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Dan esticou as pernas, piscando lentamente ao saber que aquilo de longe era o que menos esperava

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Dan esticou as pernas, piscando lentamente ao saber que aquilo de longe era o que menos esperava. Mordeu o lábio inferior, olhando para o lado. Jaekyung se manteve com os braços cruzados, a postura imponente ao se sentar na outra poltrona bordô. Um breve silêncio reinava enquanto a terapeuta os olhava acreditando que aquilo poderia ser um pouco complicado, mas já que estavam ali, era melhor começar. A terapeuta, a mulher de meia idade e cabelos amarrados a um coque desleixado encarou calmamente ambos, o silêncio era perceptível, o quanto Jaekyung parecia arrependido como se a terapia fosse nada além de uma piada.

A mulher suspirou, os dedos tateando a prancheta transparente.

— Sabe que não sou especialista nisso, não sabe? Eu sou sua terapeuta Dan, não sou uma terapeuta de casais. Mas, vamos começar entendendo a razão de estarem aqui. — Gesticulou, esperando que algum dos dois começasse. Dan abriu os lábios, mas olhou Jaekyung, que esperava que ele dissesse algo primeiro, a terapeuta pensou quantas vezes mais aquela cena se repetiria. — Dan? Já conversamos sobre isso em seu primeiro dia, o fato de ter vindo até aqui já significa que está dando um passo para sua melhora. Então, significa que os dois querem melhorar algo, mas precisam me dizer o que é.

— Ele não quer confiar em mim. — Jaekyung dissera, frustrado por todo o silêncio. O olhar se focava em Dan, na feição surpresa com a afirmação. O lutador não era de falar o que sentia, e era vívido o quanto que queria dar um passo adiante. Era a maneira de impor que queria que aquilo desse certo, mesmo sendo Dan quem insistia que não haviam alternativas. — Vai contar para ela? Você procura motivos para não confiar em mim.

— Não é verdade. — Dan parou e pensou por um instante. De repente, soava como um labirinto entender o que sentia. Sempre com Jaekyung tudo era envolto de uma sensação de posse, apenas isso. Não existia delicadeza, apenas a direta afirmação de que era uma posse e nada mais. Encolheu os ombros, por saber que Jaekyung não estava errado. Dan olhou a terapeuta, forçando um leve sorriso — É que eu tenho um pouco de medo. Já conversamos sobre isso, meu passado com Jaekyung não é algo que eu consegui... Bem, não, quer dizer, isso provavelmente é um erro e...

— Dan. — A terapeuta deixou a prancheta de lado, inclinando o corpo para frente. O olhar mantendo uma gentileza ao gesticular a mão para que se acalmasse. — Mas você está aqui, não está? É bom, significa que quer trabalhar o que falta. Seria bom se você se abrisse e dissesse o que sente. — Ela o olhou, vendo a luta interna de Dan, as mãos fechadas em punho como se falar fosse tão difícil. A terapeuta Jung sabia do quão difícil era para ele estar naquela posição de falar sobre coisas tão profundas, então, tentou mais uma coisa. — Pegue aquela almofada. É, aquela. — apontou para as almofadas no sofá ao lado.

Dan timidamente pegou a almofada recostada no sofá, repousando no colo.

— Enquanto estiver com a almofada, é sua vez de falar. Então... Fale o que quiser. O que gostaria de falar para Jaekyung? — Ela apontou para o moreno — Nesse instante, o que gostaria de dizer? Ninguém irá te julgar, apenas diga o que quiser. Acha que está procurando motivos para não confiar nele? — A terapeuta observou calmamente, Dan sempre foi um paciente muito delicado. Qualquer um veria a dor daquele olhar, a solidão em como ele planejava tudo o que dizia na vaga consciência de que quem estava escutando era alguém que era pago. Sequer pensava que Dan voltaria para a terapia, uma vez que pouco falava e as raras vezes em que se abria, acabava envergonhado por chorar na frente de uma estranha.

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