Capítulo 1

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O que você diria sobre uma garota que simplesmente deixa o seu lado escuro sair? O que você pensaria sobre uma garota tímida e religiosa na frente dos pais e um anjo escuro na frente dele?

Como você se sentiria se fosse derrubada de costas pela luxúria? Acreditem, podemos conhecer a nossa obsessão escura em uma igreja.

Sou Sophia Willians, tenho 17 anos e neste momento como em todos os domingos repetitivos da minha tão exaustiva vida de adolescente filha de pais importantes na igreja.

Sim eu estou me arrumando para ir para a igreja, meu vestido azul claro vai ate meus joelhos, nenhum decote, nenhum pedaço de pele a mostra, apenas antebraços e a parte abaixo dos joelhos.
Meus longos cabelos castanhos caem em minhas costas e chegam acima de meu bumbum, pouca maquiagem, apenas para esconder a exaustão de ter que acordar tão cedo para isso.

Pais perfeitos, filha perfeita certo? Certo. Jamais questionarei o que meus pais fazem, as pessoas que não convivem conosco 24 horas por dia acreditam que somos a família de comercial de margarina, mas somos bem ao contrario.

Perfeitos para os outros, destruídos para nós mesmos. O amor de meu pai e minha mãe não é tão forte como era a alguns anos, eles mal se falam, só os vejo trocando sorrisos quando estão na frente de pessoas desconhecidas de suas rotinas.

Descemos e fomos logo para o culto, como sempre nos sentamos na frente e apenas ficamos quietos observando o resto chegar e nos cumprimentar como algo primordial a se fazer quando se entra e vê os Willians sentados.

O culto ocorre normalmente e o meu normalmente significa tedioso. Olho para o grande relógio atrás de nós e vejo que ainda tenho mais um tempinho no desconfortável banco de madeira, meus olhos descem para observar as pessoas sentadas. E eu o vejo, alto, cabelos escuros, olhos castanhos. Usava uma jaqueta de couro com uma camisa branca por baixo, calça jeans escura e um coturno.

Reparo que ele também me observa, meu corpo se acende completamente com o olhar do desconhecido, seus olhos dizem exatamente o que ele não poderia dizer em voz alta. Personificação da sedução, um anjo caído talvez.

Me viro novamente e volto a me concentrar no culto mas ainda sinto seu olhar em minha nuca, como alguém como ele viria a igreja? Não estou julgando é claro mas ele não faz o tipo devoto, sei la, com certeza eu nunca vou saber.

O culto termina e me levanto apressadamente, caminho para fora da igreja e vejo o garoto desconhecido me seguir com o seu olhar, saio da igreja e me encosto no carro enquanto observo meus pais sorrindo e conversando com seus amigos. Porque o amor um dia acaba? Porque fingir ser quem não é?

Vejo o tal rapaz subir em sua moto e me olhar, ele para e fica sentado em cima dela com seus braços cruzados, não posso deixar me levar por um desconhecido com um olhar sedutor, posso? Claro que não.

-Sophia? - ouço minha mãe chamar

- Sim mãe - a respondo

- Ele é um rapaz muito bonito mas saiba que ele não será jamais bom para você. - ela me diz

- Não estava pensando nisso mãe e sei que ele não deve me fazer bem, não se preocupe - sorrio para ela e a mesma retribui.

- Apenas se lembre filha, garotas que se deixam levar por garotos como ele perdem o respeito de quem mais amam.

Ela esta certa, um rapaz deste tipo não será bom o suficiente para mim, sou uma garota exemplar e não quero deixar de ser tão cedo, talvez nunca.

Ele coloca seu capacete e sai, mas vejo que ele da a volta e para na minha frente (minha mãe já havia voltado para junto de meu pai e seus amigos na porta da igreja). Ele me olha, me entrega um pedaço de papel e vai embora.

Abro o papel e vejo sua letra cursiva bem desenhada " Só saberá os limites de um pecado quando você o testa - lo.
Me ligue quando tiver um tempo e aliás me chamo Zayn" seu telefone estava escrito no verso do papel. Porque ele apenas não falou logo para mim? Precisava escrever? Devo ligar? Como um desconhecido pode te deixar sem reação em questão de segundos...

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