Capítulo 34 - O ápice

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"Darling, you mean the whole wide world to me
Darling, you are sweeter than I ever dreamed
Darling, you make me believe in make believe
Darling, you mean the whole wide world to me"

P E P P E R

Finalmente é dezembro, a melhor época do ano. As ruas estão iluminadas com luzes cintilantes, e o ar está cheio da melodia de canções festivas. Em cada esquina, há uma promessa de alegria e a expectativa de celebração. Eu me envolvo no calor de um suéter macio, saboreando o aroma de chocolate quente que paira na cozinha. Lilly e Tony estão contando os dias para o Natal, e eu não posso deixar de compartilhar da empolgação deles. Há algo mágico no ar, uma sensação de que tudo é possível, e meu coração se enche de gratidão por estar aqui, vivenciando este momento, cercada pelo amor da minha família. Da sala, os sons de um debate chegam até mim. Pai e filha estão lá, decorando o pinheiro recém-colocado.

— Não é assim, papai! As bolas estão nas cores erradas. -Ouço a mais nova dizer com firmeza.

Meu noivo, com a paciência de um santo, responde com um sorriso na voz. — Mas as luzes já são douradas, princesa, e está ficando perfeito assim.

— Mas tia Pepper não gosta assim! -Lilly insiste, com a certeza de quem conhece todos os meus gostos. — A árvore deve ser dourada também.

Tony sabe que não é verdade, que eu adoro todas as cores que trazem vida e alegria à nossa casa, então continua no seu diálogo com a criança. — Meu amor, a tia Pepper vai amar de qualquer jeito, porque foi decorada por você.

Eu sei que ela está prestes a chorar, frustrada por não conseguir convencer o pai. Então, coloco minha xícara de lado e me levanto, caminhando vagarosamente até a sala, já que a barriga pesada e redonda com as gêmeas limita meus movimentos.

Ao chegar, vejo o pinheiro brilhando em meio a diferentes cores e ornamentos, e Lilly com uma bola dourada na mão, os olhinhos cheios de lágrimas.

— O que está acontecendo aqui? -Pergunto, mesmo que já saiba do que se trata.

Lilly e eu sempre tivemos uma conexão especial, isso é inegável. Desde o nosso primeiro encontro, ficou claro que tínhamos uma ligação e, mais de um ano depois, isso não mudou. Na verdade, com a aproximação do nascimento das irmãs, parece que, mais do que nunca, ela sente a necessidade de reafirmar o que temos. Sempre é um "a tia Pepper não gosta" quando alguém sugere algo, "a tia Pepper não quer assim" quando Tony decide me mimar um pouco, "eu sei o que a tia Pepper quer" quando a avó a questiona, "ela é a minha tia Pepper", quando a Nat ou a Addie sugere algum programa entre amigas e por assim vai.

Quando notamos esse comportamento, Tony e eu nos preocupamos imediatamente. Afinal, não queremos que ela sinta como se estivesse perdendo seu lugar. Mas, após conversas com especialistas, percebemos que se trata de um comportamento comum diante da situação, e que não deveríamos nos preocupar tanto. Apenas precisamos continuar demonstrando nosso amor e apoio incondicional a ela, para que se sinta segura e amada, não importa o que aconteça. E no final das contas, isso é tudo com o que queremos, garantir que Lilly se sinta amada e segura, que ela saiba que tem um lugar único em nossas vidas e que a chegada das irmãs não vai mudar o amor que sentimos por ela. Independente de ser um ciúme infantil e passageiro ou não

— Eu disse ao papai que a árvore deveria ser dourada, tia Pepper. Ele não entendeu. -A pequena corre até mim, apontando para a árvore.

— Mas assim está lindo, querida. -Digo. — E essa bola dourada vai ficar perfeita bem aqui. -Aponto para um galho que parece feito para ela. — Não precisamos mudar as coisas.

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