01 | Bonequinha

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Mia trabalhava em mais um dia comum na lanchonete limpando mesas com seu avental e seu mini vestido colado escuro. Ela terminava de organizar as últimas coisas com agilidade. Ela havia adquirido rapidez nos últimos dois anos que trabalhou ali, quando um homem alto, forte vestindo um terno adentrou o lugar e sentou em uma mesa acendendo um cigarro.

Mia avançou na direção daquela cena absurda pronta para mandá-lo embora.

— Um café expresso, bonequinha - Ele diz com um charme na voz soltando a fumaça de propósito no rosto dela.

Ela bufa e ele ri da sua rebeldia.

— Não viu a placa, senhor? Estamos fechados e é proibido fumar em estabelecimentos fechados - Mia aponta na direção da placa ao lado do homem sem noção.

Ele ao menos virou o resto para ver o que estava diante de si e continuou com o cigarro entre os dentes como se Mia fosse uma abelha minúscula incapaz de dizê-lo o que fazer.

— É uma pena… acabei de acender esse aqui, boneca. 

Ele fita o corpo esbelto e desenhado de Mia, aquele vestidinho era um tanto quanto provocativo para ele, desenhando cada curva que ela queria mostrar. Hércules imaginava o quanto seria fácil rasgar aquele vestido e descobrir que tipo de lingerie ela usava pra tentar esconder ao perceber os seus olhares indecentes

Mia imaginava o quanto ele era um porco imundo e sem educação. Ela caminha até a porta e Hércules observa a bunda dela enquanto caminha.

— Saia, senhor, saia. - Ela esbraveja em fúria - Já estamos fechados. — Eu odiaria ser grosseira com um dos clientes. 

— É uma pena - Ele diz em deboche parando na frente dela — Eu adoraria te ver brava, aposto que tem muita força por baixo desse seus vestidinho 

Ele diz tão perto dela que seu hálito quente e sua voz rouca e firme faz cócegas em seu rosto. Mia sente um calor começando a percorrer todo o seu corpo, suas bochechas ficaram vermelhas e seus pêlos arrepiados com a aproximação repentina de Hércules, ele sabe muito bem o efeito que lhe causou.

Mia salta para trás saindo do seu enquadro, ela não era uma mulher que recebia ordens, muito menos deixar que um homem qualquer achasse que tem algum poder sobre ela.

— Ah… então você quer saber a força que eu tenho? - Ela pergunta em um tom provocativo aproximando a ele.

Hércules balançava a cabeça positivamente umedecendo os lábios curioso para saber qual passo ela daria depois dessa pergunta, apesar de ter conhecido muitas mulheres, ele se sentia curioso sobre essa garota minúscula diante dele.

— Sim, quero.

Mia nem espera a resposta completa e avança um soco firme na direção do rosto de Hércules que segura o pulso com força e a gira o puxando para junto dele.

— Defensa pessoal bonequinha? - Ele diz baixo com um sorriso conquistador nos lábios — Eu conheço esse golpe.

Mia esbraveja e acerta uma cotovelada no estômago de Hércules e o empurra para fora da lanchonete, trancando a porta em seguida.

— Por essa você não esperava, imbecil. - Mia diz mostrando o dedo do meio.

— Da próxima eu… - Ele tenta pronunciar com o nariz grudado na porta de vidro.

— Da próxima eu chamo a polícia seu imbecil. Vai se ferrar.

Mia chega em casa assim que o sol desaparece, era a hora que ela sempre chegava todos os dias, mas ninguém costumava sentir sua falta. Ela apenas tinha um quarto alugado naquele lugar. Pagava para comer e para dormir e era assim desde que completou 18 anos e teve que escolher um rumo pra sua vida, ela não conseguiria ficar mais que isso no orfanato que vivia.

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