Linhas quebradas

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A escuridão me envolve,
O véu da noite escorrega
Sobre minha face,
O corcel da solitude me fere
com o seu açoite.

Engulo raios;
Tenho chorado nos cantos,
Nas sinagogas;
Os acordes do tempo
Têm castigado as minhas costas.

Devoro medos,
A face no espelho
Se espanta com os
meus quebrantos;
Devoro prantos.

Assisto incerto,
A chama da vida
Se esvaindo pelos
olhos abertos
Por entre olheiras caídas.

A mão amiga espalha
A seiva que escorre
O fio da navalha;
O rio que corre por entre
as veias
Se torna a chama que
queima as feridas
Me torna viva.

Jardim de Rosas BrancasOnde histórias criam vida. Descubra agora