Era uma típica manhã de fevereiro, bem quente. Jeongin acordou cedo pois iria para a casa dos Almeida antes do seu Antônio ir trabalhar. Enquanto se arrumava, ele pensou se Clarice iria aceitar um cara, mesmo que conhecido, em sua casa com ela o dia inteiro, ele não gostaria. Nesse momento ele tenta se lembrar da personalidade dela e recorda de quando chamou ela para brincar, desde pequena ela sempre pareceu se isolar. Ele perguntava do que ela queria brincar e ela não respondia, ele precisava colocar um brinquedo na frente dela e esperar que ela começasse a brincar aí ele entrava na brincadeira.
Jeongin bateu no portão e logo seu Antônio veio atendê-lo.
-Bom dia, seu Antônio! - Jeongin falou sorrindo.
-Bom dia, rapaz! Pode entrar! - o garoto entrou timidamente - Tem comida aí, fique à vontade para almoçar aqui, tudo bem? - Jeongin afirmava com a cabeça - Não deixa ela passar o dia no quarto, está muito quente e o ar condicionado quebrou e ainda não posso consertar
-Tá
-Ah e o quarto dela fica subindo as escadas, no fim do corredor, Ok?
-Ok
Sr. Almeida se despediu e saiu. Eram mais ou menos sete e trinta da manhã e como ele já tinha tomado seu café, sentou-se para assistir televisão. Aproveitou que a TV era smart para assistir suas séries em streaming.
O tempo passou tão rápido que ele esqueceu que as 11 horas era para acordar Clarice. Ele se levantou rápido ao ver que já eram quase 13 horas e foi direto onde o pai dela falou que ficava o quarto. Ao chegar, ele ficou meio receoso de incomodar a garota, mas havia prometido ao sr. Almeida que ia ajudar. Ele bate à porta.
-Clarice?...Tá acordada? - Ele se aproximou da porta para ver se ouvia alguma coisa mas estava tudo quieto - Clarice, você precisa acordar! - Ele bateu de novo algumas vezes.
De repente, um papel sai debaixo da porta. Jeongin pegou e leu “me deixa em paz”. Ele achou fofo apesar de em seguida achar triste.
-Ok, vou te deixar quieta mas pode me chamar se precisar… e quiser.
O dia foi silencioso, Jeongin chamou Clarice para almoçar algumas vezes mas ela não saiu, então ele deixou por isso mesmo.
Quando o sr. Almeida chegou às 19 horas Jeongin mentiu dizendo que ela havia saído do quarto e comido para evitar problemas, depois foi para casa.
Seu Antonio foi logo ver como a filha estava indo bater à porta.
-Clarice! Levante trouxe chocolate para você! - Ele esperou ela abrir mas ao invés disso ele ouviu um baque como se algo tivesse se chocado contra o chão.
Ele se assustou e usou uma chave reserva do quarto para abrir a porta.
-Clarice! - Ele falou ao ver a garota deitada no chão - Você está bem?
A menina foi se levantando com a ajuda do pai.
-Você comeu hoje? - Ela acenou que sim com a cabeça - Para de mentir, você com certeza tá sem comer desde ontem - Seu Antônio começou a ficar bravo - eu ainda falei para aquele garoto não deixar você sem comer, vou ter que falar sério com ele!
Ele guiou a filha até a cozinha e preparou um lanche.05 de fevereiro de 2024
“Nem acredito que meu pai chamou atenção dele na minha frente. Ele chamou o garoto depois que se certificou que eu tinha comido o lanche que ele fez e falou um monte, que ele era responsável por mim e tudo mais, como se eu fosse uma criança. O garoto só acenava com a cabeça, parecia triste e envergonhado, mas eu estava com mais vergonha. Me segurei para não chorar, eu estava com raiva mas também chateada não queria ser um problema para ninguém, agora minha existência está atrapalhando Jeongin também. Ele não devia ter aceitado esse emprego”Terça parecia ser um dia um pouco mais quente, Jeongin colocou roupas leves e tentou fingir um sorriso no espelho mas não conseguiu. Ele quis desistir de ajudar Clarice, mas pela situação ela precisava de praticamente um cuidador. Jeongin não queria que fosse ele, mas se sentiu culpado por não ter se esforçado mais para tirar a garota do quarto. Definitivamente aquilo não ia acontecer de novo.
Seu Antonio o atendeu mais sério dessa vez e já abriu a porta entregando uma chave.
-É a chave do quarto dela, se ela não sair para comer até meio dia você abre a porta para ver como ela está, tá certo.
-Tá - Jeongin pegou a chave meio incerto.
-Tenta distrair ela, vocês têm a mesma idade, vão se entender.
-Sei…
Jeongin entrou e logo seu Antônio saiu. A casa não parecia muito arrumada, mas ele imaginou que os dois estavam muito abalados para pensar em limpeza, principalmente Clarice, que ficava o dia inteiro em casa. Ele pensou se devia ajudar eles na limpeza mas pensou “não me pagam o suficiente para isso” e soltou um riso fraco.
A manhã passou devagar e Jeongin às vezes ia dar uma olhada na porta do quarto de Clarice para ver se ela tinha saído, mas não, o quarto permanecia fechado a todo momento. Ao meio dia Jeongin respirou fundo e foi bater à porta.
-Clarice! Você precisa comer, sai do quarto, por favor! - Ele bateu novamente.
Lá dentro, Clarice ainda dormia e apenas se remexia na cama a cada batida decidida a não levantar.
-Olha, eu não queria fazer isso, mas seu pai me deu uma chave, então se você não sair eu vou abrir a porta! - Ele esperou um pouco - Beleza, vou abrir! - Ele colocou a chave no buraco da fechadura e escutou a porta destrancar.
Clarice saiu rápido do quarto e empurrou Jeongin.
-Por que você não me deixa em paz, garoto! - Jeongin ficou sem reação - se quer tanto o dinheiro do meu pai por que não fica no seu canto, finge que está ajudando e me deixa em paz? - Ela falou mais alto, porém Jeongin não se assustou pois estava achando engraçado a garota com o cabelo todo bagunçado e olho inchado de sono. Ele apenas permaneceu em silêncio - Olha aqui, não quero que você tente abrir a porta do meu quarto nunca mais! - Ela se vira para entrar no quarto.
-Clarice!
-O que? - Ela se virou.
-Tá sujo de baba aqui - Jeongin sinaliza perto da boca.
Clarice vai em direção a ele e lhe dá um soco no rosto.
-Ai! - o garoto falou alto - o que foi isso? Ficou doida? - Ele falou com a mão onde ela havia batido.
Clarice olhou para o próprio punho.
-Meu Deus… me desculpa, Jeongin! - Ela começou a se aproximar dele.
-Não, fica aí, não se aproxima!... Ai… - o garoto falou descendo as escadas.
Clarice correu para o quarto, trancou a porta e começou a chorar.
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At my worst - Yang Jeongin (I.N)
Fiksi PenggemarClarice tem 23 anos e mora com o pai. Há pouco tempo um acidente de carro vitimou a mãe e irmã mais nova dela, Izabel (bel). A dor da perda causou uma depressão persistente na jovem tornando perigoso deixá-la sozinha. Com medo de perder mais uma pes...