Impossible

Chapter 38/ no more secrets

E quando estamos separados e eu sinto sua falta
Eu fecho meus olhos e tudo que vejo é você
E as pequenas coisas que você faz
Those Eyes – New West

CHRISTIAN BENNETT

Durante a última semana, Bella e eu passamos mais tempo em minha cobertura do que em qualquer outro canto.

Depois da escola, ela vinha para cá em seu carro e nós passávamos a tarde e noite juntos. Exceto quando eu tinha treino de basquete e ela das cheerleaders ou quando ambos precisávamos estar na empresa.

Foi uma semana intensa. Nós transamos mais vezes do que eu pude contar, eu cozinhei inúmeros pratos que ela me disse gostar e eu a admirei tocando piano sempre que pedia. Ela também insistiu que eu tocasse guitarra várias vezes e me observou encantada em todas elas.

Por mim, prolongaria nossa rotina por muito mais tempo, mas ela insistiu que os amigos estavam estranhando sua ausência nas saídas pra comer deles e que também não queria deixar Regina cuidando o tempo inteiro de seu pet. Então, ela foi para casa há 3 dias atrás.

Nós só nos vimos na escola nesses dias e nos beijamos escondidos dos outros. Eu estive ocupado resolvendo inúmeros problemas da Infinitum, a empresa de tecnologia que administro de forma online e avisei a ela que se quisesse, poderíamos nos encontrar para dormir juntos, mas ela decidiu aproveitar para estudar para as provas finais com Victoria e Noah. Malditos sejam.

Agora, estou à caminho do consultório da psicóloga, me questionando porque diabos fui tomar a medicação que me deixa fodido.

Talvez porque eu quase tenha avançado pra cima do Michael novamente, ao ver ele com aquele sorriso presunçoso idiota, conversando com meu pai na casa dele. Eu não pude quebrar os dentes do meu querido irmão, ou meu pai viria com uma merda de discurso. E foda-se, não queria ter que descontar isso em outro alguém, então me convenci que tomar a pílula seria melhor. Não foi.

Tento ignorar ao máximo a letargia e entro no consultório. Morgana, a terapeuta de cabelos loiros e óculos de armação preta, está sentada em sua mesa e me recebe com um sorriso acolhedor.

— Christian. Bom te rever. Vamos iniciar nossa sessão?

Forço um sorriso, lhe cumprimento e me sento na poltrona à sua frente.

(...)

— Nós iremos trabalhar como gerenciar suas crises. Você já percebeu, se algo ao seu redor, te deixa um pouco melhor ou te impede de entrar em um episódio de raiva? — ela me pergunta enquanto anota algo em um caderno.

— Eu fico cego pela raiva. Só existe uma pessoa que conseguiu evitar, poucas vezes. — falo para ela enquanto mexo em meus anéis prateados e ela espera a continuação. — Bella, a garota com quem estou envolvido e já comentei algumas coisas com você.

Ela levanta as sobrancelhas e anota novamente.

— Como exatamente ela conseguiu?

— Eu não sei. Ela se arriscou, eu poderia ter a machucado sem querer. Mas ela me abraçou, segurou meu rosto com as mãos e falou coisas como “ninguém irá te machucar” e “estou aqui com você” e magicamente comecei a melhorar. — admito e travo a mandíbula.

— Isso é bom. Significa que seu cérebro não se sente ameaçado na presença dela, pelo contrário, é a única pessoa que pela primeira vez na vida, te passa segurança.  Como você se sente com relação a isso?

— Péssimo. Eu não dou a mínima para o quanto posso prejudicar a vida de alguém, mas a dela, eu definitivamente não quero. A Bella não merece ser a muleta emocional de alguém, eu prefiro tomar essa droga de medicação em dose triplicada, todos os dias, do que condenar ela a ter que sempre me acalmar e correr o risco de ser violentada fisicamente.