Capitulo 2 - O diário

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P.O.V Rose:
Depois do jantar, eu recolho os pratos da mesa e os levo para a pia. Enquanto minhas tias: Anastasia e Drisella, e meus primos: Celeste, Amy e Keffer, vão para seus quartos.

--- Boa noite! - eu disse, mas não veio resposta, talvez não tivessem escutado ou simplesmente não quiseram responder - o que acontece na maioria das vezes - , mas eu preferia acreditar que eles estavam cansados demais para responder.

Bom, não tão cansados como eu estava. Eu sei que era bem injusto eu fazer tudo em casa enquanto eles faziam compras, mas pelo menos me sentia importante aqui, ás vezes fico pensando se eu não estivesse aqui. Quem iria cozinhar? Quem iria limpar? Lavar? Ia ser um verdadeiro desastre.

Lembro quando fiquei doente e o médico pediu para que eu ficasse em repouso, o almoço só foi servido quatro horas da tarde - isso depois de ter queimado várias vezes -, e o frango ainda tinha ficado salgado demais. E logo depois que o médico foi embora eles me colocaram para limpar a casa e fazer o jantar. Abro um sorriso ao me lembrar daquilo.

Acabo de lavar a louça e vou para meu quarto. Chego lá tiro meu avental e pulo na cama, que era meio dura e desconfortável, mas já tinha me acostumado. Logo depois que Amy nasceu tive que dar a maior parte das minhas coisas a ela, e no fim só me restou um pequeno armário de madeira  e a cama dura.

Antes de dormir pego um envelope debaixo do meu travesseiro, abro-o e tiro um papel de dentro dele, e começo a ler.
Minha querida Rosemary,
É com grande prazer que lhe escrevo está carta para contar sua verdadeira história.
Sua mãe não morreu como eu disse, ela está viva e morando no castelo, e ela é a rainha, Rainha Cinderella.
Há muito tempo atrás, sua mãe morava nesta casa comigo e suas tias. Eu era sua madrasta, e sempre cuidava dela da melhor maneira possível. Até o dia que ela conheceu o príncipe, e nos deixou aqui.
Ela se casou e virou a princesa, e nunca nos mandou nada, nem sequer uma carta. Bom, até que um dia bateram na porta, não havia ninguém, apenas um bebê muito lindo em uma cesta, e esse bebê era você.
Junto com você veio uma carta da sua mãe, nela dizia que a partir daquele dia eu teria que cuidar de você, pois ela não a queria, pois você não era digna do trono.
De todos os tesouros que ela poderia me da, ela me deu você, e sou eternamente grata a ela por isso.
Essa é a minha herança a você Rose.
Com amor,
Madrasta.

Todas as vezes que me sentia sozinha lia aquela carta, a única coisa que a madrasta me deixou, apesar de não ter ficado com jóias, dinheiro ou móveis, eu tinha ganhado palavras, que me faziam ser especial.

Antes de colocar o papel dentro do envelope ouço algo batendo na minha janela, vou até ela e vejo um bilhete dobrado grudado do lado de fora dela, nele estava escrito: Rosemary. Me esquivo na janela para ver se tinha alguém lá, mas tudo que consigo ver é a escuridão da noite. Abro o bilhete que estava escrito:
Vá neste lugar se você quer ser uma verdadeira heroína, se você quer ser mais que uma princesa. Vá ás 00:00 hs, e não deixe que ninguém lhe veja.

O bilhete tinha deixado as instruções, como: quantos passos eu deveria dar e em que direção eu deveria ir para chegar no tal lugar.

Perguntas vieram a minha cabeça imediatamente, quem teria deixado aquele bilhete? E "Ser mais que uma princesa" ninguém além da minha família sabia daquilo!

Mas eu estava realmente muito curiosa para saber o que tudo aquilo significava, então decido ir.

Vá ás 00:00 hs, olho para o relógio e eram 23:30, se saísse neste momento eu iria chegar lá - aonde quer que fosse - na hora ou até antes.

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