" Como eu sabia que não era o fim, eu não pude dizer adeus.
-I'll Be Missing You"
TAEHYUNG POVOito anos atrás...
A morte é algo natural na vida humana, mas nem por isso sabemos como lidar com ela. Quando se é criança talvez seja mais fácil, você não conhece sobre a vida, não sabe o significado de morrer, mas quando se passa a ter noção do que isso é, tudo fica mais difícil. Pensar que você nunca mais poderá ver alguém, tocar, rir, conversar é assustador.
Mas é real.
Embora um porre.
Eu sentia como se meu coração tivesse sido arrancado do peito, uma dor profunda e desgraçada que me consumia, pois acabara de perder a pessoa mais importante para mim.
Kim Geum-hui, minha mãe, travou uma batalha árdua contra a pneumonia, mas infelizmente não resistiu por muito tempo.
Éramos apenas eu, ela e meus irmãos, já que meu pai nos abandonara quando conheceu outra mulher, deixando-nos à mercê da vida, sozinhos. No entanto, tínhamos uns aos outros, e era tudo de que precisávamos. Mas quando ela partiu, uma parte de nós também se foi junto.
Apenas por ter nos abandonado, poderia ser motivo o suficiente para eu odiá-lo, mas saber que a morte dela era sua culpa, tornava meu ódio ainda maior.
Jihoon não era um bom pai, muito menos um marido fiel, e minha mãe descobriu isso da pior forma possível, ao fazer uma bateria de exame rotineira, havia sido diagnosticada com Aids. Ela não pôde nem expressar sua frustração, raiva, indignação, não conseguiu xingá-lo ou cobrar explicações, porque ele já havia partido.
Foram anos de tratamento, anos indo e vindo do hospital, uma vez que um simples resfriado em mim, tornava-se algo muito pior nela. Dizem que quem é portador de Aids nunca morre propriamente dito da doença que porta, mas sim de qualquer outra coisa, seu sistema imunológico é totalmente destruído e quando você menos espera, até uma simples virose pode vir a ser um risco. Ela havia falecido de pneumonia.
Que merda.
Era culpa dele.
Eu estava de frente ao rio Nakdong, o seu lugar favorito mundo todo, Kim Geum-hui dizia que a paisagem era esplêndida, graciosa. Minha mãe sempre usava palavras pomposas para elogiar os filhos ou as belas coisas da vida. O sol se punha e no céu havia misturas de roxo e laranja.
Era belo.
Havia um mês que ela morrera, e uma semana que realizamos o seu último desejo de que suas cinzas fossem jogadas no rio em sua cidade natal. Ela não queria uma lápide fria e tristonha em um cemitério, queria ser livre e poder se tornar um só com aquele que a trouxe paz, onde cresceu fazendo piqueniques e pescando com seu pai.
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Através Do Seu Olhar | Kim Taehyung
FanfictionKim Taehyung aprendeu a enfrentar a vida da maneira mais difícil possível. Seu pai partiu quando ele ainda era criança, deixando-o sem referências paternas, e anos depois, ele perdeu sua mãe. Criado por seus dois irmãos mais velhos, ele se via como...