Chapter 45/ lost war

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Consumindo todo o ar dos meus pulmões
Arrancando toda a pele dos meus ossos
Estou preparado para sacrificar a minha vida
Eu faria isso duas vezes, com prazer
Mercy – Shawn Mendes

CHRISTIAN BENNETT

1 mês depois...

Depois de um mês inteiro fazendo todos “confiarem” em minhas ideias e trabalhos que realizei, posso dizer que me saí muito bem. Eu vi Diana fazer coisas absurdas, que me deram gatilhos pra caralho, mas permaneci impassível o tempo inteiro. Ela torturou, matou e humilhou pessoas na minha frente, me fazendo desejar arrancar sua cabeça ali mesmo. Não que as pessoas que ela matou fossem inocentes, mas por me lembrar que ela agiu tão parecido com seu próprio filho.

Estar tão perto de sua agressora, com a possibilidade de matá-la a qualquer minuto, é realmente tentador. Mas eu não faço o que é necessário com base na impulsividade. Então, nesse mês inteiro dei passos lentos e inteligentes a meu favor, tudo para ser usado na hora certa.

Eu descobri muitas coisas interessantes, não só sobre Diana, mas também sobre o capo e seus funcionários, Beto, Chiara e alguns outros membros de “nossa” sede. É incrível o quanto você pode descobrir sobre alguém, fingindo empatia e interesse real em suas histórias de vida.

Chiara e Beto são os únicos “aceitáveis” de conviver, realmente. Ela me contou como veio parar aqui. Seu pai, irmão do capo, quis casá-la aos 16 anos, com um homem de 50, um casamento arranjado, que traria muitos benefícios para seu pai. Chiara se recusou e Alec defendeu a garota, o pai a deserdou e Alec aceitou acolhê-la, contanto que ela trabalhasse para ele e com uma condição, ela ainda teria que se casar até os 25 anos, porém, com alguém de sua escolha. Mulheres solteiras dentro da máfia ainda eram mal vistas, mesmo que estivéssemos no maldito século vinte e um e Alec não era um homem que gostaria de ser mal visto, sendo assim, ela me disse ainda ter 4 anos livre, antes da ordem de seu tio “expirar”.

A história que Beto me contou de sua vida, não era tão cheia de divergências familiares, mas apenas... triste. Ele não tinha envolvimento algum com a máfia, levava uma vida normal com sua esposa, com quem era casado há 5 anos, ela estava grávida, quando bandidos do grupo rival a Camorra, atacaram o carro que eles estavam em um passeio e mataram sua esposa e filho em sua frente por pura crueldade, ele entrou em uma depressão severa, mas quando se recuperou minimamente, tinha sede de vingança, então, Alec surgiu em sua vida, coincidentemente e lhe ofereceu uma proposta para que ele trabalhasse na máfia. Beto aceitou, já que não tinha mais “o que perder”. Ele conseguiu matar os responsáveis pela morte da esposa e acabou “gostando” de sua vida assim, então permanece aqui até hoje.

Eu eventualmente contei algumas coisas rasas e superficiais sobre mim. Como aprendi a atirar, desde quando luto bem em combate corpo a corpo e outras coisas. Em um raro momento em que dei mais abertura para eles, contei de maneira bem resumida, algumas das coisas que Diana tinha feito para mim, enquanto criança, fazendo os dois ficarem atônitos.

Também contei sobre Bella, nas noites em que bebemos apenas nós três. Nada que comprometesse sua segurança, mas o suficiente para que eles soubessem o tamanho da saudade em meu peito.

— Por que você não volta pra tua mulher? Eu ainda vou descobrir o que você esconde, playboy... — Beto me diz enquanto fuma um cigarro na varanda da sala.

— Não tenho o que esconder. Estou aqui por nós. Apenas isso. — dou de ombros e Beto semicerra os olhos.  

Não é inteiramente uma mentira, o que farei, será realmente por nós. Nossa liberdade. Minha e de Bella.

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