Capítulo 4

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Assustei-me com o barulho dos vidros se quebrando e, nervosa, joguei-me de joelhos no chão, envergonhada tentando ajudar o homem enquanto pedia mil desculpas e tentava ignorar os olhares curiosos sobre nós.

— Sinto muito, moço. Deixa que pago o prejuízo, se precisar que eu diga que a culpa foi minha eu direi. Sinto muito.

Meu coração parecia querer sair pela boca.

Que diabos meu pai estava fazendo com o desconhecido que tinha passado a noite comigo?

Minha mãe sempre dizia que precisamos tomar cuidado com o que desejamos, e já saí daquele quarto desejando muito encontrá-lo novamente, entretanto, não precisava ser agora.

— Não se preocupe, senhorita. Cuidado para não se machucar.

Ainda de joelhos olhei por sobre uma mesa e vi Fernando se levantar e seguir em direção onde eu estava.

— Merda, merda.

Eu precisava sair dali urgentemente.

— Precisa de ajuda, moça? Se machucou?

— Não, está tudo bem.

Saí engatinhando pelo salão em meio às cadeiras tentando driblar o homem sem me preocupar com os olhares assustados das pessoas. Entretanto foi inútil, no caminho de uma mesa para a outra, dei de cara com sapatos italianos e pernas torneadas que deixavam qualquer jogador de futebol no chinelo. Ergui a cabeça e encontrei um par de olhos cinza me encarando.

— Está se escondendo de alguém, Sue?

Sem ter outra opção, levantei-me com um sorriso trêmulo nos lábios tentando arrumar o vestido. Sua camisa escura parecia deixar seus olhos ainda mais perigosos e desafiadores.

Sim, ele era mesmo o homem mais bonito que já vi na vida.

— Não, claro que não, eu só... o que está fazendo aqui? Ok, foi uma pergunta boba, não precisa responder. — Bati levemente em seu ombro. — Foi bom te ver, tchau.

Feito uma idiota, virei em direção à saída querendo fugir daquele olhar. Fernando segurou meu braço impedindo-me de fugir como desejava. Segurei a respiração e o ímpeto de protestar.

— Foi bom te ver? É sério? Depois de passar a noite toda gemendo em meus braços e de ter desaparecido na manhã seguinte é só isso que tem a me dizer?

Antes que eu pudesse responder, a voz do meu pai provocou o que chamaria de um princípio de infarto fulminante.

Estava ferrada. Literalmente.

Meu coração batia tão acelerado que temi que fosse pular pela boca a qualquer instante.

— Suellen, você estava demorando, fiquei preocupado. Vocês já se conhecem?

No sentido bíblico da palavra, papai. Pensei ironicamente.

— Suellen? — Fernando me encarou como se estivesse vendo um fantasma diante dele. Soltou meu pulso como se de repente estivesse segurando uma brasa ou levado uma descarga elétrica. — Você disse que se chamava Sue.

Ele me encarou cheio de surpresa e acusação.

— Você também mudaria seu nome se tivesse um tão horrível quanto o meu. Suellen — falei a última palavra com desdém. — Sue combina mais comigo.

— Filha... — repreendeu-me meu pai, pois o nome foi escolha da minha mãe que ele amava mais do que qualquer coisa.

Preparei-me para o sermão que viria, mas ele se limitou a dizer apenas o nome ridículo que insistia em me chamar.

Quebrando promessas? - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora