Panquecas

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Eles não conversaram por um longo tempo, mas isso não pareceu estranho para Harry. Foi um pouco pacífico, na verdade. Ele esperou até ouvir todos terminarem de tomar banho e então procurou na prateleira de baixo uma muda de roupa. Roupa íntima, camisa e shorts.

"Vou tomar um banho. Você precisa tomar também?" ele perguntou curioso. Harry estremeceu quando sentiu Voldemort começando a subir por seu braço novamente.

"Na verdade não. Mas vocês, humanos, são tão frágeis. E se você escorregar e cair?" Voldemort perguntou, envolvendo seu braço.

"Você não pode vir" disse Harry, franzindo a testa. "Seria estranho."

Voldemort bufou. "Talvez para vocês, humanos."

"Você não pode vir", ele repetiu.

A criatura ficou em silêncio e depois escorregou lentamente de seu braço. "Tudo bem. Estarei monitorando sua condição através da marca. Se você se machucar, eu irei" disse ele.

Harry bufou. "Tudo bem" disse ele, depois saiu do armário. Ele olhou para dentro antes de fechar a porta, mas não viu Voldemort.

O menino subiu as escadas e entrou no banheiro. Ele fechou e trancou a porta, colocou as roupas no balcão e começou a se despir.

Ele estendeu uma toalha e um pano e abriu a água. Estava frio, pois a água quente já havia sido retirada, mas tudo bem. Ele estava acostumado com isso. Harry entrou, estremecendo quando a água fria atingiu sua pele, mas tentou ignorar. Ele se lavou rapidamente e depois ficou embaixo da torneira por alguns momentos enquanto ela lavava o sabão. A água fez o corte em sua testa arder, mas não se incomodou muito com isso.

Depois de se lavar, ele desligou a água e correu para sair e se enrolar na toalha. Harry suspirou de alívio ao fazer isso, segurando a toalha grande e fofa firmemente em volta de si.

Depois de um momento, ele começou a se secar, depois esfregou a toalha no cabelo até que não pingasse mais água. Assim que Harry terminou, ele se vestiu e fez uma pausa quando seu estômago se apertou dolorosamente. A fome bateu firmemente.

Harry ainda não voltou para seu armário. Ele entrou furtivamente na cozinha, olhando repetidamente para a sala para ter certeza de que seu tio não percebeu sua presença, já que seu tio havia voltado depois de tomar banho e agora estava bebendo enquanto assistia televisão.

Harry não conseguia ouvir a televisão, mas se tivesse ouvido o noticiário, onde o repórter falava sobre recorrentes ataques nas cidades proximas, onde as vítimas eram escontradas como se tivessem sido sugadas.

Ele abriu a geladeira lentamente e pegou uma das garrafas de água, fechou a geladeira com cuidado e pegou duas maçãs da fruteira. Harry olhou para a sala para ter certeza de que seu tio ainda estava alheio à sua presença, então correu de volta para o armário. Ele fechou a porta atrás de si e sentou-se. Os olhos de Voldemort apareceram na frente dele, mas Harry não ficou surpreso com isso como antes. Ele estava se acostumando com isso.

Ele colocou a garrafa de água e uma das maçãs na prateleira de baixo e depois deu uma mordida na maçã que ainda segurava. Depois de engolir, Harry disse: "Viu? Não machuquei. Nunca caí no chuveiro."

Voldemort cantarolou. "Mas continuarei prestando atenção à sua saúde. Vocês, crianças humanas, são terrivelmente frágeis."

"Você tem filhos?" Harry se perguntou em voz alta, então deu outra mordida. Ele corou, envergonhado, quando Voldemort riu.

"Não, cordeirinho. Não me sinto atraído por mulheres" disse Voldemort, e Harry relaxou quando percebeu que não estava sendo ridicularizado por sua pergunta.

Brilho das Almas PerdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora