Prisão Inerente

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Eu poderia escrever mil poemas,
deslizando pelo papel,
com a caneta em mãos.
Poderia engolir mil brasas,
se me ajudasse naufragar
a balsa, que navega sombria
meu coracão.

E eu tenho tentado
conter milhares de pensamentos,
centenas de anseios;
Mas as palavras tem me perfurado
de dentro pra fora,
lutando pra serem regurgitadas,
implorando pra irem embora.

E enquanto essa tinta fresca
não seca,
enquanto essa dor viva cerca,
escraviza e aperta,
a esperança do amor no meu peito
e arranca da minha face o afeto...

Eu me enamoro de vazio,
de luares e de marés de
solidão a noite;
Implorando pra que o amor longínquo,
ouça o eco tardio,
das lamentações
no horizonte.

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