Capítulo 24

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Recomendação:
Ouça ao som de Fast Car de Luke Combs

Adam Relish

- PORRA. - grito aumentando pisando no acelerador.

A música Fast Car toca baixo no rádio.

Em que merda eu me meti?

Era óbvio que Skyler iria envolver seus sentimentos nisso.

Ela é jovem, cheia de vida e está na melhor fase para se apaixonar.

Ver a garota chorar no banco ao meu lado e não poder fazer absolutamente nada me doeu.

Meu coração está doendo e sinto um nó subir na minha garganta.

O que uma jovem como ela quis comigo?

Sou só um velho, que já viveu tudo o que tinha que viver, prestes a completar meia década de idade e ela... Porra ela é só uma menina.

Chego em casa e passo o dia assistindo televisão pra esquecer o episódio mais cedo.

O nó preso na minha garganta dói, tomo um Bourbon mas nada o desfaz.

Capoto no sofá pensando na mulher que quebrei o coração.

—•—

Acordei sabendo que seria o pior dia do ano.

Todos os anos, é sempre a mesma coisa.

A vontade de me juntar a elas é grande, mas dessa vez sinto vontade de viver.

Apesar da tristeza que consome meu corpo quero viver.

Há 10 anos perdi minhas meninas, jamais vou me perdoar por isso.

Julie e Kate eram as coisas mais preciosas que eu tinha na minha vida e porra... eu as perdi e me senti vazio até agora.

Até Skyler chegar com a sua alegria e piadas idiotas.

Merda... Eu me sinto culpado por isso.

Não quero substituir minhas garotas.

Sinto que quando estou com Skyler estou fazendo isso.

E eu não quero me sentir assim.

—•—

No dia seguinte bati na porta de Skyler, nos próximos dois dias também mas ninguém me atendeu.

Até que quatro dias depois vi o carro de Penny estacionando e a mulher que vem inundando meus pensamentos aparece.

Skyler está com um coque preso no topo da cabeça, um moletom largo de alguma universidade e uma calça preta.

A garota se apoia em uma muleta e manca até a entrada de casa sem nem olhar pra minha direção.

- Skyler. - chamo a garota que me olha rapidamente mas diz algo pra tia e entra dentro de casa.

Corro até sua casa e cumprimento Penny.

- Como está o pé dela? - pergunto depois das formalidades.

- Está bem, Skyler decidiu passar esses dias conosco até melhorar e poder voltar pra cara. Gus vinha alimentar suas gatas se não a garota não parava de falar um minuto. - ela sorri e involuntariamente sorrio também.

- Que bom que ela está bem.

- Eu disse que o pé dela está bem, já ela... - ela pausa olhando em volta - Não sei o que houve com ela, Adam. Skyler não parece a mesma, não come direito e se sente cansada o tempo todo. Peguei ela chorando outro dia, tenho certeza que é por conta daquele desgraçado do ex marido dela ou algum outro idiota que quebrou o coração dela.

As palavras de Penny me atinge mais do que deveriam.

- E-eu sinto muito por ela. Tenho que ir agora. Nos vemos outra hora. - abraço rapidamente minha amiga e volto para casa.

Skyler não come direito, chora e vive em tristeza por minha causa.

Inferno!!!

Skyler Rosewood

Decidi passar esses dias com a minha tia, sabia que não ia conseguir fazer as coisas sozinha e como meu pé melhorou muito voltei para casa.

Ouvi Adam me chamar mas não estava pronta para falar com ele, aliás, não sei se estarei.

Estava com saudade das minhas meninas, quando entrei eles vieram correndo pra mim.

Meus olhos se encheram de lágrimas quando as peguei no colo.

Nos últimos dias tenho me sentido mais emotiva, chorosa e vulnerável.

Adam me deixou assim logo que gritou comigo dentro daquele carro.

- Tem certeza que vai ficar bem, filha?- minha tia pergunta me dando um beijo na testa.

- Claro tia, eu sempre fico bem. - dou um sorriso.

- Vou pedir para o Adam ficar de olho em você. - ela diz sorrindo.

- Não tia, não me sinto confortável com isso. Não quero ele de olho em mim como se eu fosse uma criança. - digo seria.

Ela franze o cenho e concorda com a cabeça.

- Tudo bem, não vou pedir nada a ele então por favor me ligue todos os dias e se cuide querida. - ela me abraça e vai embora.

Respiro fundo e engulo o choro pensando que em menos de 15 dias vou retornar ao Brasil pra me livrar daquele traste de uma vez.

Levanto rápido demais me apoiando nas muletas e sinto uma tontura que me faz sentar novamente.

Dessa vez levanto devagar e caminho até a cozinha com os apoios ao meu lado, abro a cortina da janela e vejo Adam sentado em frente e a sua casa tomando um líquido âmbar.

Ele parece triste pensando em algo.

Que se foda, não ligo pra ele.

Querida Sky - CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora