lembranças

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O capítulo pode provocar gatilhos ‼️

Estava sentada no sofá nervosa. Já passava das
03:00 da manhã e Gabriel ainda não tinha chegado.

Eu estava com um pressentimento ruim sobre o que ele estava fazendo.

Saio dos meus pensamentos quando Gabriel atravessa a porta da sala cambaleando.

- Aonde você tava?- Perguntei segurando o choro.

- Cala boca vadia. Eu não te devo explicação-
Disse vindo até mim.

- Você disse que iria muda, que não iria me trair e nem chegar bêbado em casa- Falei contendo as lágrimas que surgiam nos meu olhos.

- FALA DIREITO COMIGO PORRA- Disse disferindo um tapa no meu rosto.

Seguro o lugar que queimava com as mãos e encaro o mesmo.

- EU CANSEI! VOU EMBORA, NÃO QUERO MAIS ESSA VIDA- Digo indo até meu quarto e pegando minha mala dentro do guarda roupa.

Ele entra no cômodo rapidamente, pega minha mala e taca no chão, em seguida me derruba em cima da cama fica por cima de mim e começa a me dar socos e tapas.

- VOCÊ NÃO VAI EMBORA, TÁ ME OUVINDO?!
VOCÊ É MINHA ANA FLÁVIA, SÓ MINHA- Gritou enquanto puxava meus cabelo.

- PARA GABRIEL - Digo chorando tentando desviar das agressões.

- VOCÊ É MINHA E VOU PROVAR ISSO AGORA-
Disse rasgando minha blusa e tirando minha calça a força.

- NÃOOO! POR FAVOR, NÃO FAZ ISSO- Imploro desesperada já sabendo o que iria acontecer comigo.

Depois dele rasgar as minhas roupas eu me encolho no canto da cama e o mesmo tira a própria calça.

- CALA BOCA VADIA- Disse ele quando eu Gritei
assim que ele me puxou pelo cabelo para o meio da cama.

Mesmo dando socos, chutes, tapas e arranhões eu não consegui sair de seu aperto e ele me estuprou.

Depois de ver que não tinha mais como sair dali meu corpo simplesmente parou de se debater. Eu fiquei parada chorando. Não conseguia mais gritar ou tirá-lo de cima de mim.

Tudo que eu queria era estar morta. Preferia mil vezes que Gabriel me matasse do que me estuprasse tão violentamente.

Quando ele finalizou o ato, se deitou do meu lado e dormiu. Por conta da bebida ele não iria acordar tão cedo.

Ainda que eu estivesse machucada consegui me levantar da cama sem o acordá-lo.

A dor que eu sentia na minha intimidade era enorme, mas maior era a dor que eu sentia no peito. O arrependimento de ter me envolvido com ele.

Fui até a cozinha, peguei um prato de vidro e voltei para o quarto.

Bati na cabeça de Gabriel com força. Não tinha coragem de matá-lo, mas fazer ele ficar desacordado por mais tempo me ajudaria na fuga.

Verifiquei se seus batimentos estavam normais e depois de ver que ele só tinha desmaiado eu corri até o guarda roupa.

Me troquei, peguei as malas e joguei tudo que era meu dentro, e por último, peguei o dinheiro que eu guardava escondido de Gabriel.

Saí da casa correndo e esperei o próximo ônibus para São Paulo.

Eu estava livre...

•••

Acordo assustada com alguém me balançando.

— Ana acorda- Gustavo falava.

Me sento assustada toda suada e chorando muito.

Lembranças do dia que eu me "livrei" dele...

— Calma, calma eu tô aqui- Disse me abraçando.

Eu soluçava muito, tinha um nó na minha garganta. Aquelas lembranças de como eu era tratada e de como eu fui violentada me fazia sentir alívio e dor ao mesmo tempo. Mas aquele abraço me dava um sentimento de conforto e segurança.

Gustavo ficou abraçado comigo até que eu me acalmasse. Depois que minha respiração se regulou e o choro cessou eu saí de seu abraço e o encarei.

Era nítido ver a preocupação em seu olhar.

Jack também estava no quarto conosco. Ele estava do lado da cama nos olhando atentamente.

— Chama o Murilo... eu vou contar tudo- Digo decidida a contar a eles tudo, tudo mesmo.

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Meu Delegado | AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora