Dezembro de 2013
O som do motor da BMW seria reconhecível em qualquer lugar para Louis, o que significava que ele sempre sabia quando Harry estava chegando em casa. Naquele dia em particular ele mal notou, ocupado como estava lavando os pratos e cantando junto com o rádio, simplesmente seguiu na tarefa, colocando o último copo na secadora bem a tempo de Harry entrar na cozinha.
Como sempre, o homem o cumprimentou com um beijo simples nos lábios. Era um gesto doce, que dava a Louis a esperança de que no fundo, ele era amado, mesmo que não do jeito certo que faz as pessoas ficarem juntas para sempre. Mas talvez quase ninguém amasse daquele jeito, e ele não tinha o direito de pedir para ser diferente.
— Comprei um presente para você. — disse Harry.
Louis fez uma careta. Seu aniversário era no dia seguinte, mas logo cedo ele iria para Doncaster e Harry iria para a casa da mãe.
— Achei que ia me entregar pra eu abrir quando chegasse em casa. — disse, para justificar a careta, que na verdade era fruto da lembrança da viagem para a França.
Harry, por sua vez, também fez uma leve careta.
— É seu presente de aniversário. O de Natal você abre na casa da sua mãe. — ele se sentou à mesa, e Louis percebeu nisso uma indicação para se sentar também. — Feliz vinte e dois anos, Lou. — disse, estendendo dois pacotes embrulhados em papel vermelho escuro. — A caixa menor primeiro.
Assentindo, Louis desfez o laço metálico da caixinha menor que sua mão, resmungando quando foi desembrulhar e o papel se rasgou, revelando uma caixa de papelão preto, e dentro dela uma caixa de veludo vermelho.
Engoliu em seco, rezando para que seu rosto não revelasse nada quando olhou para Harry.
— Vamos, abra! — disse o homem animadamente.
Ainda com o coração saltando — aquilo se parecia demais com uma caixa de aliança — Louis levantou a tampa, mordendo o lábio inferior para se impedir de hiperventilar.
Encaixados no estofado de veludo escuro estavam dois brincos. Piscou, tentando obrigar o coração a parar de martelar. Um dos brincos era maior que o outro, os dois com pedras transparentes bem lapidadas incrustadas. Parecia caro.
— São cristais Swarovski. O metal é platina. — disse Harry. — São próprios para piercing, eu encomendei num estúdio no Centro. O maior tem o pino mais largo que o de um brinco normal, é uma espécie de alargador estreito, o artista me explicou mas nunca entendi nada de piercings então não me lembro direito. — ele riu, parecendo envergonhado.
— São lindos... — Louis suspirou, tirando as peças do encaixe. As pedras eram ridiculamente brilhantes, e ele teria medo de usar aquilo quando estivesse viajando. O metal tinha uma cor estranha, praticamente branca, muito mais clara do que prata e mais fria do que aço cirúrgico. — São... perfeitos.
— Eu me excedi, não foi?
— Não! — respondeu rápido diante do tom envergonhado de Harry. — Eu só 'tô surpreso. Nunca ganhei nada assim tão... uau! — sorriu, mesmo ainda se sentindo tonto. — E a outra caixa? Isso já são dois presentes, não precisava de mais.
— A outra caixa... Era pra ser uma brincadeira, mas eu achei que você poderia usar os dois presentes juntos... mas só se sentir vontade, não tem pressão, babe.
Levantando uma sobrancelha e rindo sem entender nada, Louis desfez o laço da caixa maior, desta vez conseguindo desembalar sem rasgar o papel. Também era uma caixa de papelão preto liso, que ele abriu com cuidado e espiou dentro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Heart Belongs to Daddy, My Soul Belongs to the Road ♥ L.S. AU
Fanfiction"Eu posso, eu posso ser seu... mas se você me prometer uma coisa." "Qualquer coisa, Lou." "Não me peça pra ficar. Ficar aqui, por favor não pede isso, você sabe que eu não consigo." Harry parece um gato velho e preguiçoso, que ensina Direito Social...