Os olhos da guerra

Escolhas

Gente... inventei de nomear os capítulos com termos de guerra e agora não sei que nome dar maissss!!!! Enfim, sou péssima para responder comentário, mas amo ler cada um, vocês me divertem.

Além disso, queria deixar aqui uma indicação da minha fic favorita da vida que já li muitas vezes e me emociono sempre. É uma história impecável, com uma trilha sonora incrível (talvez todos aqui já conheço, mas vale ler dnv): Breathing you da AhPalasAthena.

Boa leitura:

Tenho muito em que pensar. Andrea disse coisas que são verdade, mas a mentira dela me magoou... Entendendo que ela tenha sentido medo, mas eu fui verdadeira com ela! Ela mesma ficou surpresa ao me ouvir falar dessas coisas sentimentais... uma coisa desse tipo só acontece com minhas filhas ou na terapia.

Há uma semana que almocei com Andrea e que fizemos sexo pela primeira e, talvez, única vez. Tenho pensado muito se quero mesmo embarcar nessa relação que nem começou e já teve uma mentira. Olho para o sofá e lembro dela completamente nua, gemendo meu nome. Repasso, pela milésima vez, nossa última conversa.

"Terminamos de comer em silêncio total. Finalmente nos encaramos por longos minutos, mas nenhuma palavra é trocada. Tento entender o que estou sentindo, mas a raiva pela mentira me impede de pensar em outras coisas... chorei por um namoro que nem existe !Visto minha armadura de editora chefe.

- Você precisa ir, Andrea. – Digo virando minha cadeira de costas para ela.

- Miranda, vamos conversar sobre isso? – Posso perceber sua voz trêmula.

- Agora não. Vá embora.

- Está vendo! Foi por isso que menti. Você não aceita que as coisas não sejam do seu jeito, tudo tem que estar sobre o seu controle!

- Você quer conversar para ficar me atacando, Andrea?

- Desculpa... Olha, não estou dizendo que agi certo, mas agi por medo... Eu preciso que você tente me entender, preciso sentir que estou entrando em um terreno seguro e firme... Por favor, Miranda... Vamos conversar e resolver as coisas.

- Me dê um tempo, Andrea. Vá embora. – Sinto que isso saiu mais grosseiro do que queria. - Por favor.

- Certo... – A ouço levantar.

- Eu te ligo depois... Posso?

- Te espero, Miranda. Esperei por muito tempo, acho que posso esperar mais um pouco. Só não demore muito.

Ela vai até mim, gira a cadeira e beija minha testa e, sem dizer mais nada, vai embora."

Naquele dia eu descontei minha frustração em todos os meus funcionários. Quando Andrea foi embora, ouvi cochichos das minhas assistentes, me aproximo devagar para ouvir:

- Essa é a mulher que abandonou Miranda em Paris? Ela saiu chorando? Será que a Dama de Gelo finalmente se vingou? Mas ai, essa tal de Andy é linda em! Me passa o número dela depois – Essa nova Emilly Dois é uma abusada.

- Shii! Fala mais baixo! Você quer que Miranda te ouça? – A Emilly verdadeira briga com a segunda assistente.

- Tarde demais. Você está demitida - disse sem nem ao menos olhar para a segunda assistente, mas ela sabia que estava falando com ela - Emilly, resolvi  comparecer aos meus compromissos que havia cancelado mais cedo. Avise a todos para que estejam prontos no horário, depois marque entrevistas para vaga de segunda  assistente e dessa vez, contrate alguém menos burra e que saiba se colocar em seu lugar.

- Miranda, me desculpe eu... – a assistente ainda tem a audácia de tentar se explicar, mas a corto.

- Saia imediatamente, ou chameei os seguranças. Você tem cinco minutos para estar fora do prédio. E não ouse chegar perto de Andrea.

Olho rapidamente para Emilly e ela está boquiaberta. Me lembrei da conversa que tive com Andreia na noite anterior ao nosso almoço, em que me contou  das brincadeiras que Emilly e Nigel faziam sobre a paixão da morena por mim. Como minha primeira assistente não é completamente burra, certamente ela notou que algo diferente havia acontecido dentro do meu escritório. Voltei para o meu banheiro e verifiquei se as marcas que Andrea deixou no meu ombro estavam visíveis para os outros. Não estavam, minha blusa escondia. Mas quando cheguei em minha casa, fiquei um bom tempo olhando essas marcas... Não era só o meu ombro que estava marcado por suas unhas, minha alma também estava marcada pelos seus olhos.

Naquele dia, ainda demiti dois fotógrafos, cinco modelos e um assistente de iluminação... só me dei conta do meu estresse quando Nigel disse algo como "Se for me demitir hoje também, me avisa, porque marco um jantar com aquele modelo maravilhoso ali na frente". Sabia que, do jeito dele, ele estava dizendo para eu me controlar. Olhei para ele e descobri que ele já sabia o que tinha acontecido com Andrea (bom, não tudo... eu espero).

Agora, uma semana depois, ainda me sinto confusa. Talvez seja exagero esse sentimento inominável... Mas, é tão difícil confiar em alguém! E quando finalmente abri o meu coração, essa pessoa mente! Preciso tomar uma decisão... viver é um risco, "viver é um rasgar-se e remendar-se".

Não sei há quanto tempo estou divagando, mas sou despertada por uma mensagem de Andrea no meu número pessoal.

"Já teve o tempo que precisa?"

                                                                                                                                        "Estava pensando em você."

"Coisas boas, eu espero."

                                                                                                                                                                                   "Talvez ."

Nunca que iria dizer que, mesmo estando magoada, me excitava lembrar dela gemendo, do seu gosto, dela rebolando na minha boca.

"Podemos nos ver?"

                                                           "Vá até minha casa, estarei sozinha . As garotas estão na casa do pai."

"Ok. Dessa vez, a sobremesa é comigo."

Eita.

                                                                                                                                                                    "Até mais tarde."