Sixteen

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A Nina brigou com uma amiguinha dela, e veio aqui conversar comigo... Eu não sei aconselhar crianças!

-Nina: Ela falou que me odeia...

-Meu amor, alguém já disse que te ama e depois falou que te odeia?

-Nina: Várias vezes!

-Se ela já disse que te amava, é porque ela te ama! Sua amiga só falou isso pois estava com raiva!

-Nina: E o que eu fiz?

-Tem o lado dela! E é isso que eu quero saber!

-Nina: Ela pegou o brinquedo que estava na minha mão!

-E antes? - acariciei sua cabeça, pra ela se acalmar -

-Nina: Ela falou que queria brincar com ele depois do outro brinquedo!

-E você foi lá e pegou o briquedo antes dela?

-Nina: Sim. Eu estava brincando e ela falou que queria assim que terminar de brincar! E eu aceitei!

-Já foi um erro seu! Você fez um acordo e não cumpriu!

-Nina: Você também não ajuda!

-Eu não ajudo? Eu estou tentando entender o motivo de ela ter falado que te odeia!

-Nina: Foi isso! Agora me deixa em paz um pouquinho, que eu quero pensar! - ela se deitou na cama -

-Deixo! - me levantei e me inclinei para deixar um beijo no topo de sua cabeça - Sua amiga pode te odiar, mas eu te amo! - ela virou o rosto envergonhada -

-Nina: Eu sei! - riu fraco -

Na sala

-Amor, a Nina já te contou da discussão que ela teve com uma amiga?

-Gabriel: Não... Você conversou com ela?

-Sim, só que ela ficou um pouquinho chateada comigo! É que eu quis ver o lado da amiga e dela, e ela não gostou!

-Gabriel: Às vezes ela pode se rebelar um pouco! Ela sente falta das pessoas que ela mais gostava, e tenta livrar a saudade assim... Gastando sua raiva nos outros!

-Eu também vou conversar com ela sobre isso!

-Gabriel: E há uns dias atrás ela falou sobre discussão com seus pais!

-Eles discutem entre si! Eu nem me meti, porque eu que iria sair machucada!

-Gabriel: Eles se batem? - perguntou curioso, sem surpresa alguma -

-Forma de dizer! Então, ela falou que queria um tempinho pra pensar. Eu acho que já deu! - fui correndo até o quarto dela. -

-Nina: Não! - falou guardando algo, e soluçou -

-Deixa eu ver o que tem atrás de você.

-Nina: Não... - falou soluçando e escorrendo várias lágrimas dela -

-Por favor. Se você não me mostrar, eu vou tirar a força! - ela negou e eu infelizmente tive que levantar seu lençol - Nina...

-Nina: Eu vi na internet. Diziam que aliviava a dor emocional, só que está ardendo muito! - pois é, ela estava com uma tesoura de ponta e um pano com com água, e tinha apenas um corte pequeno, mas ainda sim, sangrava -

-Nunca mais faça isso... - a abraçei - A mamãe também fazia isso! - vi ela tentando olhar pro meu braço, só que sem resultado. Eu não permitiria que ela visse cortes em alto relevo! Então eu sempre uso camiseta longa perto dela -

-Nina: Tá doendo... - olhou pro corte e choramingou -

-Você viu como não alivia nada? - ela assentiu - Só machuca! E para curar, eu vou ter que fazer algo que vai doer!

-Nina: Vai tirar a ardência? - assenti - Tá bom!

-Eu vou passar o paninho em volta do machucado, se doer, você avisa! - peguei o pano e esperei ela confiar em mim, só que eu fui sem avisar mesmo, bom que toma um susto e já sai soluço, dor, tudo de ruim! -

-Nina: Doeu! - deu um tapinha leve na minha mão e eu tirei calmamente, e ela pôs a mão em cima -

-Se você fizer isso de novo, vai doer! A mão tem sujeiras, e algumas delas fazem arder!

-Nina: Pronto? - neguei e tirei um band-aid do meu bolso e colei em cima do machucado -

-Você tá novinha! Agora promete que nunca mais vai fazer isso, e sim, vai pensar na coisa certa? - ela pensou um pouquinho e assentiu -

-Nina: Eu tenho uma resposta pro que eu estou sentindo!

-O que? - me acomodei na cama e esperei ela falar -

-Nina: Saudade... Eu sinto falta da minha vida antes de te conhecer. Foi um erro ter te conhecido!

-Quê? Nina, o que você está falando?

-Nina: Meu pai só briga comigo, e só fala de você. Exatas vinte e quatro horas falando sobre você, e não quer mais saber de mim.

-Então você tem que tratar isso com o seu... - antes que eu terminasse, senti uma ardência do meu rosto, e sabia que era um tapa vindo dela - Isso dói...

-Nina: É pra doer. - falou sem remorso algum -

-O que eu te fiz?

-Nina: Estragou minha vida! Desculpa... - tampou a boca -

-Eu pensei que você me amava...

-Nina: E amo! Amo muito! Só que é melhor eu me afastar de você! Até as coisas darem certo! Eu não nasci presa em você, e é o que está parecendo.

-Tá bom... - me levantei - Você quer que eu feche a porta? - ela assentiu, e eu deixei um beijo na sua bochecha, logo fui saindo do quarto. Só que sua voz me parou -

-Nina: É só por um tempinho. E você não estragou minha vida. Eu só usei a palavra errada. Eu preciso arrumar as coisas! E preciso me virar sozinha! Eu sou uma menina grande! - ri -

-Tá bom, minha pequena grande! - me virei novamente, e fui parada de novo, só que dessa vez por um abraço -

-Nina: Eu te amo. Muito, muito!

-Eu também...

-Nina: Isso não vai mudar durante o afastamento!

-Te amo, meu amor. Você sabe minha resposta!

-Nina: E você a minha! - se deitou na cama -

-Vai dar tudo certo! E resolva as coisas que são pra sua idade!

-Nina: Eu vou resolver o que eu sei que eu posso fazer!

-Tá bom! Vou confiar em você!

-Nina: Fica tranquila, mamãe!

-Hum. - sorri - Você sabe meu ponto fraco...

-Nina: Deixa eu te ensinar uma coisa? - assenti - Ponto fraco tenho eu. Com você e meu pai juntos!

-Nina, sempre usando palavras erradas! Você ás vezes se confunde!

-Nina: Eu usei uma palavra errada?

-Não! Quer dizer, um pouquinho! Eu acho que você quis dizer que eu e seu pai somos fofos juntos!

-Nina: É... Pensando assim, parece ter um sentido melhor!

-Hum... Tá bom! Agora eu preciso tirar uma soneca da tarde!

Srta. Routlegde Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora