Quadros monocromáticos

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Meu amor por ti tinha gosto de poesia,

Era servido em colheradas de prata;

De tão intenso que no peito

não cabia;

Transbordava nos olhos como cascata.


Eu larguei meus vícios

pra viciar em você,

Troquei a beleza da aurora,

Pelo vazio do entardecer,

O que me resta agora?


E feriu meu ego te ver,

Se embebedando em gotas,

Quando eu tinha um oceano

a te oferecer,

Saber que você quis ter todas as rosas,

Menos as com espinhos no

seu buquê.


E ainda dói quando alguém menciona

o seu nome,

Ainda desabrocham flores na minha garganta quando eu te vejo,

E me custa fingir indiferença ali,

Depois ter que sorrir,

Pro meu reflexo no espelho.


Mas eu vou te esquecendo,

Desfazendo o seu eu

que só existe aqui dentro,

Manchando com lágrimas

nas paredes da memória,

Fotos suas que se apagarão

com o tempo.

Jardim de Rosas BrancasOnde histórias criam vida. Descubra agora