Um protetor

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Jeongin foi abrir o portão para Clarice. Ao abrir ele viu que ela estava com uma mala de rodinhas.
-Obrigada! - A garota falou entrando na casa dele.
-Por que tá com mala? Vai se mudar pra cá por acaso? - Clarice olhou para ele.
-Meu pai quer me internar, Jeongin!
-Sério? Você falou que não quer isso?
-Ele disse que vai me levar de qualquer jeito - ela suspirou.
-Não vai não, quer que eu fale com ele?
-Pode ser, mas a minha ideia era me esconder dele na sua casa… - Ela disse parecendo hesitante.
-Não precisava da mala, mas tudo bem… pode dormir aqui se quiser - Jeongin disse e Clarice deu um leve sorriso.
-Obrigada por não ficar com raiva de mim - Ela disse e seguiu para dentro da casa enquanto o garoto ficou pensativo com o seu agradecimento.
Jeongin entrou e viu Clarice esperando sentada no sofá.
-Sua mãe tá acordada? - Ela perguntou em tom baixo. O garoto olhou em direção ao quarto de sua mãe e depois olhou para a garota.
-Acho que não… não temos quarto de hóspedes, mas você pode ficar no meu quarto… - A garota arregalou os olhos.
-Não, tudo bem! Eu durmo no sofá mesmo! - Ela disse ajeitando uma almofada. Jeongin deu um leve sorriso.
-Não vou deixar a visita dormir nesse sofá desconfortável, pode ir lá, Kit kat! Eu fico com a sala - Ele fez um sinal com a mão para que ela se levantasse.
-Mas aí você vai ficar no sofá desconfortável…
-Tô acostumado a dormir aqui… - Ela se levantou e foi em direção ao quarto do rapaz - A mais velha tem sempre preferência - Clarice o olhou ao ouvir o que ele havia dito.
-Só 2 meses - Ela respondeu baixinho antes de entrar no quarto e Jeongin sorriu ao se deitar no sofá.

***

A companhia tocou duas vezes, mas Jeongin só levantou do sofá ao ouvir as batidas no portão. Ele colocou o chinelo e foi ver quem era ainda coçando os olhos inchados pelo sono.
-Bom dia, rapaz! - Seu Antônio falou quando o garoto abriu a porta. 
-Bom dia, seu Antônio! - Jeongin cumprimentou sério.
-Pode chamar a minha filha? Sei que ela está aí - o homem disse inclinando o pescoço para olhar para dentro da casa de Yang.
-Ela disse que o senhor quer interná-la… - O pai da garota suspirou.
-Ela não está me deixando outra alternativa, não acha? - Ele olhou para Jeongin.
-Ela precisa ser acolhida por amigos e família, não por uma clínica - O garoto cruzou os braços.
-Não sou bom em ser carinhoso e paciente…
-O senhor podia se esforçar por ela - neste momento, Jeongin sentiu uma mão em seu ombro e olhou para trás.
-Bom dia! Tá tudo bem, seu Antônio? - a senhora Yang falou ao se aproximar dos dois.
-Eu queria falar com a minha filha, a senhora pode chamar ela? 
-Mas sua filha não es- 
-Na verdade - Jeongin a interrompe - Ela está no meu quarto - Sua mãe o encarou brava e deu um tapa em sua cabeça - Aí, mãe!
-O que ela tá fazendo no seu quarto? - a senhora Yang perguntou.
-Calma, ela só dormiu lá.
-Junto com você?
-Não, mãe, eu dormi na sala - Jeongin respondeu também bravo.
-Vai chamar ela então - sua mãe disse o empurrando.
-Tá! - o garoto foi mesmo contrariado.
Jeongin bateu algumas vezes na porta de seu quarto mas não ouviu nada.
-Tô entrando, Clarice! - Ele disse e abriu a porta logo em seguida. A garota ainda estava dormindo apesar da luz do sol, que vinha da janela, já ter clareado o lugar. 
Ele se aproximou da cama e se sentou.
-Ei, kit kat! - Ele a chamou balançando a perna da garota coberta com o lençol. A garota se remexeu e abriu os olhos - Seu pai tá aí na frente - A garota se sentou rapidamente.
-Você falou pra ele que eu não vou? 
-Acho que ele não está muito interessado em me ouvir, ele quer falar com você - A garota o ouviu, preocupada, enquanto ajeitava o cabelo.
-Tá bom… eu vou lá… - Ela se levantou - Você vem também - Ela puxou o garoto pelo braço.

***

-Eu entendo, eu no seu lugar também faria isso - A senhora Yang dizia a seu Antônio depois de saber os planos de internar a Clarice.
Seu Antônio viu Clarice e Jeongin se aproximando.
-Clarice!
-Fala, pai! - Ela respondeu sem olhar para seu Antônio.
-Nem parece que já tem 23 anos colocando seu amigo para enfrentar o seu problema, parece criança! - A garota apenas olhava para baixo.
-Não é assim também, ela queria um apoio…
-Não se meta nisso, garoto! - Seu Antônio disse e pegou Clarice pelo braço - Vamos, já estamos atrasados!
-Para, pai, eu não vou! - Clarice tentava se soltar da mão do pai.
-Solta ela, seu Antônio! - Jeongin segurou o braço do pai de Clarice - Não é assim que o senhor vai resolver o problema.
-Pare de se intrometer, filho! - A senhora Yang exclamou.
-Não adianta, eu não vou deixar ninguém obrigar ela a se internar! - O garoto falou bravo, olhando para o pai da garota.
Seu Antônio respirou fundo e soltou o braço da filha, Jeongin soltou o braço dele logo em seguida.
-Tá bom, você já me estressou demais esse fim de semana, não vou te obrigar a mais nada… faça o que quiser, Clarice, por que eu não faço mais ideia de como lidar com você - Seu Antônio falava olhando para sua filha - eu vou pra casa se quiser vir comigo ou não, não tem problema, Bom dia pra vocês - Ele seguiu para a casa vizinha sem olhar para trás.
-Não vai para sua casa, querida? - A senhora Yang perguntou.
-Se não for incômodo, eu queria ficar mais um pouco aqui…
-Não vai ser incômodo não! Não é, mãe? - A senhora Yang olhou com os olhos semicerrados para Jeongin.
-Eu tenho que ir me arrumar para o trabalho, pode ficar aqui se quiser, meu anjo! - Ela falou sorrindo para a garota. 
Jeongin riu debochadamente ao ver a falsidade de sua mãe.

At my worst - Yang Jeongin (I.N)Onde histórias criam vida. Descubra agora