Bora de mais um?
Entrei no elevador do hospital pelo estacionamento onde ficava a vaga do meu pai. Estava com sono, tinha ficado até muito tarde conversando com as meninas. Provamos os vestidos que ficaram perfeitos. Lizie sabia nossas medidas e o que combinava com cada uma de nós. Abri um sorriso quando lembrei das histórias dela com os dois caras. Alguém segurou a porta do elevador impedindo de fechar fazendo meu sorriso morrer na hora. Precisava ser tão bonito?
— Bom dia!
Tentei não ficar encarando. Ele estava usando uma camisa de manga curta azul-claro que parecia deixar seus olhos mais brilhantes. Uma calça jeans grudada no corpo realçando suas coxas grossas e o volume entre as pernas. E seu cheiro, esse era um aditivo para deixar uma pessoa louca.
— Você me deu o bolo — acusei desviando o olhar para o metal do elevador.
— Eu fiquei preso em uma cirurgia, não foi de propósito — falou com aquela voz macia que me deixava de pernas bambas, ele se aproximou de mim.
Seja forte, Sue. Prenda a respiração, não sinta esse cheiro de macho gostoso. Inferno.
— Não ouse chegar perto. — Ergui a mão impedindo que ele se aproximasse mais.
— Não podia deixar uma pessoa morrer só porque falei que passaria na sua casa. Além do mais eu liguei e você não atendeu, por isso passei a mensagem avisando.
Ergui a cabeça desafiadoramente. Seu olhar parecia implorar para ser desculpado, mas eu não estava nem aí.
— Eu fiz até um jantar para você, sabe o que significa quando uma mulher faz algo assim? Eu fui para a cozinha e fiz um jantar para te esperar, coloquei uma lingerie sexy e fiquei feito uma idiota aguardando você chegar. Até espalhei velas aromáticas pela casa, preparei uma playlist.
— Sue...
O elevador parou no quarto andar e três pessoas entraram fazendo com que Fernando se calasse e chegasse mais perto de mim. Todos dissemos bom-dia ao mesmo tempo.
— Eu sinto muito — sussurrou.
— É bom mesmo sentir, pois perdeu a sua chance comigo, doutor.
A porta se abriu e todos desceram no mesmo andar e cada um seguiu caminhos diferentes, exceto eu e Fernando.
— O que significa isso?
— Significa que serviu para abrir os meus olhos para o fato de que você não é o que eu preciso para a minha vida. Não quero um homem que vai me deixar esperando. É exatamente por isso que não namoro médicos. Eu gosto de ser prioridade quando estou com alguém. Tenha um bom dia, Doutor Fernando.
Caminhei para a minha sala com ele atrás de mim.
— Sue, deixe de besteira, vamos conversar.
— Não, não temos o que conversar, a não ser que seja sobre trabalho, no mais, fiquei bem longe de mim.
Entrei em minha sala e fui para fechar a porta, mas ele colocou o pé impedindo. Larguei a porta e me afastei. Joguei a minha bolsa sobre a mesa e tirei o casaco que estava vestindo.
— Você é uma pessoa muito irritante, frustrante, egoísta, mimada do...
— Olha lá como fala comigo. Posso muito bem denunciar você por assédio já que aqui você é o meu chefe, esqueceu? Eu só tomei uma decisão, não quero mais nada com você. Fim de conversa.
Ele fechou os olhos e inspirou fundo.
— Você deveria crescer, Suellen. Eu posso me cansar dessa sua inconstância e infantilidade.
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Quebrando promessas? - Degustação
Literatura FemininaEla é a filha do amigo e sócio dele. Ele é um médico. Ela odeia médicos. Ele se apaixonou à primeira vista. Ela quer distância dele. Ele se torna o chefe dela. Sue é uma mulher forte, independente e determinada, não abaixa a cabeça para ninguém, nun...