— Por que não pode ser Café Com Porra?
— Porque vai ser Cafeína Esperma.
Voltamos à discussão de qual seria o nome perfeito para nossa banda enquanto Lauren se arrumava para a festa. Eu já estava pronta há horas, morrendo de tédio esperando-a se maquiar e conter seus vários surtos para escolher um vestido. Eu decidi usar uma bermuda larga que cobre até meus joelhos, uma das minhas camisas imensas, um tênis e meu boné. Genuinamente, todas as peças são de cores escuras, eu ficava linda de qualquer forma mesmo.
Nicolle não iria participar da festa porque foi viajar com a família para um chalé distante. Eu até acharia chique se a família dela não fosse religiosa e, provavelmente, seu passeio vai ser um saco.
Levantei da cama de Lauren e me aproximei das opções de vestido em seu closet. Escolhi um verde musgo de veludo que é o mais curto e colado que a garota tinha, peguei a peça e joguei no rosto dela.
— Experimenta esse. — Pedi.
Busquei seu ukulele no canto do quarto e me deitei com ele na cama, tocando alguns acordes enquanto ela se trocava pela milésima vez. Lauren saiu do closet usando o vestido. Seus cabelos loiros ondulados têm um volume perfeito, sua maquiagem é básica, o maior detalhe são seus olhos azuis e as curvas perfeitamente acentuadas.
— Se não fosse minha amiga... — Brinquei, soltando o ukulele e me levantando.
— Não seja por isso. — Ela uniu nossos lábios em um selar rápido, pintando meus lábios com seu gloss.
— Nossa, eu te odeio. — Resmunguei enquanto ajustava o vestido dela.
— Se reclamar, vai ser pior. — Ela se aproximou com uma feição maldosa.
— Sai fora, diabo. — Corri escadas abaixo.
Limpei minha boca enquanto caminhava até a sala. Ouvi a campainha pré-histórica da casa dos Abraham e vi a tia Maria ir atender. Fiquei com preguiça de me esconder no quarto da Lauren, então só permaneci sentada no sofá, jogando no meu celular.
— Minha nossa, quem trouxe esse caminhão?
Ergui meu olhar o suficiente para enxergar Henrique, Beatriz, Amanda e Ricardo se acomodando na sala perto de mim.
— Engraçadinho, você não deveria estar na sua casa para receber os convidados? — Parei de dar atenção para o celular e encarei eles.
Beatriz estava simples, algo que chamou atenção já que ela sempre aparecia usando coisas extravagantes. Os garotos também estavam simples, exceto por Henrique, que usava um cropped preto, uma calça na mesma cor e tingiu seus cabelos de rosa.
— Meu namorado está fazendo isso por mim. — Respondeu. Dei de ombros, voltando a jogar, até que reparei nas suas palavras e olhei surpresa para ele.
— Pensei que a maioria da Elite fosse homofóbica. — Comentei, confusa.
— E são, nós somos a minoria da Elite. — Beatriz respondeu enquanto mexia no cabelo do Ricardo. — Henrique se assumiu graças a você.
— Ele parece seu fã, passou quase duas horas falando o quanto te admira por ter sido corajosa de se assumir tão abertamente. — Ricardo falou, sentindo orgulho de seu amigo.
— Que horror, não compactuo com homossexual não. — Brinquei com um falso tom irônico.
— Aposto um pote de sorvete que a Lauren já te engoliu. — Amanda, que até então estava quieta, entrou na conversa.
— Cara, quem te chamou...
— Falando do meu namoro na minha ausência? — Lauren desceu as escadas, se juntando a nós. — Engoli mesmo.
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Maldito Seja o Dia dos Namorados!!!
Teen FictionLuna Fernandes Gonzalez é uma garota comum, quase como toda adolescente da sua idade. Ela é uma imigrante preguiçosa, com hábitos terríveis e duas inseparáveis melhores amigas. Luna tem uma tendência a chamar atenção de modo negativo pelos corredore...