Ecos Inacabados

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Tenho marcas de solidão,

Espalhadas pelo meu corpo,

Nascidas da ilusão,

De um desejo natimorto.


Encravando,na flor da pele,

Enraizando na ferida,

As lembranças frias que ferem,

Das palavras não desferidas.


Troco verdades que machucam,

Por mentiras que afagam.

Por carícias que afogam,

Troco vaidades que frustram.


Tenho a faca nas mãos,

Triscando o topo da testa,

Tocando fundo nos vãos,

Das minhas tripas indigestas.


Toco trêmulo a cicatriz

Que jaz na pele vazia

A raiz que dói na espinha:

O eco das suas mãos frias.

Jardim de Rosas BrancasOnde histórias criam vida. Descubra agora