CAPÍTULO 13 - Prazer e consentimento

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😢

O destino é cruel e muitas vezes fatal, ele não é benevoloso ou justo, ele apenas encontra maneiras para um fim inevitável, infelizmente é ele quem está no comando de nossas vidas ou de parte delas, ainda somos responsáveis por nossas próprias ações, mas o destino pode muito bem tentar mudar nossas cabeças ou as de outras pessoas, e no fim acabamos sendo afetados pelas escolhas de outros e pelas nossas próprias. O destino de S/n Fitzgerald sempre foi bastante indefinido, nem mesmo o destino conseguia prever seu próximo passo ou aonde aquilo levaria a todos, ela era quase como uma incógnita que não deveria estar ali, mas estava e isso serviu para que durante a sua vida ela pagasse pelos pecados de outra pessoa, alguém tão perto e ao mesmo tempo tão distante de si, a jovem mulher pagava pelos pecados de outros antes mesmo de chegar a cometer os seus próprios pecados.

"- Com licença - uma voz baixa e levemente rouca soou pela cela doze, em seu tom de voz era perceptivo o seu forte sotaque francês, a garota de cabelos negros e olhos azuis levantou a sua cabeça para observar o homem alto entrar em seu quarto, a garota de apenas quinze anos estava sentada em um canto escuro de sua cela lamentando a sua própria miséria.

S/n levantou-se lentamente, seus olhos brilhando em um azul intenso coberto pelo medo e pelo pavor, ela deu alguns passos para frente saindo da parte escura de sua cela e dando ao mais alto a visão de seu rosto com leves cortes arroxeados. Apesar dos machucados, dos olhos inchados e avermelhados, ela ainda sim tinha uma feição determinada no rosto, era a face de uma verdadeira guerreira, que mesmo após ser destruída inúmeras vezes, sempre se reerguia pronta para um novo confronto, não se importando se cairia novamente.

- Quem é você? - perguntou em seu tom mais firme, sua feição estava fechada e ela parecia um tanto quanto cautelosa tendo cuidado ao se aproximar demais da pessoa desconhecida a sua frente, mas naquele momento ela sentiu um tipo de alívio, alívio de ser um rosto estranho e não de ser um daqueles rostos que ela via todos os dias.

- Perdoe-me por minha falta de educação, me chamo Augustos Boucher, mas... Também sou conhecido como...

- O Alquimista - S/n completou observando o sorriso que surgiu nos lábios do homem à sua frente, era certamente motivo de orgulho ser reconhecido pelo seu nome e pelo seu trabalho.

- Exatamente, senhorita. Já que sabe quem eu sou, creio que saiba o que faço, estou correto? - ele perguntou de forma objetiva enquanto arqueava uma sobrancelha em direção a garota, S/n assentiu com a cabeça três vezes, quase como se estivesse nervosa, os olhos da garota voltaram a se encher de água e ela encolheu os ombros.

- O que fará comigo? - sua voz chorosa soou baixa e trêmula, Augustos a olhou atentamente e então andou até a mais nova e segurou em seu braço fortemente.

- Muito bom, pequena loba - ele sussurrou em seu ouvido antes de puxá-la para fora da cela onde eles se encontravam."

Olhos azuis fixos e concentrados em um ponto específico a sua frente, o tom de verde dos olhos de Natasha Romanoff que também a olhava de forma fixa e determinada, os lábios de S/n se pressionaram por alguns segundos antes dela os abrir brevemente, Natasha lutou para não desviar seu olhar dos azuis intensos a sua frente. Brincar de quem pisca primeiro parecia algo infantil, mas elas não ligavam para aquilo naquele momento, ambas estavam sem piscar seus olhos a uns dois minutos, elas nem mesmo se mexiam com medo de que qualquer movimento as fizessem piscar. As duas mulheres estavam sentadas uma de frente para a outra na mesa da cozinha, ao lado delas estavam Wanda e Bucky, esses que estavam tão ocupados conversando que não perceberam o comportamento infantil das outras duas. Elas ao menos sabiam como uma simples troca de olhares havia virado uma guerra, em um momento elas ouviam Wanda falar sobre um seriado que ela havia assistido, e no outro apenas elas estavam se encarando fixamente sem piscar. Algo simples e idiota que causou sorrisos sinceros e ensolarados em seus rostos, era diferente ter S/n sorrindo daquela forma, dava para perceber a felicidade que cobria todo o seu rosto naquele momento e isso era perceptível pelos seus olhos azuis brilhantes quase se fechando, ela não conseguia evitar. Natasha se perdeu por um momento no olhar da mais nova, a ruiva não suportou não olhar para o seu rosto completo da mais nova e desviou o olhar enquanto sorria, S/n abriu levemente a boca enquanto ainda sorria, ela parecia extasiada e isso fez Natasha parar por um segundo para admirá-la, ela certamente havia achado aquilo bastante fofo, S/n comemorava a sua pequena vitória enquanto balançava a sua cabeça de um lado para o outro imensamente contente, mas Natasha comemorava outro tipo de vitória, ela comemorava por ter escolhido confiar em S/n e por se permitir viver momentos como aqueles.

TRAIDORA | Natasha RomanoffOnde histórias criam vida. Descubra agora