Capítulo 42

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Skyler Rosewood

Há dois dias aconteceu o pior jantar da minha vida.

Minha mãe me mandou mensagem pedindo desculpas pelo que aconteceu e disse que gostaria de marcar algo para podermos conversar.

Meu pai não fez a mínima questão de ligar para saber como estou.

Adam e eu saímos do Hotel e fomos para o meu apartamento que morava antes de namorar Otávio.

- Meu bem, você precisa levantar. - Adam se senta ao meu lado na cama e sei que falhei miseravelmente ao fingir que estava dormindo.

- Eu vou, só não sei se vou aguentar o dia de hoje. - digo ainda com a cara enfiada no travesseiro.

Suas mãos acariciam meus cabelos e me sinto relaxada por um momento.

- Você vai, e se não aguentar eu vou estar lá para te segurar.

Ele se inclina sobre mim beijando minhas costas descobertas.

- Eu amo você, e amo esse bebê Sky. Vocês são a minha salvação do precipício.

Me viro encarando seu rosto, a barba está bem feita e os olhos penetram em mim.

- Eu te amo, Adam. Obrigada por tudo, não faz ideia do quanto me faz feliz. - selo nossos lábios com um beijo demorado, lotado de amor e cumplicidade.

-•-

Uma parte de mim não esperava ver meu pai lá e a outra queria que ele estivesse ao meu lado nesse momento.

- Estou com medo, Adam. Meus pais não estão aqui. - seguro a mão dele e então ele apenas me abraça como se tirasse todo medo e insegurança de dentro de mim.

- Amor, eu estou com você e nosso bebê também. - ele pousa a mão na minha barriga imperceptível e sorri me dando um beijo casto.

Não demora muito para que eu observe a movimentação na entrada e vejo meus pais e Jas chegando juntos.

Jas e minha mãe me abraçam me cumprimentando e quando chega a vez do meu pai sinto meu olhos marejarem.

- Filha... - ele me encara com olhar doce e me jogo em seus braços recebendo acolhimento. - Me desculpe.

- Tudo bem, eu só precisava do apoio de vocês hoje. Será que conseguem ficar no mesmo lugar sem se matarem por algumas horas? - pergunto encarando meu pai e Adam.

Sei que Adam não faria algo do tipo mas mau pai é quase como uma bomba prestes a explodir.

- Eu posso tentar, mas depois quero conversar sério com você.

-•-

Os minutos passaram devagar quando sai da audiência, a negociação dos bens que conseguimos juntos foi tranquila apesar de eu querer mata-lo.

Eu só queria me livrar daquela certidão de casamento e poder nunca ter conhecido Otávio.

- Isso foi exaustivo. - digo quando saímos do tribunal.

- Eu queria socar aquele desgraçado mais uma vez. - meu pai diz ao lado da minha mãe.

- E se todos nos juntarmos pra dar uma surra nele? - minha irmã sugere e eu só consigo rir daquela piada sem graças mas que no fundo, eu adoraria colocar em prática.

Antes de entrarmos no carro sinto uma vontade enorme de ir ao banheiro, e então aviso eles.

- Vocês me esperam para ir ao banheiro? Tô mega apertada. - digo e minha irmã logo se junta a mim.

- Vamos nós duas, estou apertadíssima também. - ela diz entrelaçando nossos braços e caminhando até a parte de dentro do tribunal.

Entro na cabine e faço xixi, minha irmã do outro lado xinga algo que não consigo entender e me chama.

- Você trouxe absorvente na bolsa? Não acredito que eu esqueci. - ela diz.

Merda!

- Hum... não, esqueci de trazer.

Preciso contar logo pra eles e quero que seja hoje.

- Sério? Achei que a gente menstruava juntas.

Fiquei em silêncio e ela diz que vai ter que ir embora e nos encontra no restaurante. 

Saio do banheiro com Jas ao meu lado e vejo Vitor encostado na parede falando só telefone.

Assim que ele me vê tenta falar comigo mas apenas ignoro.

- Sky, por favor. Vamos conversar. - ele diz atrás de mim e Jas aperta os passos assim como eu.

- Só deixa ele falar sozinho. - ela diz e eu não consigo dizer mais nada.

Talvez seja os hormônios da gravidez mas eu quero muito jogar tudo na cara dele.

O marido de merda que ele foi, o namorado traidor e todas as mentiras.

- Se me direcionar a palavra mais uma vez eu juro por Deus que arranco suas bolas, seu imbecil. - digo sem conseguir me controlar.

Saímos e finalmente consigo respirar quando chego próximo a Adam que está distante dos meus pais.

Respiro fundo tentando recuperar o fôlego e a raiva dentro de mim.

- O que foi, meu bem? - Adam coloca as mãos nas minhas costas observando minhas bochechas que tenho certeza que estão rosadas.

- Podemos ir? Só estou com fome. - desconverso combinando o local com meus pais.

Entro no carro de Adam e meus pais seguem na frente.

- Eu queria contar hoje, tudo pra você? - digo quando estacionamos em frente ao restaurante.

- Tudo bem por mim, amor. Pronta pra encarar aquela fera? - ele brinca sorrindo.

Um sorriso lindo e gostoso.

Merda, como eu queria poder transar aqui e agora.

Desço os olhos pelo seu corpo analisando seu peitoral marcado pelo terno preto.

- Eu conheço esse olhar querida. - ele diz tirando me do transe. - E acredite eu quero tanto quanto você arrancar essa sua roupa social e te deixar nua só pra mim, mas antes vamos acabar logo com isso.

-•-

Parecemos até uma família normal apesar de meu pai não olhar uma vez se quer para Adam.

- Precisamos contar uma coisa pra vocês. - digo dando um gole no suco de maracujá.

Encaro Adam e ele segura minha mão acenando com a cabeça dizendo "Sim".

- Recentemente fui ao médico e descobri uma coisa, algo que acreditei a minha vida toda ser impossível. Mãe, pai, Jas... Eu estou grávida. - anúncio dando um sorriso amarelo esperando a pior das reações.

Minha mãe se levanta dando um grito e da a volta na mesa para me abraçar, minha irmã faz o mesmo e meu pai...

- Merda, o papai desmaiou. -  digo assustada vendo meu pai de olhos fechados encostado na cadeira.

Querida Sky - CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora