HERANÇA SOMBRIA: O LEGADO DO SERIAL KILLER

20| o passado

CAMERON POWELL

Uma semana depois...

Os dias estavam escuros, nublados e chuvosos. Um clima que eu definitivamente gosto muito. Gosto porque é confortável, é lindo, é excepcionalmente os melhores dias. E é nesses dias que eu me pego pensando em coisas do meu passado, é exatamente nesses  melhores dias, que as piores lembranças ocorrem em minha mente.

CAMERON POWELL
12 anos de idade.

— Cameron! Você não pode fazer isso por ela! Ela vai voltar! - Minha mãe diz gritando comigo entre as lágrimas. — É a quarta vez que você tenta isso só neste mês. Porfavor filho...

Eu estava chorando, chorando muito. Olhei para a corda pendurada na janela a cima, e a cadeira de baixo dela.

— Você não precisa ver isso. - Digo olhando ela.

— CAMERON!! - Ela diz correndo em minha direção e me abraçando. — Não faz isso...

Me afastei dela aos poucos e enxuguei minhas lágrimas.

— Pode sair do meu quarto? Porfavor mãe.

— Não! Não irei sair! Para com esses pensamentos Cameron! Isso não vale a pena! Não vale a pena tirar sua vida por saudades filho. Olha, você tem uma mãe e um pai que te ama muito, e uma irmã que definitivamente te considera como o melhor amigo dela. E como todos nós iremos ficar se você se for? Eu, seu pai e sua irmã... Até mesmo a própria Emilly. - Ela diz.

— NÃO!! NÃO FALA O NOME DELA! - Digo chorando mais.

O fato de eu sentir tanta falta da Emilly D'angelo me causou uma depressão profunda. Eu fiquei com essa doença por cerca de quatro anos. Eu sempre quis me matar, porque assim, eu nunca mais irei sofrer.

Desde quando ela se foi, eu carrego uma dor no coração, e saber que ela tá bem lá na Itália, me causava mais dor e sofrimento do que eu mesmo pensava. Eu queria tanto ela, eu sempre quis ela, eu sempre fui apaixonado por ela.
Mas... Ela não sabe.

— Cameron, me perdoa por isso. Mas quero que me entenda. - Minha mãe diz.

Logo, vi meu pai entrar no quarto as pressas.

— Cameron! - Ele diz vindo até mim e me abraçando com força. — De novo não filho...

— Pai... - Digo o abraçando e caindo em mais lágrimas.

Eu amo minha mãe e meu pai, mas quando meu pai aparecia, era como se toda dor se passasse por algum tempo. Ele era como um escudo, e curava toda a dor. Eu sempre me senti muito próximo do meu pai. Por isso, amo ele de mais.

— Eu sei exatamente como se sente. - Ele diz logo me olhando. — Eu sei como é essa dor que carrega, essa saudade, essa angústia... Mas você precisa saber de uma coisa Cameron. Nem tudo é permanente... Infelizmente não. As vezes, você deve superar e seguir em frente. - Ele diz.

— Mas não quero seguir em frente sem ela.

Ele sorriu.