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A Cidade Tomada Pela Neve (Episódio 1)

Mavi está sempre atenta aos sons peculiares que ecoavam pela cidade, sabendo que cada ruído pode esconder uma aventura ou uma travessura esperando para acontecer. Uma vez, ela ouviu falar de uma loucura épica envolvendo Tina, Johnny, Marty, Jacob, Bethany, Joyce e Cole, (estranhamente Nevi não estava envolvida) onde o grupo decidiu acampar no cinema, que misteriosamente funcionava, e também misteriosamente não estava intocado pela neve igual a maioria dos lugares. Eles assistiam uma maratona de filmes de comédia romântica e ficção científica. Foram deixados lá pelos professores, que estavam tão irritados com a ousadia que decidiram abandoná-los por conta própria.

E não podemos esquecer do som assustador do guindaste enorme e abandonado, que às vezes ganha vida própria, rangendo e gemendo como um navio afundando no meio da noite. É o tipo de coisa que arrepia até mesmo os mais corajosos da cidade! (Hydes não inclusos)

Além disso, os outdoors espalhados pela cidade e pelo lixão ganham vida, com algumas propagandas temáticas do... "Refrigerante Crystal" de Natal e Halloween.

É claro, não podemos esquecer dos nossos amigos Hydes! Garantindo que cada esquina seja uma experiência sensorial e, que se caso você não prestasse atenção, seria encontrado sem cabeça e sua placa-mãe uma semana depois. Com todos esses sons e acontecimentos estranhos, Mavi nunca sabe ao certo o que esperar.

Mavi era do tipo de garota que não tinha tanto amor a própria vida.

Andava pela cidade sozinha escutando música alta e é isso aí. É isso tudo ou nada, não é, Mavi? Desse jeitinho até parece que nós Echos temos escolhas. É verdade, por mais que pareça que os robôs Echos desfrutam de liberdade, sua existência é em grande parte guiada por diretrizes e programações. Mesmo que eles possam realizar tarefas complexas e interagir com o mundo de forma aparentemente autônoma, tudo faz parte de sua programação e design, e Echos morrem tão fácil que se torna justo quebrar as regras. Desde que os humanos abandonaram esse planeta aleatório, tudo parecia mais... divertido e bom.

Quanto ao seu papel na sociedade, é lamentável que os robôs Echos tenham sido largados de lado nesse planeta terrível, tudo por serem "subdesenvolvidos"

Apesar das limitações e desafios que enfrentam, os Echos continuam vivendo normalmente, esquecendo que os humanos destruíram aquele planeta e depois voltaram para a terra como se nada tivesse acontecido.

Mas essa história vai além do sofrimento de um povo! De fato, naquela noite especial, Mavi se encontrava em um local inusitado; a cidade. Mas não estava ali para lamentar, e sim para dar início a uma aventura sem precedentes. Seu objetivo? Explorar a cidade abandonada, agora iluminada pelas festivas decorações de Natal e Dia das Bruxas. Mavi ansiava por desbravar cada rua e beco, ansiosa para alcançar o final da cidade e subir ao topo do prédio mais alto, onde imaginava que poderia vislumbrar o outro lado do mundo.

Apesar da noite, o céu estava tingido de um cinza claro, adornado por estrelas amarelas cintilantes, cada uma parecendo guardar um segredo cósmico em seu redor. E enquanto Mavi avançava, uma sensação de encantamento a envolvia, como se estivesse prestes a descobrir algo verdadeiramente extraordinário. Se fosse até o final da cidade e subir no prédio mais alto, no horizonte Mavi veria á distância, o oceano congelado, que reluzia sob a luz das estrelas e alguns planetas, e ao fundo, os imponentes prédios cinzas da cidade dos robôs Echos vizinhos, a cidade de Shine, erguia-se majestosamente. Todos de vários tons de cinzas e com luzes amarelas, eram tão perto um do outro que os carros e pedestres deveriam olhar para cima e achar que os prédios alcançavam as estrelas, deviam ser tão grandes que a luz do sol não batia lá, então por isso que tinham muitos postes de luz antigos e clássicos lá. A magnitude dessas estruturas era avassaladora, fazendo Mavi sentir-se um átomo diante da grandiosidade daquele cenário. E apesar da noite, o céu mantinha-se em um tom cinza-claro, conferindo uma aura de mistério e maravilha a toda a paisagem.

E assim, sob o manto da noite, Mavi embarcou em sua jornada rumo aquela bela vista, impulsionada pelo desejo de continuar seu trabalho mas fazer algo divertido. Era uma noite como nenhuma outra, repleta de promessas e possibilidades, e Mavi estava pronta para vivenciar cada momento com intensidade e coragem... Uma pena que estava sozinha, sem ninguém do seu lado.

Mavi sentia um aperto no peito ao imaginar seus amigos se divertindo em diversos lugares pela cidade, aproveitando ao máximo as atrações do parque de diversões, o espetáculo do circo, a patinação no gelo na praça e as delícias da vila de Natal. A combinação da natureza com o clima festivo do Halloween e do Natal criava uma atmosfera encantadora, onde cada esquina exalava alegria e magia.

Era difícil não se deixar levar pela sensação de solidão, especialmente quando lembrava que todos tinham medo ou raiva de Mavi. Apesar da ausência de amigos, Mavi se consolava com os deliciosos aromas que pairavam no ar, mesmo que o cheiro viesse lá de longe, como o irresistível cheiro de brownie com sorvete, o doce sabor do doce de abóbora e a reconfortante fragrância da sopa de abóbora. Mesmo estando sozinha, ela estava determinada a aproveitar cada momento e criar suas próprias memórias especiais nesta noite mágica... Sozinha.

Naquela noite só precisava patrulhar, bem inútil, mas não estaria infringindo as regras se fosse até o outro lado da cidade, muito pelo contrário, seria um bom trabalho! Só achava que não foi uma boa idéia trazer Holley, seu amiguinho robô.

Bom... O que poderia acontecer?