Conto 11: Mais que proibido

1.3K 9 0
                                    

Irina sabe o quanto deseja Mário, mas também sabe que não o pode ter. E por isso, ela pede perdão todos os dias por estar tentada a um corpo que não lhe pertence.
Suas orações são frágeis como um pedaço de seda. E ela sabe o porquê. Não adianta pedir clemência e depois sonhar com o corpo dele nu por cima do seu.
Estava marcada e predestinada a ir para o inferno.
Inferno. Uma palavra que ouviu em toda a sua vida e que, com certeza, continuaria a ouvir por muitos anos e sempre teve medo de ir para lá.
O pecado da carne é um dos mais mortais e severos diante da lei de Deus e isso, Irina sabia muito bem. Desde de criança que frequenta a igreja católica com vigor e sabe de muitas coisas ruins e boas. Sabe que Jesus não julgou ninguém em sua passagem na terra, mas se sentia obrigada a relevar seus amores e desejos tudo diante de um Deus, ao qual é serva.
Serva.
Ser serva de Deus é algo maravilhoso, mas sua carne deseja TER alguém ao seu lado. Alguém para amar, para conversar coisas de casais... Era armadilha do demônio. Ela sempre pensou assim.
Estava cansada de acordar durante a noite depois de sonhos eróticos ou quando está no banho, sentir que sua mão desce em sua parte íntima e quer ser tocada.
Tudo isso é pecado. É o que repete sempre. E quer dá o ponto final nisto, por isso, estava sentada na poltrona vermelha que ficava ao lado de um confessionário. Se confessar para uma irmã da igreja é algo normal. Mas o que tinha para contar, estava a deixando sufocada, delirante... Apertou seu crucifixo em seus dedos e começou a orar a oração. Estava começando. Iria se livrar de vezes seu pecado.
Mas algo chamou a atenção. Do outro lado, uma voz masculina lhe lembrou algo.
— O que está lhe passando? — Perguntou o padre do outro lado.
Irina sentiu seu peito latejar e sua cabeça doer. As lágrimas já estavam queimando suas pálpebras.
— Padre, eu pequei! — As palavras saíram como um alívio brutal.
— Conte-me. — Continuou o padre.
— Eu desejo alguém. — Ela contou e as lágrimas desceram. — Desejo um homem... E isso, está me deixando louca. — Ela apertou seu crucifixo com tanta força que sua palma ficou vermelha. — Me perdoe. — A frase saiu como um martírio.
— Filha, o diabo está tentando teu coração...
— Eu sei! — Ela o interrompeu com um tom elevado. Irina observou por meio dos espaços que havia entre as cabines do confessionário. Observou os olhos verdes do padre e engoliu em seco. — O diabo está conseguindo o quer. — Concluiu.
— Não desista tão fácil, irmã. Creia que Deus vai te restaurar. — As palavras dele foi de um tom apaziguador.
Irina se ajeitou na poltrona e pediu a Deus por pensamento que a perdoasse.
— Padre, o que eu faço quando a tentação fica ao meu lado o tempo todo? Como posso resistir?
— Me conte a situação que lhe ajudarei. — Ele continuou na tentativa de uma ajuda.
— A minha tentação é um homem. — Ela começou, rouca. — um homem especial que está mexendo comigo de uma tal forma que não consigo dormir direito. Eu o desejo. Eu o quero em minha cama. Quero seu corpo... — Ela pausou e sentiu sua pele arder de vergonha, mas estava sendo maravilhoso se abrir para alguém.
— Misericórdia, irmã. — Falou o padre.
Irina o observou por mais um instante e puxou o ar de uma forma rápida:
— Esse homem é você, padre.
O silêncio dominou o cenário.
Irina estava devastada. Padre Mário é o seu mentor na paróquia e nas obras de caridade. É jovem, bonito, atraente e isso a deixou confusa. Mas com o tempo, ela percebeu que ele era um homem justo, bondoso e verdadeiro e essas qualidades a deixou completamente apaixonada.
— Irmã — Foi padre Mário que falou. —, passe em meu quarto às 20h, conversaremos de um jeito melhor.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Apr 13 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora