Cap.7

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Pov Carolyna Borges

Estava no vestiário feminino terminando de tomar banho, depois de correr durante um período inteiro de educação física, quando Malu entrou me assustando.

- Tá, preciso confessar - olhei pra ela esperando a tal confissão. - Eu to de quatro pela Dani.

- Ah, é só isso? Achei que iria contar uma novidade - debochei revirando os olhos.
Me enrolei na toalha e fui até o meu armário.

Isso não era surpresa. Desde o primeiro dia as duas não se desgrudavam. Malu tinha parado de sair comigo e com Clara e não ligava mais para as garotas que se jogavam pra cima dela nas festas do ciclo.

- Cala boca Moana, você está gamada na Priscila e nem admite pra si mesma. - ela retrucou. Dei graças a Deus pela paciência que ele me deu naquele momento.

- De novo essa história? Eu não estou afim de Priscila, só me preocupo dela sozinha com Maya, e você sabe o porque. - disse sem me importar enquanto colocava a calça.

- E seguir as duas por aí escondida é super normal né. - ela debochou.

- O que você quer Maria Luiza? - perguntei sem paciência colocando minha camiseta.

- Preciso de um lugar onde eu tenha coragem de me abrir pra Dani. Alias, preciso contar a verdade pra ela sobre os rachas. Não posso mais mentir pra ela. - respirei fundo contrariada.

- Não sei se é uma boa ideia ela saber.

- Fala sério! As Caliari já mostraram que gostam da gente e não nos entregariam.
Até Nessa e Clara já são amigas. - ela disse se encostando no armário me observando.

- Diga isso por vocês. Priscila ainda me odeia. - disse terminando de calçar minhas botas.

- Só arrume um lugar que possa me encorajar a contar tudo pra Dani.

- Você está dizendo um lugar que tenha álcool pra você se declarar bêbada?

- Não bêbada, mas só pra me dar um empurrãozinho pra, sei lá, beijar ela. E se por acaso ela recusar eu posso encher a cara e me enterrar viva depois. - gargalhei.

- Dani não faria isso. Ela gosta de você. - disse fechando o meu armário e indo pra fora do vestiário com Malu do meu lado.

- Só, por favor, arruma uma festa pra gente ir. - ela implorou assim que entramos no corredor cheio de alunos.

- Certo, que tal você levar ela numa festa do ciclo no fim do mês?

- Isso seria perfeito. Ela já ficaria sabendo de como os rachas funcionam e eu ainda ficaria bêbada o suficiente pra confessar tudo pra ela.

Fomos pro estacionamento, conversando sobre coisas aleatórias, quando avistamos o carro de Kau saindo cantando os pneus.

- O que diabos aconteceu? - Malu perguntou pra Priscila e Bibi, que eram as únicas ali, quando nos aproximamos.

- Nada! - Bibi respondeu irritada entrando no carro e batendo a porta emburrada.

Olhamos confusa pra Priscila, que estava encostada no Renault roxo, e esperando alguma explicação.

- Eu não sei de nada, só sei que elas brigaram. - ela levantou a mão rendida.

Às vezes eu sentia que Priscila ficava desconfortável na minha presença.
Escutei um barulho de buzina e vi um sorriso se formar no rosto dela.

- Malu, pode dizer à Nessa que vou pra casa da Maya? - cerrei os punhos.

- Ok Pri, mas se cuida, tá? - ela pediu e
Priscila assentiu.

Ela passou por mim animada e entrou no carro da garota. Maya me lançou um sorriso debochado antes de arrancar com o carro, me fazendo travar a mandíbula.

- Ótaria. - murmurei irritada.

- Não vai seguir elas como você sempre faz? - Malu me provocou.

- Cala boca. Tô cansada disso! Eu preciso de uma boa foda. - entrei no meu carro e dei partida.

(...)

- Carol onde você se meteu? - a voz de Clara soou ansiosa, assim que atendi o celular.

- Estou saindo da casa da Sarah. - respondi dirigindo.

- Hm, safada! - ela disse maliciosa me fazendo rir. - Corre pra casa. Malu e eu temos uma de madrugada.

- Simon disse que não teriam mais corridas de madrugada, depois de ontem.
- estranhei.

- É, eu também estranhei mas não ligo.
Preciso ganhar dinheiro hoje.

- Certo. Chego aí em alguns minutos. - desliguei o celular e joguei no banco do lado, acelerando direto pra casa.

Essa história de ter corrida todo dia de madrugada vai acabar ferrando a gente.
Não sei como Silvio e Dani ainda não nos pegaram. Se eles nos pegassem, poderíamos dar adeus a Miami.

Street Racer-CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora