Capítulo 10

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(S/n)

— Aconteceu alguma coisa Anjo?

A voz de Dogday interrompe meu momento de introspectiva. O que eu diria para ele? Eu sei o quanto ele se preocupa comigo e por isso temo que ele não vai deixar eu andar sozinha pela fábrica.

— Eu acabei de falar com o Ollie. Eu preciso ir até o escritório dos conselheiros ligar a energia reserva.

— Ótimo! É melhor irmos andando. Vamos voltar em breve pessoal. — Eles diz.

— Só eu vou Dogday. — Digo firmemente.

— O quê? Como assim? Eu não estou entendendo Anjo. — Suas orelhas se abaixam.

— Você está ferido, e eu quero que você fique com seus amigos para se recuperar até eu religar a força.

— Mas anjo... É perigoso lá fora. Algumas criaturinhas podem sentir o seu cheiro e te seguir. Ou pior... — Ele choramingou.

— Eu sei, mas eu tenho que tentar. Eu prometi para eles que os tiraria daqui e não posso fazer isso parada.

— Não. — Ele segura meu braço e se ajoelha a minha frente. — Não posso permitir isso anjo, é meu dever te manter segura. É o mínimo que eu posso fazer. — Ele implora.

— Eu sei que você quer me proteger, mas eu tenho que ir. Eu te prometo que vou me cuidar. — Tento convencê-lo, mas por dentro eu estava apavorada.

— Ele vai te encontrar e te torturar. — Dogday me abraça. — Não quero que você sinta o mesmo que eu senti. Não quero que sinta dor.

— Dogday, você está tremendo.

— Desculpa Anjo, só estou angustiado. Não vá por favor, vamos achar um jeito. — Ele diz, enterrando mais ainda seu rosto em meu peito.

— Eu... Eu sinto muito.

Eu olho para Bubba e Kickin, que logo entendem o que eu sinalizei pelo meu olhar. Eles vem até mim e seguram Dogday nos separando.

— O quê? Não! Me soltem! — Dogday se rebatia tentando se soltar de seus amigos. Bobby e Hoppy também o seguraram.

— Eu volto logo Dogday, eu prometo.

Eu abro a porta atrás de mim e me afasto deles. Enquanto eu fechava a porta e pude escutar os gritos de Dogday que imploravam para que eu voltasse para ele.

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S/n saiu rapidamente de debaixo da torre da falecida Smiling Critter Crafty corn e segue em direção ao Berçário. Um tempo depois Dogday consegue finalmente ser acalmado por seus amigos.

— Por favor, eu não posso deixar ela sozinha. — Dogday choramingou.

— Cara, ela vai ficar bem. Ela passou por tanta coisa para chegar até aqui, enfrentar o Catnap vai ser moleza pra ela. — Kickin exclama.

— Se nem nós conseguimos dar conta do Catnap o que dirá ela...

Uma batida repentina na porta deixa todos em alerta. Diferente da forma que S/n batia na porta, essa era mais agressiva. Bubba foi olhar para ver quem era, mas é atingido com força pela porta que voou pelo ar, o derrubando no chão.

Todos tremeram de medo ao ver a figurinha alta e esguia com aquele olhar vazio e sem vida que os perfuravam. Catnap os olhava com raiva e desgosto.

— Finalmente achei vocês... — Ele rosna, sua voz profunda e falha como sempre.

Logo uma fumaça vermelha e densa começa a surgir dentro da sala.

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S/n começou a caminhar em direção ao grande escritório em formato de um templo grego. Depois de que pegou uma chave dada por Ollie embaixo das estátuas, ela sobe degrau por degrau completamente ansiosa, pois tudo aquilo acabaria.

Chegando na frente da porta de madeira, Ela olha para maçaneta e usa a chave que ganhou de Ollie. Antes que ela pudesse entrar no salão, ela olha para trás, olhando para o berçário, sendo que parecia ser um dos últimos momentos que ela o veria.

Na entrada do local S/n encontrou uma fita de cor cinza em cima de uma mesa. Ela coloca no vídeo cassete e olha para uma televisão ao lado. Uma voz masculina transmitia um aviso de emergência.

— A Mensagem a seguir é para todos os funcionários da Playtime Co. As 11:01 da manhã, horário padrão oriental, uma força hostil desconhecida foi declarada presente nas instalações da fábrica. Todo o pessoal deve iniciar os protocolos de evacuação imediatamente.

Deixem seus pertences pessoais. Não se envolvam com indivíduos hostis. Se não tiver saida disponível, busquem abrigos em lugares seguros. Cubram seus corpos e permaneçam em silêncio. Não olhem através de nenhuma janela e não abram as portas para ninguém. Não façam contato visual... ABRAM AS PORTAS, A HORA DA ALEGRIA COMEÇOU....
(... Estática...)

S/n se lembra dessa tal hora da alegria que Bobby  havia citado. Antes de fugir, S/n queria encontrar Poppy para que ela pudesse explicar com clareza o que aquilo significava.

O lugar parecia um labirinto, mas S/n conseguiu se locomover facilmente pelo local e ligou todos os pontos de energia que estavam desligados dentro do prédio.

S/n desceu de volta as salas do escritório por um duto. A sala abaixo dela estava coberta pela fumaça vermelha, o que fez ela ter de usar a máscara de novo.

A fumaça era tão densa no ar que S/n não conseguia ver muito bem. Logo ela sente uma porta e consegue abrir ela e sair em direção ao corredor.

Enquanto ela se ajustava ao ambiente,
S/n não percebe a presença maligna a sua frente. Catnap estava todo o tempo a observando, a vigiando, a caçando.

Ele com um grito estrondoso a nocauteia, a jogando com força para dentro da sala. O impacto fez ela bater com força contra a parede e cair no chão. Isso a fez ficar inconsciente.

A máscara saiu de seu rosto por causa do impacto e por necessidade ela começou a respirar o ar poluído pelo gás. Sua respiração ficou mais pesada e seu corpo mais leve. Depois de alguns segundos sua visão escureceu por completo.

— Encontre a flor...

Uma voz feminina diz, fazendo com que a escuridão se dissipasse. Quando S/n acorda, ela vê que estava em uma rua de asfalto, com longas árvores ao seu lado, a escuridão atrás de si e logo a sua frente estava a fábrica da Playtime Company.

— Esse não é um lugar de onde você irá voltar.

Essa pessoa sussurra novamente. S/n  tentava se mexer, mas a única coisa que ela podia fazer era olhar para os lados e para cima. Ela estava alucinando de novo.

Em um piscar de olhos ela estava na parte da frente da entrada da fábrica, onde ela encontrou seu Grab pack e o Huggy Wuggy.

A voz que sussurrava dentro de sua cabeça parecia ser a de Poppy.

Gritos de horror e medo foram as últimas coisas que ela ouviu antes de acordar desse pesadelo maluco. O telefone toca e S/n se levanta, atendendo ele em seguida.

— DEIXE O BERÇÁRIO OU EU VOU TE PEGAR. — Disse uma voz que claramente não era a de Ollie.

Aquela voz profunda e sombria era a de Catnap. Aquilo a preocupou, por quê ou o Catnap conseguiu entrar em contato com ela, ou ele fez alguma coisa com o Ollie. 

S/n sai correndo de dentro do escritório após ligar as últimas baterias que faltavam. Agora só restava restaurar tudo e sair daquele lugar. S/n esperava que seus amigos ainda estivessem seguros.

Durma bem, Meu anjo | Dogday x ReaderOnde histórias criam vida. Descubra agora