixinho me encarando, fico tímida com seu olhar mas sorrio.

— Também senti sua falta. — acaricio sua mão em minha cintura.

— Não vai nos apresentar filho? — escuto a voz de uma mulher e só agora lembro que não estávamos sozinhos, coro de vergonha. Olho para as pessoas que estão aqui, a mulher que falou é a mãe do Theo, uma mulher muito bonita com seus cabelos ondulados, ao seu lado tem um homem que é a cópia do Theo versão mais velha, o Nicolas, e ao seu lado estava uma garota bem bonita também, cabelos ondulados até as costas, e com uma altura mediana, mais ou menos 1,65 que aparenta ter. Theo vai apresentando um por um, a senhora se chama Marta, o pai do Theo Fernando, e a menina já sabia que se chamava Luiza, quando me aproximo dela para cumprimentar a vejo meia retraída.

— Oi tudo bem? Me chamo Bruna. — estendo minha mão para ela que mesmo exitante a pega.

— Luiza. — diz apenas isso baixinho, seu olhar carrega uma insegurança e tristeza, vou tentar ajudar de alguma forma para que ela se sinta bem.

— Vamos comer, terminei o almoço agora. — digo sorrindo e vamos para a cozinha, Theo vai chamar os moradores que estão na pensão e vamos nos servindo.

— Que comida deliciosa Bruna. — a Marta fala e sorrio agradecendo.

— Realmente está muito boa, Theo é um sortudo. — Nicolas fala após engolir a comida que estava na boca e fico com vergonha.

— Realmente sou um sortudo. — diz me olhando com carinho e derreto por dentro, esse homem quer acabar com meu psicológico mesmo. Terminamos de comer e quando vou lavar as vasilhas a Marta se aproxima.

— Pode deixar que eu lavo, você já fez a comida. — quando vou protestar sinto braços em minha cintura.

— Vamos nos sentar linda, quero um pouco de atenção. — vamos para a sala de jantar e encontro Lia desenhando ao lado da Luiza, fico surpresa com isso, Lia é bem fechada quando ainda não conhece a pessoa. Me sento na cadeira e Theo se senta ao meu lado. — como foi quando não estive aqui? Ocorreu tudo bem? — Pergunta entrelaçando nossos dedos.

— Sim, tudo ocorreu bem, a senhora Maria veio para ficar com nos. — digo passando o polegar em sua mão em um gesto de carinho.

— Estou pensando em parar com a pensão, sinto que agora com minha família aqui não temos privacidade com tantos estranhos. — meu coração erra uma batida ao escutar isso. — irei hoje mesmo conversar com alguns moradores que os alugueis já venceram e pedir para se retirar. — diz distraído brincando com meus dedos.

— Está bem, só preciso arrumar um lugar para Lia e eu ficarmos, quando vencer o meu sairemos. — termino de falar e ele levanta o rosto de uma vez me encarando sério.

— Porra nenhuma, vocês não vão embora. — Fico confusa com sua fala.

— Mas você falou agora que não vai mais mexer com a pensão. — ele se aproxima tomando minha boca em um beijo rápido.

— Entenda uma coisa ruiva, você é minha mulher e não irá para longe de mim. — escuto sua fala e arregalo os olhos, fico feliz em escutar isso, mas um pouco confusa.

— Eu não ganhei pedido ou anel nenhum. — digo brincando e olhando para meu dedo anelar, escuto uma risadinha e olho para o lado vendo que foi a Luiza, claramente ela está se divertindo nas custas do irmão.

— Isso é o de menos, Já irei providenciar seu anel hoje mesmo. — eu falei brincando sobre o anel, mas a expressão dele está tão séria e determinada que não duvido mesmo ele chegar aqui com um anel, o pai do Theo o chama e ele me dá um selinho antes de acompanhar seu pai. Me viro para as meninas que terminaram o desenho.

— Quer ajuda para arrumar suas coisas Luiza? Sei que está cansada, mas se quiser te ajudo. — me solicito para ajudar.

— e..eu, não precisa. — diz desconfortável. — não quero incomodar. — fala baixo mas escuto.

— Não será incômodo, só se você não quiser minha companhia. — deixo escapar, não pensei por esse lado, pode ser que ela só não queira ficar perto.

— Não é Isso. — vejo ela em um impasse com seus pensamentos, mas depois acena. — Vamos então, até agora não sei aonde é meu quarto. — me levanto e a levo para o andar de cima.

— Pelo o que ouvi o Theo falar, você vai dormir no quarto dele até alguns dos hóspedes desocupar os quartos. — explico e ela concorda, abro a porta do quarto e entramos vendo as malas da Luiza na cama.

— Acho que vou deixar nas malas as roupas até alguém desocupar algum quarto, as coisas do Theo estão no guarda roupas. — diz e só agora percebo isso também.

— Tinha me esquecido disso. — me sento na ponta da cama ao ver ela se sentar também, Lia vem e se senta perto de nós. Fico tentando conversar com ela, Luiza responde com poucas palavras, consigo ver que ela ainda está insegura com tudo. — Vou deixar você descansar um pouco, acho que converso demais. — digo envergonhada e Luiza nega.

— Não. — ela coloca uma mexa do cabelo atrás da orelha. — eu gosto disso. — fala bem baixinho mas consigo escutar, sorrio para ela.

— descanse, irei fazer um bolo para o café da tarde, quando estiver pronto venho chama-la. — ela acena com a cabeça e chamo Lia que nega.

— Mamãe, posso ficar aqui com a tia Luiza? — fico surpresa com sua pergunta.

— Só se ela quiser filha, acho melhor deixarmos ela descansar. — Lia acena com a cabeça.

— Pode deixar ela aqui, não tem problema. — vejo ela sorrir um pouco pela a primeira vez, aceno com a cabeça e saio do quarto deixando as duas lá. Espero realmente que a Luiza possa se recuperar logo, parece ser uma boa menina, mas que acaba se podendo até mesmo dentro da sua própria casa. Tomara que o Theo tenha batido muito nessa tal menino que fez gracinhas com ela.

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