Chapter 37/ old feelings

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Você é o medo, eu não ligo

Pois nunca estive tão extasiada

Me siga até a escuridão

Me deixe te levar além dos satélites

Love me like you do - Ellie Goulding

CHRISTIAN BENNETT

2 semanas depois...

Cancún, México.


Os dias foram uma verdadeira exaustão mental, nas últimas semanas. Com isso, o álcool foi minha melhor companhia.

Eva e Victor tentaram me fazer conversar com eles sobre o que tinha acontecido, no dia que espanquei o Michael. Eu expliquei que ele tinha contado uma mentira sobre mim e isso gerou um problema maior, não entrei em detalhes e eles não exigiram muito mais.

Uma novidade? Me consultei novamente com um psiquiatra e iniciei sessões de terapia. Em segredo, claro. O médico me receitou uma medicação, que devo tomar quando perceber uma possível crise violenta surgindo, eu até tentei usar, mas me deixa letárgico pra caralho, mesmo depois de muito tempo após o uso.


Depois da minha discussão com Bella no meu apartamento, nós não nos falamos mais, eu apenas observei inúmeras vezes, a mensagem que ela me mandou dois dias depois e eu a deixei sem resposta.


Diabinha:
Christian, podemos conversar?


Esse tempo afastado, me fez perceber que a maldita Bella Carter ocupou um lugar único na minha vida, porque eu percebi que sinto a falta dela pra caralho. As risadas, as provocações, os olhares carregados de significado, o cheiro doce, pensar em tudo sobre ela me faz sentir uma sensação completamente estranha.


Estou tão fundo nas minhas reflexões que nem percebo quando minha avó Alma, se senta ao meu lado, na varanda de sua casa, que fica de frente para a praia. Ela tem cabelos pretos como os meus, olhos claros e uma aparência ainda jovial, mesmo estando na faixa dos 65 anos. Um sorriso doce decora seus lábios quando me observa.


- Gostou dos biscoitos, nieto?(Neto) - ela sorri empolgada, mas logo para quando vê o pequeno prato intocado, na mesinha ao meu lado.


Minha avó materna, Alma Hernández, mora sozinha aqui em Cancún e eu decidi visitá-la, depois dela insistir muito por isso, quando liguei pra ela e ela percebeu que estava mal. Ela é a única por quem tenho um carinho enorme na minha família e a quem confio contar tudo sobre mim, sem vestir uma máscara social.


- Eu vou comer, não se preocupe, abuelita (vovó). Só não quero agora. - sorrio sem mostrar os dentes e dou uma tragada no meu cigarro, recebendo um olhar de desaprovação dela.


- Você sabe que deveria parar com esse vício. Isso lhe faz mal, querido. Me diga o que está consumindo sua cabeça, sabe que estou disposta a ouvir tudo que quiser me contar... - ela segura minha mão que está descansando no braço da cadeira e me dá um sorriso reconfortante.


- Algum dia irei parar, prometo. Mas, estou realmente com um problema...


- Qual é? Envolve a garota de quem você já me falou outro dia? Bella Carter? - ela me pergunta com curiosidade e eu aceno positivamente.


- Eu não sei o que fazer, abuelita. Eu fui um idiota.


- O que você fez?


- Ela descobriu sobre a April, a garota que me enganou e estuprou, você já sabe dessa história. - começo a girar os anéis dos meus dedos e minha avó acena com a cabeça. - Ela descobriu através do Michael e guardou isso pra si, mais parecia que estava me "analisando". Eu fiquei cego pela raiva, porque nós estávamos nos dando bem e ela poderia ter sido sincera comigo e me perguntado, não acreditar no cara que enganou ela. Ela tenta me ajudar quando estou mal, mas eu não consigo me sentir confortável com isso, em saber que ela precisa me "conter", eu não quero que isso aconteça e acabei afastando ela.

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