doceria

856 71 13
                                    


GUSTAVO MIOTO
NARRANDO

Depois de Ana contar sua história com o filho da puta, nós ficamos assistindo filme no sofá já que nenhum dos dois conseguiria dormir.

Passamos a manhã juntos na companhia um do outro. Eu a ajudei a fazer o café, o qual tomamos juntos e depois de dar uma geral na casa (mesmo eu insistindo para ela ficar sentada que eu arrumaria tudo) nós fomos até o hospital para tirar o gesso do pé.

Sim, a garota se movimentava pra lá e pra cá e arrumava a casa (contra a minha vontade) com o pé engessado.

[...]

Assim que chegamos no hospital fomos atendidos pela recepcionista que nos levou até uma sala, onde a enfermeira tiraria o gesso e o médico examinaria o pé da Ana.

- Consegue subir na maca?- Perguntou a enfermeira para Ana.

A funcionária era a mesma que cuidou de Ana quando ela veio ao hospital machucada. As duas pareciam ter um pouco de intimidade.

- Acho que sim- Respondeu tentando subir na maca.

Ela não conseguia subir pela altura e não podia usar a escadinha por conta do gesso que atrapalhava.

Vendo a situação que a mesma estava eu a virei para ficar frente a frente comigo e a peguei no colo cuidadosamente estilo noiva e a coloquei na maca.

- Obrigada- Agradeceu a mesma com as bochechas coradas.

Uma coisa que eu achava muito fofo era quando suas bochechas ficam rosadas com algumas de minhas ações, como: encará-la, me aproximar mais da mesma ou quando eu a pegava no colo.

A enfermeira tirou o gesso de Ana e o médico examinou o pé da mesma.

— Está tudo certo. Só peço que tenha cuidado com os movimentos que faz com esse pé. Não faça movimentos bruscos como chutar ou pular- Nos informou o doutor.

Ele a aconselhou a usar uma faixa de elástico no pé para o mesmo não doer ou inflamar, já que a mesma fazia faculdade de dança.

[...]

Assim que saímos do hospital fomos para uma farmácia perto da faculdade de Ana.

Enquanto eu comprava sua faixa ela ia mostrar o atestado justificando as faltas.

Depois que comprei o que queria na farmácia eu a esperei do lado de fora da faculdade. Quando a mesma saiu da secretária veio até o meu encontro.

- Podemos passar ali?- Perguntou apontando para a doceria em frente a faculdade.

- Claro- Digo pegando a mesma pela mão para atravessarmos a rua.

Por que eu fiz isso? Não sei
Assim que notei meu ato eu soltei sua mão para ela não se sentir incomodada.

Entramos na doceria que por sinal estava meio vazia e a segui. Ela foi até o balcão onde uma senhora que aparentava ter 65 anos escrevia algo num caderno.

- Dona Rô?- Ana chama a atenção da senhora para nós.

- Menina Ana- Disse a senhora Rô dando a volta no balcão e indo abraçar Ana- Como está querida?
Fiquei preocupada quando me disse o que aconteceu. Você parou de responder minhas ligações- Falou preocupada.

- Estou melhor dona Rô. Desculpa ter te preocupado, mas aconteceu um imprevisto e meu celular quebrou- Se explicou a baixinha- Esse aqui é o Gustavo, foi ele que me achou quando eu estava ferida- Disse Ana me apresentando a senhora que me cumprimentou com um abraço apertado, tipo aqueles de vó.

— É um prazer querido. Muito obrigada por ter cuidado da minha menina- Me agradeceu.

- Imagina dona Rô- Digo tirando os olhos de Ana e olhando a senhora baixinha a minha frente.

- Venham, entrem aqui no escritório, quero saber de tudo- Falou a senhora puxando a minha mão e a de Ana.

- Não queremos atrapalhar dona Rô- Disse Ana.

- Que atrapalhar o que menina, pra você eu tenho todo tempo do mundo- Continuou nos puxando para um sala - Lucas- Chamou um menino que aparentava ter uns 20 anos- Cuide da loja por uns minutos e peça para Beatriz trazer um pedaço de bolo Red velvet, dois amores e três xícaras de chá por favor - Falou por fim entrando numa sala.

— Gosta de chá querido?- Perguntou a senhora
docemente.

Eu apenas assenti e olhei para Ana Flávia que assistia a cena segurando a risada, provavelmente pela minha cara.

- Vamos bonequinha me conte - Mandou dona Rô se sentando e apontando para as cadeiras a sua frente, em sinal para nos sentarmos também.

__________________________________

Meu Delegado | AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora