Street Racer-Capri

Cap.18

POV Priscila Caliari

Senti meu corpo formigar. Tentei abri os olhos mas a luz forte me fez fechar novamente. Fui piscando tentando me acostumar com a claridade, e então me deparei com um quarto bem decorado.
Olhei em volta do lugar estranho. Onde diabos eu estava?

- Ah, acordou. - Dani disse entrando no quarto. - Vim trocar seus curativos. - Só então eu percebi os curativos no meu pescoço, braços e um grande curativo na minha mão.

- Dani, que lugar é esse?

- Essa é uma das mansões Borges. - ela respondeu tentado parecer calma. Eu sabia quando ela estava fingindo. - Você lembra do que aconteceu ontem?

Alguns flashs da noite passada vieram com tudo na minha cabeça, mas não me lembrava de exatamente tudo.

- Onde está Maya? Por que estamos em uma das mansões Borges? - perguntei confusa, colocando a mão na testa. Que dor de cabeça! O que tinha acontecido?

- Maya? Provavelmente deve estar bem longe do país agora. Estamos aqui porque Carol achou melhor que não voltássemos pra casa depois do que aconteceu.
Estávamos todas em choque, principalmente você.- ela disse limpando os machucados da minha pele.

Carolyna. Lembrei de Carolyna me salvando de Maya e socando diversas vezes a garota. Oh meu Deus! Senti meus olhos se arregalarem. Maya tinha tentado me matar! Eu precisava falar com Carolyna, eu precisava explicar tudo isso.

- Onde ela está? - senti o desespero em minha voz.

- Calma. Já já ela sobe pra te ver, ela está preocupada com você.

Ficamos em silêncio. Carolyna estava preocupada comigo?

- Dani, o que aconteceu com a minha mão? - perguntei olhando pro curativo que era maior que os outros.

- Acho que você segurou o caco de vidro com muita força, não sei, quem te salvou foi Carol. - ela disse e então ficamos em silêncio novamente.

Observei ela limpando meus machucados quando algo me chamou atenção em seu dedo.

- Malu te pediu em namoro? - um sorriso se formou nos lábios dela. Não nos falávamos há semanas, por causa de Maya.

- Pediu. - respondeu sorrindo animada mas sem prolongar o assunto. - Prontinho, vai ficar novinha em folha. Vou descer e ajudar Vanessa na cozinha. As Borges não sabem cozinhar, acredita nisso? - disse divertida.
Ela estava tentando me deixar confortável, mas eu sabia que ela estava hesitante. Ela deixou a caixa de primeiro socorros encima da mesinha e abrindo a porta. - Ei, olha quem tá aqui. - ela abriu a porta me dando a visão do corpo de Carolyna.

Ela usava uma roupa básica qualquer de andar em casa, o que, estranhamente, a deixava linda. Ela era linda. Carolyna era linda de qualquer jeito.

- Oi. - ela disse tímida - Está melhor?

- Estou bem. - era claro que nós duas estávamos sem graça na frente uma da outra. - Você está machucada! - minha voz saiu quase que automaticamente quando vi os ferimentos em sua mão.

- Isso não é nada, quero saber como você está.

- Carolyna, você precisa fazer um curativo nisso. - disse tomando impulso pra levantar da cama e ir atrás da bolsa de primeiros socorro que Dani deixou.

- Priscila! - Ela interrompeu meu movimento rindo do meu desespero. - Não é pra levantar da cama. O médico disse que era um dia inteiro de repouso. - Médico?

- Vocês chamaram um médico aqui? - perguntei confusa. Eu me lembraria de ter sido examinada, eu acho.

- Não, falei com o Dr. Johnson por telefone.