- Capítulo 10 -

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Nolan caminhava pelas ruas tranquilas da cidade, seus passos ritmados acompanhando o compasso da música que ecoava em seus fones de ouvido. O sol do  início da tarde lançava uma luz dourada sobre os prédios, pintando as fachadas com tons suaves e acolhedores.

O ar fresco do outono dançava ao redor dele, carregando consigo o aroma delicado das flores que começavam a desabrochar nos jardins ao longo do caminho. Seus fones de ouvido eram seu refúgio, um portal para um mundo de sons e melodias que o transportava para longe das preocupações do dia-a-dia. Ele podia sentir as batidas pulsantes da música reverberando através de seu corpo, envolvendo-o em uma aura de calma e serenidade.

Cada nota era como uma onda reconfortante, lavando sobre ele e afastando qualquer tensão que pudesse estar carregando. Enquanto caminhava, Nolan observava o cenário ao seu redor com uma sensação de admiração tranquila. As árvores balançavam suavemente ao vento, suas folhas sussurrando segredos antigos. As pessoas passavam por ele, cada uma imersa em seu próprio mundo, alheias à beleza serena que o rodeava. Ele sorria para si mesmo, apreciando a sensação de estar conectado tanto com a música quanto com o ambiente ao seu redor.

Enquanto caminhava para casa, Nolan estava imerso em sua própria bolha sonora, perdido na música pulsante que fluía através de seus fones de ouvido. Ao se aproximar da ponte, viu a silhueta familiar de Luke sentado na beira, olhando para a água abaixo. Uma onda de emoções mistas o atingiu quando seus olhares se encontraram, lembrando-o dos momentos compartilhados e das conversas profundas que tiveram ali.

Nolan: É você Luke?

Luke: Outra vez você. Será que dá pra me deixar em paz por um momento?

Nolan: O que tá fazendo aí de novo?

Luke: Não é da sua conta. O que eu faço ou deixo de fazer não importa.

Nolan: Não quer me dizer o que está fazendo?

Luke: Faz alguma diferença? Não.

Nolan: Tá bom. Da última vez que vi você nesse lugar, estava na beira dessa ponte.

Luke: E adivinha só, você veio e impediu que eu pulasse.

Nolan: Não está feliz por eu ter feito isso?

Luke: Claro que não, você estragou tudo. Eu ia pular dessa ponte.

Nolan: Eu sei disso. Eu te expliquei o motivo de não ter feito isso.

Luke: Pouco me importo, a minha vida não tem mais sentido. Não faz diferença eu continuar vivendo.

Nolan: Não sei porque está dizendo essas coisas.

Luke: Porque eu... O problema é que... Ah, deixa pra lá.

Nolan: Deixa disso.

Luke: Eu vou pra casa, não me segue.

Nolan: Ah vou te seguir sim.

Luke: Tanto faz, só não continua falando no meu ouvido. Sua voz é irritante.

Nolan: Minha namorada diz a mesma coisa.

Luke: O que?

Nolan: Minha namorada, ela disse que minha voz é irritante. Nesse mesmo tom  que você está falando.

Luke: Então ela tem razão. Devia ir com sua namorada pra casa, e não ficar me seguindo.

Nolan: Vou com você até sua casa. Prometo que não vou falar nada enquanto isso.

Enquanto Luke e Nolan caminhavam juntos pelas ruas silenciosas da cidade, uma atmosfera de tensão pairava entre eles. Luke, com sua postura tensa e olhar distante, parecia imerso em seus próprios pensamentos, enquanto Nolan, ao seu lado, mantinha-se em silêncio, respeitando a promessa que fizera. Seus passos ecoavam de forma rítmica no asfalto, cada um mergulhado em seu próprio mundo interior.

 A Famosa Morte de um BipolarOnde histórias criam vida. Descubra agora