Os McLoughlin fazem um convite

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Os McLoughlin fazem um convite

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Os McLoughlin fazem um convite

Capítulo Dois




Os McLoughlin não frequentam bailes, não vão a brunches e não são vistos se não as mais especiais ocasiões. Talvez por isso a presença da família quase completa passando pelas enormes portas da mansão do marquês de Nest, pai de Viviana, é aqui que ele e a esposa irão apresentar a filha como uma mulher perante a sociedade.

Por ser o primeiro grande baile da temporada é onde também começarão os jogos de acordo com mamãe.

Não estamos todos aqui, uma família de seis pessoas com apenas quatro presentes, Aiden e Cassidy não retornaram ainda da Irlanda. A mais nova por cartas não poupa esforços para dizer o quanto sonha com o dia em que não precisará retornar para casa pois tem a vida de uma princesa com nossos avós.

Meu pai parece conhecer bem essa paixão, ele e minha mãe parecem estar presos aqui por conta do título de marquês de nossa família, por isso acho que querem que Brendon logo siga seu próprio caminho.

Um dia dessas mamãe se emocionou ao se lembrar do pomar de maçã da residência de meus avós, é como um cenário de conto de fadas.

Posso sentir o corpo de meu irmão endurecer em frente a todas aquelas pessoas.

Quando meus pais se libertarem de toda a responsabilidade para viver apenas de dias de amor, tudo passará a estar em suas mãos.

Apoiei minha mão sobre seu antebraço chamando sua atenção para o meu rosto, sorri animada tentando anima-lo também.

Mas a verdade é que se eu não encontrar alguém que mesmo com todas as responsabilidades de um grande título não sonha em viver dias de amor comigo na velhice, nada estará valendo a pena.

Deixei meus pensamentos fugirem quando notei que estava me distraindo enquanto os anfitriões vinham em nossa direção, do marquês ao lado de sua esposa com sua filha logo ao alcance.

Uma dama não deveria vir recepcionar a família de um rapaz, mesmo que tenha um singelo interesse. Mamãe não irá gostar disse, já prevejo um nome riscado em sua lista.

— Que honra devo dizer, Darcí McLoughlin e sua família em minha casa nesta noite — Os homens da família trocaram apertos de mão enquanto nós não fizemos mais que trocar olhares.

— Não poderíamos recusar um convite de suma importância — Mamãe sorriu — E que de outra forma poderíamos dizer que nossa filha, Kellen assim como Viviana já está em sua primeira temporada. Neste ano também meu filho Brendon, quem logo será o marquês de Salville.

Mais algumas palavras foram ditas antes de minha mãe dizer o que acredito que já seria o suficiente para nos levar para casa sendo o assunto dessa noite sem nem mesmo precisarmos de uma dança ou um cortejo.

— Além de tudo, precisávamos convidá-los pessoalmente, queremos recebê-los para uma semana de festejos em nossa casa. Tenho certeza que assim todos poderão se conhecer melhor antes da grande noite em que sonho em anunciar o noivado de meus filhos.

Era aquilo que um McLoughlin fazia em sociedade, frases curtas e objetivas que atraem conversinhas que podem render semanas, ninguém sabe o que acontece após a placa que anuncia nossa residência. Mas agora parece que será diferente.

A mansão Salville estará aberta para a temporada, só resta sabermos quem será convidado para o maior evento da temporada.

Eu estava certa quando disse que teria dor nos pés quando voltasse para casa, também estava com a garganta seca e descabelada. A fofoca sobre abrirmos nossa casa por toda uma semana para receber famílias causou um grande caos, todos se animaram e acharam que poderiam em uma noite conseguir um convite.

No almoço, nossa primeira refeição do dia, meus pés ainda doíam, mas provavelmente não mais que as bochechas de minha mãe que não parava de sorrir lendo as notícias do jornal.

Logo na capa um esboço de meu rosto ao lado do de meu irmão, anunciando que os descendentes da realeza irlandesa iriam abrir as portas da distante e luxuosa mansão para receber convidados selecionados a dedo.

— Sabe o que é o melhor? Ao menos tenho uma lista de convidados em mente, não conheço essas pessoas mais que seus nomes e alguns nomes não conseguiria pronunciar por toda uma semana os mantendo em nossa casa — Ela ria com desespero.

— Acalme-se — Meu pai pediu — Escolha famílias grandes, assim umas três bastarão para os entretermos.

— Vocês estão definitivamente ficando loucos — Meu irmão se levantou — Se me dão licença, vou procurar um cômodo nesta casa onde não tenha pessoas.

Mamãe colocou o jornal sobre a mesa e retornou a se sentar.

— Não entendo o que precisarei fazer para que seu irmão aceite seu destino.

— Não se preocupe, ele aceita, só ainda sonha em encontrar o amor — Comentei.

— E você não, lady McLoughlin?— Para meus pais o termo lady McLoughlin virou piada desde que me tornei uma dama, agora meu pai caçoa de mim com um sorriso sugestivo no rosto.

— Não me iludo com isso, sei que se não me casar até minha segunda temporada serei uma solteirona, mulheres devem se casar e gerar filhos, o que serei se não uma esposa feliz? Pra mim basta isso, me casar com alguém que me faça feliz.

— Alguém que te ame te fará feliz — Neguei a justificativa de minha mãe.

— Não necessariamente, o amor me fará feliz mamãe, li em um livro — Pude ver olhos se revirando, os ignorei — Que se em um relacionamento houver respeito, diálogo e desejo já é o suficiente para a felicidade.

— Desejo? O que anda lendo, Kellen?— Meu pai perguntou com os olhos arregalados.

— Nada demais papai.

— Não importa o que é, não tome personalidades escritas por alguém para sua personalidade, filha são todos inventados. Lamento te dizer isso, mas nem mesmo as mentes que imaginam, sim imaginam, histórias de livros acreditam que possam ser reais. Apenas pensam que é o que querem que acreditemos.

Tomei um gole de meu suco enquanto a ouvia falar.

— Está brincando conosco — Papai disse trazendo o silêncio — Está brincando conosco para enlouquecermos e passamos a temer que ela tenha um casamento triste, você é trapaceira, Kellen.

— Estou apenas falando sobre livros papai — Me defendi mentindo enquanto arrastava a faca pelo pedaço de carne de frango de meu prato.







— Estou apenas falando sobre livros papai — Me defendi mentindo enquanto arrastava a faca pelo pedaço de carne de frango de meu prato

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