Chego em casa depois de uma noite no mínimo muito doida.
Eu só tinha tirado um tempinho pra chorar sossegada quando do nada entra um cara onde eu estava, se oferece pra ficar ali comigo e o mais doido é eu ter aceitado.
Eu fiquei dentro de uma salinha totalmente escura com um desconhecido!
Dormi, sim, dormi nos braços de uma pessoa que nunca vi na minha vida, imagina se ele fosse um bandido? Um sequestrador ou qualquer outra coisa ruim? Nossa, eu já estaria em outros planos a uma hora dessas.
Mesmo que ele não tenha feito nada, na verdade até me ajudou, eu não posso correr esse tipo de perigo.
Sim, é um grande perigo tudo isso. Dei sorte dele ser uma boa pessoa, pelo menos essa foi a primeira impressão que eu tive.
Só que parando pra lembrar, a cada momento que ele falava algo sua voz me estremecia, a barba roçou algumas vezes em meu ombro e minha pele estranhamente arrepiou.
Tava tudo muito escuro, quando teve luz ele simplesmente clareou todo meu rosto e quase me deixou cega. Não consegui vê-lo, só sei que é cheiroso, tem uma voz gostosa e... Caramba, ele definitivamente me passou uma boa primeira impressão.
Primeira e última, foi só um encontro por acaso e não vai mais acontecer. Vou ficar sem saber quem ele é.
E eu nem quero saber, imagina, longe disso.
Quando entro no meu quarto faço silêncio absoluto pra não acordar a pessoinha que dorme no berço ao lado da minha cama, me aproximo bem devagar só pra ver se ela tá tranquila e com a confirmação, vou até meu guarda-roupa e luto pra encontrar uma camisola. Eu claramente preciso dar um jeito e dobrar tudo isso o quanto antes.
Desisto da ideia da camisola e pego uma camisa masculina que eu faço questão de comprar pra dormir confortável, uma calcinha e um sutiã desses de amamentação.
Vou até o banheiro e após fechar a porta, acendo a luz e me encaro no espelho. Estou destruída.
Hoje foi um dia longo que começou antes da sete da manhã, eu tento conciliar tudo pra manter uma vida bacana pra mim e a minha filha, consigo, mas pra isso me abdico da vida que não seja trabalho e maternidade.
Infelizmente ser fotógrafa não banca todas as despesas da casa e nem alguns pequenos luxos que tenho de vez em quando. Tipo ir no salão, comprar coisas, fazer uma massagem pra colocar tudo no lugar. De vez em nunca isso acontece e eu tenho os melhores momentos da vida.
E como eu disse, a fotografia não é o suficiente e por isso faço alguns extras, como trabalhar no restaurante que é do meu tio, irmão da minha mãe. Não é todos os dias mas já é um dinheiro bom que entra na conta e ajuda em muita coisa.
De vez em quando eu me arrisco em modelar pra algumas lojinhas de roupas que me contratam, acho legal dar uma de modelo.
Enfim, eu faço aquilo que ninguém faz por mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐀𝐌𝐀𝐍𝐇𝐄𝐂𝐄𝐑•• 𝐆𝐚𝐛𝐢𝐠𝐨𝐥
FanfictionGabriel vive em uma fase conturbada de sua carreira e isso também afeta sua vida pessoal mais do que ele queria. Agnes enfrenta os desafios de ser mãe solo e com pouca rede de apoio, ela se divide e se multiplica para dar conta de tudo. E um encont...