Capitulo 25

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Point of view Barbara Palvin's

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Point of view Barbara Palvin's

Ontário
Província canadense

Luz.

Estava bem mais claro do que eu podia esperar do meio da noite. Era possível notar isso ainda de olhos fechados. Abri-os preguiçosamente, apenas para constatar, para minha total surpresa, que já havia amanhecido, embora minha percepção julgasse não haver passado nem uma hora desde o momento em que adormeci.

Pisquei algumas vezes. Um mormaço tímido penetrava o quarto pela fresta da cortina aberta, diretamente no meu olho esquerdo. Virei de lado de forma brusca, sem pensar onde estava ou que horas deviam ser.

Ao meu lado dormia um homem de bruços, com o rosto virado para o outro lado, aparentemente nu até onde o lençol o cobria. Era um corpo bonito, em forma, mas algo me incomodou ali. Algo que eu não havia notado no início.

Eu não conhecia aquelas costas. Eram diferentes das costas que eu esperava encontrar aquela manhã. Não tinham os sinais que eu havia tentado decorar um dia, ao vê-lo tomar banho. O cabelo também não era o mesmo. Era ondulado, mas negro.

A razão veio me tomando aos poucos, e foi junto com ela que o homem começou a se mexer. Foi quando finalmente ele se virou para mim que levantei de imediato, quase caindo da cama. Reparei que eu também estava nua.

- Que porra...

Meu coração batia descompassadamente. Eu não estava entendendo nada, e olhei em volta tentando me localizar.

Aquele quarto também não era o quarto que eu esperava encontrar naquela manhã, simplesmente porque não era o mesmo quarto em que eu havia dormido. Não era a suite da casa dos Bieber. Mas eu conhecia aquele lugar.

Era um lugar com paredes encardidas, sujas. Precisavam de uma pintura. Ao meu lado, uma tv quebrada, algumas roupas em cima dela. O
"quarto" em questão dividia o espaço com uma cozinha através de uma bancada. Havia apenas uma lâmpada que pendia do teto, sem lustre. Minhas malas estavam espalhadas pelo chão, na parede à direita, e como um estalo dentro de mim, consegui me localizar.

O apartamento. O apartamento que eu morava. Não era a casa de Justin, nem de seus pais. Também não era a casa de Beth. Era o lugar para o qual eu havia ido entre esses dois momentos.

Desespero.

Cocei os olhos, tentando enxergar melhor. Tudo parecia muito embaçado. O homem desconhecido ainda estava de bruços no sofá-cama, olhando para mim como quem olha para qualquer animal de circo.

- Não.

Falei em voz alta. Uma vez, duas vezes, repetidas vezes.

- Não, não... Isso não...

Senti falta de ar. Uma dor angustiante comprimiu meu peito como se quisesse esmagá-lo.

- NÃO! NÃO FOI UM SONHO, PORRA!

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