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Dan entendia o quão repentino aquilo poderia ser

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Dan entendia o quão repentino aquilo poderia ser. Afinal, fazia tempo que não via a avó, engoliu a vontade de contar o que vinha acontecendo. Preocupação era o que sempre evitou dar a ela, e gostava do que via. Ela adoravelmente animada com a presença de todos ali, de Jihae ajudando com a árvore de Natal na sala. Novamente, as íris castanhas admiravam com tamanho carinho o quanto que aquela casa era a perfeita visão do que a avó merecia. Cada vez mais o passado parecia ainda mais distante, sem a presença do medo quando os agiotas poderiam aparecer a qualquer instante. A possibilidade de respirar profundamente e ter um Natal calmo era em si uma utopia até aquele momento, apesar de Dan entender que datas assim poderiam ter um suave amargor para a avó. Afinal, datas assim o comum era reunir a família.

E Dan sabia, no fundo, as dívidas que tinham foram causadas pelo pai. Mas jamais seria um clichê de quem vai atrás do pai para obter respostas. Não pretendia fazer isso quando o pai era alguém que foi embora sem olhar para trás, sem se importar em como que o filho se sentiria. E sentado no sofá bordô, era agradável ver a árvore de Natal e os colegas do apartamento compartilhado enfeitando da maneira mais caótica possível, a mistura de pequenas luzes e bolas de Natal. Tudo ali era tão... Estranho? Nunca sentiu aquela paz.

"Acho que é o meu primeiro Natal" Dan pensava, uma vez que nunca existiu tempo para comemorar. Por bastante tempo, se sentiu como lixo. Alguém que trabalhava dia e noite para acabar sozinho e com a sensação que nunca poderia respirar livremente. Ele inclinou-se, observando a caixa de enfeites natalinos, até a enfermeira particular parecia mais uma amiga ajudando com os aperitivos. Dan tocou fracamente os enfeites, erguendo o olhar ao acompanhar os amigos em torno da árvore de Natal, os sorrisos largos dos universitários ao cantar alguma música. Yeorin em roupas mais quentes e os cabelos presos em dois coques nas laterais da cabeça, atacando os biscoitos. Aquilo também era novo para ela, estar em uma casa onde não acabaria agredida pela própria mãe. Dan riu baixo, talvez para algumas pessoas, se acostumar com coisas boas fosse um tanto trabalhoso.

— Dan, quer ajudar com a árvore? — Jihae se virou, ainda tendo em mãos os enfeites e as luzes. Ao seu lado, Misul, o novo namorado que estava tão ansioso para conhecer Dan. O namorado de Jihae, o que já era uma surpresa já que o tatuador raramente assumia um relacionamento sério que durasse mais que algumas semanas. Misul sorriu abertamente, pegando mais alguns enfeites avermelhados.

— Não, podem continuar. — Dan encolheu-se levemente no sofá, gostava de ver Jihae enfim com alguém. Algumas coisas haviam mudado e com o decorrer do tempo, as estações e pessoas mudavam, e não esperava que tantos amigos estivessem ali. O gosto da normalidade era significativo de tão estranho. Nem mesmo percebeu quantos amigos tinha. Virou o rosto, os lábios se curvando em um sorriso ao ver o quão feliz a avó rindo quando um dos universitários ajeitava o chapéu natalino nela. Era algo que gostaria de se lembrar com carinho, uma vez que nunca tiveram muitas coisas. Nunca houveram chances de celebrarem um Natal de forma tão ampla, na antiga casa apenas assistiriam televisão e ela sempre diria que o próximo ano seria melhor.

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