The mysterious brunette

"mãe!?"

Pov Mariana Maciel

Acordei cheia de dor, ressaca total. Decidi na hora: nunca mais bebo. Olhei o relógio e, nossa, já eram 7 horas. Se consegui dormir 4 horas, foi lucro. Luísa estava ao meu lado, na mesma situação. Mal abri a boca, só vesti um aerolook, peguei minhas coisas e fui para o aeroporto. Não sei quem estava pior, a creche estava quieta, quando isso?

Estávamos sentados em alguns bancos, todos de touca e óculos escuro. Parecíamos até fugitivos.

- Amor, quer deitar aqui? - ofereceu Luísa, percebendo que eu estava quase dormindo sentada.

- Uhum. - falei, deitando em seu ombro e apaguei.

Não faço a mínima ideia de quanto tempo dormi, só lembro de levantar e ir para o avião. Luísa fez a surpresa de comprar passagem na primeira classe para mim ficar com ela.

- Bom, eu não queria ir até lá sem você, então comprei para você também. - falou com um sorriso de ponta a ponta.

- Obrigada, Lulis!

Fomos para nossos assentos, que eram duplos, com apenas uma pequena bancada nos separando. Eu já tinha perdido meu sono, mas acredito que Luísa não. Não é um voo muito longo, apenas 3 horas, mas tenho medo de avião, então tudo fica ainda mais longo e difícil. Não demorou muito para o avião começar a subir, eu estava trêmula, inquieta...

- Mari, tá tudo bem? - perguntou, pegando na minha mão.

- Eu... tenho medo de avião - falei rápido, envergonhada, meu rosto estava até queimando.

- Que? Fala devagar, não precisa ter vergonha de mim. - falou, fazendo carinho na minha mão.

- Eu tenho medo de avião. - falei e logo fiquei vermelha.

- Fica calma, vai dar tudo certo, daqui a pouquinho estamos em casa de novo. E você é linda com vergonha. - falou e me deu um selinho.

- Obrigada... - falei ainda morrendo de vergonha.

- Quer conversar para se distrair? - perguntou toda atenciosa.

- Uhum. Posso te contar uma coisa? - falei, colocando o cabelo dela atrás da orelha. Ela apenas acenou com a cabeça. - Cada vez me apaixono mais por você... E sei lá, faz tão pouco tempo, mas parece que te conheço há anos. Só que tem um porém, tenho medo de algo não dar certo e prejudicar minha carreira, mas sabe, eu quero correr esse perigo, por todas as borboletas no estômago, coração acelerado, olhos brilhando... - falei e ela me abraçou chorando.

- Não faz isso!!! Eu sou sensível. - enquanto estava limpando suas lágrimas.

Conversamos coisas completamente sem nexo, Luísa tem algo que me faz amar ainda mais ela, uma hora estamos sendo bobas, outra hora estamos falando coisas quentes e rindo. Pode ser coisa do amor, nunca amei assim, fiquei com muitas pessoas mas nunca ao ponto de querer ter algo sério como quero com ela.

- Você vai pra minha casa, né? - falou passando o dedo pelo meu braço lentamente. - Você ainda não fez o que prometeu ontem, tô louca pra isso. - falou no meu ouvido.

- Pô, Lu, bateu uma saudade da minha casa, saca? Vamos marcar outro dia, de boa? - falei com um sotaque forte, nem sei o porquê, mas pela cara dela ela gostou.

- Caralho, esse sotaque seu me quebra. - falou com um sorriso safado. - Vai me deixar na vontade, mesmo? - falou no pé do meu ouvido, me fazendo arrepiar.

- Não faz isso,vida, senão vou ter que resolver aqui mesmo. Posso até ir na casa, mas vou pra minha casa. Suave?

- Ótimo, - ele disse e me puxou para um selinho.