terror

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Ana narrando:

Os meninos pediram pizza e enquanto não chegava nós decidimos assistir um filme.

- Qual gênero?- Pergunto com o controle na mão.

- Qualquer um menos romance- Falou Gustavo saindo da cozinha com dois baldes de pipoca.

- Terror- Disse Murilo jogando o colchão no chão enfrente ao sofá.

- Nada disso. Terror não- Falo recusando a escolha de girico dele.

- Ah para, vai dizer que tem medo?- Perguntou o policial debochando de mim.

- Tenho. Não vai ser Terror, escolhe outro- Digo pegando um pouco de pipoca.

- É só um filme princesa. Se sentir muito medo a gente tira. Pode ser?- Perguntou Gustavo sugerindo.

- Ok, mas eu não dormir boto vocês dois pra ficaram acordados comigo- Falo entregando o controle para Murilo.

- Amanhã a gente trabalha coisa fofa- Argumentou o moreno.

- Foda-se, ninguém mandou escolher terror- Digo me jogando no sofá.

Eu fiquei no sofá com Jack e os meninos no colchão no chão. Assim que os meninos escolheram o filme nos cobrimos com os cobertores e eu rezei mentalmente para o filme ser leve.

[...]

O gente burra é a dos filmes de terror. Não sei pra que caralhos vai mexer com quem tá quieto.

As pragas escolheram "Pânico no lago três".
Basicamente a porra de um garoto que não tem o que fazer, alimenta os crocodilos gigantes sem ver o perigo nisso. Até que uns estudantes desaparecem e o namorado de uma das garotas que sumiu vai em busca dela.

De novo, gente burra que não tem uma louça pra lavar e fica fazendo graça num lago duvidoso.

- Ahhhh- Grito de medo quando um crocodilo come a cachorrinha.

Eu tava aterroriza. O filme da muito medo.
Jack late ao ver a cena.

Acho que ele entendeu o que aconteceu com a cachorrinha.

- Vem cá- Disse Gustavo se levantando do colchão e se sentando ao meu lado para tentar me acalmar.

- Ótimo, mais espaço- Falou Murilo ocupando todo espaço do colchão.

Jack rapidamente desce do sofá e se deita em uma parte do colchão que Murilo não ocupava.

- Mas é folgado, tu nem é gente. Vai lá ficar com seus pais- Disse Murilo "bravo".

Eu automaticamente olhei para Gustavo ao ouvir aquela frase, mas assim que viro meu rosto vejo que ele já me olhava, então rapidamente desvio o olhar para televisão sentindo minhas bochechas esquentarem.

Ainda bem que tá escuro.

Voltamos a assistir o filme e vez ou outra eu dava um gritinho ou cobria a cabeça com o cobertor. O que Murilo fez questão de me zoar.

Finalmente o filme acabou, já não aguentava ver mais esses crocodilos engolindo gente.

Decidimos assistir um filme mais leve e o escolhido foi "Doutor estranho no multiverso da loucura"

- Não pode nem zoar o filme porque é da marvel e é cheio de gente bonita- Falo já sabendo que Murilo iria encher o saco sobre o filme que eu escolhesse, por eu ter feito muitas críticas ao filme de terror e ter xingado todos os personagens.

- Que gente bonita? -Perguntou Gustavo... curioso?

- Wanda, doutor estranho e o gostoso do homem aranha- Digo como se fosse óbvio.

Sua cara não foi a melhor quando eu disse sobre o
Tom, mas eu apenas ignorei.

Comemos a pizza e depois o brigadeiro. Me levantei para deixar meu prato na cozinha e quando voltei acabei tropeçando no pé de Murilo que dormia no colchão.

Estava me preparando para cair em cima dele ou me esborrachar no chão, quando duas mãos fortes seguraram minha cintura e me puxaram para o sofá me impedindo de cair por cima de Murilo.

Quando abri meus olhos vi duas esferas marrom me encarando. Estávamos com os rostos muitos próximos e eu sabia que não estava sentada no sofa.
Puta merda.

Eu estava sentada no colo do delegado.

- Se machucou?- Perguntou ele preocupado.

Neguei com a cabeça e ficamos nos encarando. Me perdi em seus olhos, eles mostravam confusão, medo, felicidade e tristeza.

Ele encarou meu lábios e foi aí que eu cai na real.

Me levantei do seu colo quase num pulo, obviamente me desequilíbrei mas não cai.

- Perdão- Digo baixinho.

Voltei para o meu lado do sofá e continuamos a assistir o filme. De vez em quando eu podia sentir seu olhar em mim, mas em momento nenhum olhei para ele.

Eu não tô loca.

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Meu Delegado | AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora