A cama de Harry era macia, e ele era tão lindo nu quanto era vestido, talvez ainda mais, e Louis não se arrependia nem um pouco de ter ficado meia hora parado esperando o guincho com ele. Nem que ele tivesse esperado a noite inteira ainda não ia se arrepender porque honestamente, o cara tinha talento.
Por talento entenda que a vinte minutos do primeiro tempo Louis já tinha se transformado numa coisa incoerente e derretida no meio dos lençóis, com dois dedos dentro dele e os próprios dedos de fechando entre os fios brilhantes e encaracolados do cabelo de Harry.
— Se você, — ele arfou, — quiser ir um pouquinho mais rápido, sabe, eu agradeço?
— Uhum. — respondeu Harry, derramando mais lubrificante, o espaço entre suas sobrancelhas franzido pela concentração.
Louis tinha um problema sério com atenção. Era uma das coisas que o deixava completamente enlouquecido, faminto, desesperado, e Harry Styles parecia ter percebido isso de alguma forma instintiva. Ou só tinha notado como o garoto gostava de se exibir.
Se afogando no som do próprio sangue correndo pelos ouvidos ao que pressionou a cabeça contra o travesseiro, Louis gemeu ao sentir mais um dedo esticá-lo, e a sensação abstrata de tem-alguma-coisa-de-alguém-dentro-de-mim ficar mais forte. Puxou Harry para cima para um beijo desesperado.
— Você vai me foder de verdade ou não?
— Hum, eventualmente, sim.
— Como é que você consegue ficar calmo assim quando eu tô aqui, ai meu deus, sem nem conseguir falar direito?
Harry demorou um pouco para responder, muito ocupado com seus dedos mágicos e em encher a pele do garoto de marcas, parecendo mais focado em fazer Louis enlouquecer do que em responder perguntas..
— Você é lindo. — foi tudo o que ele disse, afundando os dentes e deslizando a língua pelo ponto onde a pele do quadril do garoto se esticava por cima do osso.
Louis não achava que fosse possível corar enquanto transava, mas aparentemente ele estava errado, a julgar pelo súbito calor em seu rosto.
— Posso te montar? — perguntou, só porque estava tão desconcertado e excitado que não sabia mais o que falar.
Mas isso aparentemente tinha algum efeito para Harry, porque o homem parou a meio caminho entre um mamilo e outro que ele estava provocando com os dentes, e grunhiu, parecendo pela primeira vez estar sendo realmente afetado.
— Tudo o que você quiser, lindo. — disse sem fôlego, os lábios se movimentando contra a pele das costelas dele.
Corando novamente, Louis conseguiu manejar a ambos, ainda sem perder os dedos dentro de si, gemendo ao senti-los se mover e girar quando Harry se ajeitou por baixo dele. Só quando tinha uma perna de cada lado do quadril do homem, as unhas da mão esquerda cravadas na pele pálida e salpicada de tatuagens dele, e uma camisinha firmemente encaixada no lugar, foi que afastou os dedos e se inclinou para trás, descendo lentamente em seu pau, fechando os olhos.
Aquilo era bom. Zero arrependimentos, definitivamente.
Embaixo dele, pressionando os dedos em sua cintura, com os cabelo desarrumado, o rosto corado, e os olhos fixos nele com um brilho faminto e desesperado, Harry silenciosamente concordava.
♥♥♥
Louis acordou com o sol brilhando entre as persianas e um movimento no colchão que denunciava alguém saindo da cama, e instintivamente começou a se virar para levantar também. Uma mão quente e macia deslizou por seu braço, o fazendo parar.
— Pode ficar aí, eu só vou procurar alguma coisa pro café da manhã.
Ele voltou a fechar os olhos, sentindo um sorriso largo e abobalhado rasgar seu rosto.
— Você é muito bom pra esse mundo.
Harry riu e saiu do quarto, os passos abafados de pés descalços no carpete desaparecendo gradualmente escada abaixo. Voltando a afundar na cama, e agora abraçando o outro travesseiro, Louis voltou a dormir, relaxado.
Acordou de novo com a mistura do cheiro de comida e os dedos deslizando gentilmente por seu cabelo. Ainda sem abrir os olhos, resmungou:
— Você definitivamente é bom demais pra esse mundo.
— Eu pensei que você só estava comigo pelo carro. — brincou Harry, acariciando a concha de sua orelha.
— Humm, na verdade é porque você é gostoso mesmo. Comida?
— Eu não vou te dar comida na boca, seria brega demais, me desculpe.
— É, mas 'pera aí, eu tenho que escovar os dentes. Que preguiça, cara, sua cama é o paraíso.
Harry continuou deitado, rindo e mordendo uma torrada, encarando descaradamente enquanto Louis se arrastava até a mochila que tinha largado numa poltrona, e então para o banheiro da suíte. Voltando para o quarto, muito mais desperto, foi que percebeu a quantidade absurda de claridade inundando o cômodo.
— Que horas são? — perguntou, sentando na cama e aceitando a xícara de chá que lhe era oferecida.
— Onze e meia, eu acho.
— Que? Porra, perdi o trem, que merda.
— Trem?
— É, eu tinha ficado de ir ver uns amigos, daí agora tenho que esperar até amanhã pra pegar o trem, que saco. Mas tudo bem, já aconteceu coisa pior, tipo da vez que eu 'tava na Alemanha e dormi no trem e fui parar na Itália.
Se apoiando melhor na cabeceira, Harry o olhou curiosamente.
— Você viaja muito?
— É só o que eu faço, todo mundo da minha idade foi ficar com a bunda quadrada na faculdade, mas eu escolhi viajar, a estrada é o lugar mais perfeito do mundo, é onde eu me sinto em paz, sabe? E só me custa uns trabalhos temporários e um monte de caronas, no fim.
— E de onde você está vindo, dessa vez?
— Liverpool, mas 'tava chato, daí vim pra Manchester, pra pegar o trem pra Aberdeen.
— Eu nunca fui a Aberdeen.
Louis deu de ombros, colocando um bacon inteiro na boca, e respondeu de boca cheia.
— Nem eu, um pessoal que resolveu ir pra lá e me chamou.
Harry pareceu pensar por um momento, as sobrancelhas se unindo enquanto ele mastigava lentamente, sua mão parecendo gravitar inconscientemente até o brinco de prata que Louis tinha colocado poucos meses antes, seu dedo indicador girando em volta do pedaço de metal lentamente.
— Quer ir comigo? A Aberdeen? — ele perguntou, os olhos levemente perdidos, mas focados no rosto de Louis.
— Como assim? Olha, rimou.
— Eu estou de férias, e não tenho nenhum compromisso nos próximos dias. Você quer ir comigo dirigindo até Aberdeen?
— Tem certeza?
— Vamos, eu quero experimentar um pouco dessa paz da estrada, Louis.
Nota: Mais uma vez, agradecimentos a minha beta oldirectioner, sem ela esse smut nunca teria sido tão incrível.
A parte de dormir num trem na Alemanha e acordar na Itália é real, aconteceu com meu avô depois da Guerra, e ele ainda passou um tempo morando com a comunidade judaica italiana, meu gene louco vem daí ;)
Obrigada a todo mundo que apareceu por aqui até agora, vocês me fazem TÃO feliz!
Amor,
Lua
xxx
:)
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My Heart Belongs to Daddy, My Soul Belongs to the Road ♥ L.S. AU
Fanfiction"Eu posso, eu posso ser seu... mas se você me prometer uma coisa." "Qualquer coisa, Lou." "Não me peça pra ficar. Ficar aqui, por favor não pede isso, você sabe que eu não consigo." Harry parece um gato velho e preguiçoso, que ensina Direito Social...